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Santiago 2023

Medalha inédita nas duplas mistas de tiro com arco é de prata

Marcus D’Almeida e Ana Clara Machado perdem final para os agora bicampeões Brady Ellison e Casey Kaufhold, dos Estados Unidos, mas vão ao pódio na segunda edição do torneio em Jogos Pan-Americanos

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(Alexandre Loureiro/COB)

Santiago – É de prata a inédita medalha brasileira em Jogos Pan-Americanos no torneio de duplas mistas de tiro com arco. Marcus D’Almeida e Ana Clara Machado perderam por 6 a 2 para os estadunidenses Brady Ellison e Casey Kaufhold a final de Santiago 2023 disputada na manhã deste domingo (5), último dia de competições dos Jogos na capital chilena. Campeões em Lima 2019, os arqueiros dos Estados unidos celebram, portanto, o bicampeonato.

Ana Clara Machado fez o dia no Centro de Tiro con Arco ser ainda mais histórico. Conquistou outra medalha de prata inédita, a primeira em Pans de uma mulher brasileira no torneio individual recurvo. Ela fez dois combates no dia. Primeiro bateu a mesma Casey Kaufhold, segunda do ranking mundial, por 6 a 4 na semifinal. Ali mesmo entrou para a história. A seguir, enfrentou na final a mexicana Alejandra Valencia, que venceu por 7 a 1 e confirmou o favoritismo ao ouro.

Segunda edição

Esta é apenas a segunda vez em que o torneio de duplas mistas é realizado nos Jogos Pan-Americanos. Quatro anos atrás, além do ouro dos Estados Unidos, a Colômbia ficou com a prata e o México levou o bronze. O Brasil, com Marcus D’Almeida e Ana Marcelle, caiu nas quartas de final para El Salvador. Agora em Santiago, Marquinhos e Ana Machado confirmaram o pódio na sexta-feira (3) ao chegarem nas semifinais depois de passar por Peru, Argentina e o poderoso México, pela ordem, nas três primeiras rodadas eliminatórias.

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(Alexandre Loureiro/COB)

Bicampeonato para os EUA

A final contra os Estados Unidos era dura. Do outro lado, além dos campeões, estavam a número dois do ranking mundial Casey Kaufhold ao lado de Brady Ellison, recordista pan-americano e mundial. Eles venceram os dois primeiros sets, por 40 a 37 e depois 38 a 37. Marcus D’Almeida, número um do mundo no masculino, e Ana Machado responderam e veceram o terceiro por 38 a 35, mas foram mal no seguinte e perderam por 39 a 32.

Pan, Paris e referência

O resultado animou Marcus D’Almeida para voos mais altos. “A gente já tem a vaga pra equipe mista na Olimpíada, porque classificamos um homem e uma mulher. Então, é uma prata aqui nos Jogos das Américas, né? Se a gente continuar treinando, treinando forte, no ano que vem batendo bem nas Copas do Mundo, é possível uma medalha (em Paris 2024). É mais uma chance. O misto aqui foi prata, se a gente souber trabalhar essa medalha, esse amargo que ficou, temos chance na Olimpíada.”

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(Alexandre Loureiro/COB)

Além da prata nas duplas mistas, Marquinhos conquistou um bronze com a equipe masculina. Admite que faltou alguma coisa. “Saio feliz, nunca saí com duas medalhas em Jogos Pan. O meu maior objetivo ainda é o ouro. Esses não são meus últimos Jogos, então vou treinar muito para que um dia eu consiga.” O atual líder do ranking mundial celebrou a campanha de três medalhas do tiro com arco brasileiro. “Acho isso fantástico. A gente vem pra cá com seis pessoas, cinco chances de medalha, então estamos aumentando devagarzinho. Isso mostra que é uma modalidade que tem potencial, só precisamos trabalhar muito forte pra realmente conquistar.”

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Apesar de ser jovem, tem apenas 25 anos, o bronze foi atirando ao lado de dois atletas mais novos, Matheus Gomes, de 18 anos, Matheus Zwick Ely, de 24. É referência para ambos. “Fico feliz demais, eles treinam todo dia, todo mundo lá em Maricá. Conversamos muito e é uma troca. Eu não só ensino a eles, eles me ensinam também. É eternamente essa troca de aprender com mais novos. Estamos está em sintonia, cada um no sua bolha e fazendo o seu tiro ali.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e Santiago

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