Santiago – É de prata a inédita medalha brasileira em Jogos Pan-Americanos no torneio de duplas mistas de tiro com arco. Marcus D’Almeida e Ana Clara Machado perderam por 6 a 2 para os estadunidenses Brady Ellison e Casey Kaufhold a final de Santiago 2023 disputada na manhã deste domingo (5), último dia de competições dos Jogos na capital chilena. Campeões em Lima 2019, os arqueiros dos Estados unidos celebram, portanto, o bicampeonato.
Ana Clara Machado fez o dia no Centro de Tiro con Arco ser ainda mais histórico. Conquistou outra medalha de prata inédita, a primeira em Pans de uma mulher brasileira no torneio individual recurvo. Ela fez dois combates no dia. Primeiro bateu a mesma Casey Kaufhold, segunda do ranking mundial, por 6 a 4 na semifinal. Ali mesmo entrou para a história. A seguir, enfrentou na final a mexicana Alejandra Valencia, que venceu por 7 a 1 e confirmou o favoritismo ao ouro.
Segunda edição
Esta é apenas a segunda vez em que o torneio de duplas mistas é realizado nos Jogos Pan-Americanos. Quatro anos atrás, além do ouro dos Estados Unidos, a Colômbia ficou com a prata e o México levou o bronze. O Brasil, com Marcus D’Almeida e Ana Marcelle, caiu nas quartas de final para El Salvador. Agora em Santiago, Marquinhos e Ana Machado confirmaram o pódio na sexta-feira (3) ao chegarem nas semifinais depois de passar por Peru, Argentina e o poderoso México, pela ordem, nas três primeiras rodadas eliminatórias.
Bicampeonato para os EUA
A final contra os Estados Unidos era dura. Do outro lado, além dos campeões, estavam a número dois do ranking mundial Casey Kaufhold ao lado de Brady Ellison, recordista pan-americano e mundial. Eles venceram os dois primeiros sets, por 40 a 37 e depois 38 a 37. Marcus D’Almeida, número um do mundo no masculino, e Ana Machado responderam e veceram o terceiro por 38 a 35, mas foram mal no seguinte e perderam por 39 a 32.
Pan, Paris e referência
O resultado animou Marcus D’Almeida para voos mais altos. “A gente já tem a vaga pra equipe mista na Olimpíada, porque classificamos um homem e uma mulher. Então, é uma prata aqui nos Jogos das Américas, né? Se a gente continuar treinando, treinando forte, no ano que vem batendo bem nas Copas do Mundo, é possível uma medalha (em Paris 2024). É mais uma chance. O misto aqui foi prata, se a gente souber trabalhar essa medalha, esse amargo que ficou, temos chance na Olimpíada.”
Além da prata nas duplas mistas, Marquinhos conquistou um bronze com a equipe masculina. Admite que faltou alguma coisa. “Saio feliz, nunca saí com duas medalhas em Jogos Pan. O meu maior objetivo ainda é o ouro. Esses não são meus últimos Jogos, então vou treinar muito para que um dia eu consiga.” O atual líder do ranking mundial celebrou a campanha de três medalhas do tiro com arco brasileiro. “Acho isso fantástico. A gente vem pra cá com seis pessoas, cinco chances de medalha, então estamos aumentando devagarzinho. Isso mostra que é uma modalidade que tem potencial, só precisamos trabalhar muito forte pra realmente conquistar.”
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Apesar de ser jovem, tem apenas 25 anos, o bronze foi atirando ao lado de dois atletas mais novos, Matheus Gomes, de 18 anos, Matheus Zwick Ely, de 24. É referência para ambos. “Fico feliz demais, eles treinam todo dia, todo mundo lá em Maricá. Conversamos muito e é uma troca. Eu não só ensino a eles, eles me ensinam também. É eternamente essa troca de aprender com mais novos. Estamos está em sintonia, cada um no sua bolha e fazendo o seu tiro ali.”