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Remo

Lucas Verthein: ouro no Pan, que é combustível para Paris-2024

Principal remador brasileiro disputará vaga para os Jogos no Pré-Olímpico em março, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro

Lucas Verthein, brasileiro que conquistou um ouro inédito no Pan de Santiago (Divulgação/SMG Assessoria)
(Divulgação/SMG Assessoria)

Pode-se dizer que 2023 foi um ano de evolução e grandes conquistas para Lucas Verthein. Se a vaga para a Olimpíada de Paris ficou para o ano que vem, o principal remador brasileiro ganhou aquela que era uma de suas metas na temporada: a inédita medalha de ouro para o país na categoria Single Skiff nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile. Um dos feitos que o consagrou como o melhor atleta do ano em seu esporte no Prêmio Brasil Olímpico, concedido pelo COB.

Em um ano com uma extensa agenda de compromissos, Lucas Verthein já teve no mês de fevereiro a Seletiva Nacional de remo, que definiria os atletas que integrariam a seleção brasileira nas competições internacionais. Não só venceu todas suas provas, das eliminatórias à final, como cravou o melhor tempo (6min53s) já feito por um remador brasileiro nas raias da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, justamente no seu local de treinos diários pelo Botafogo.

Em abril, nas raias da Laguna Grande de San Pedro de La Paz, local que também receberia a modalidade no Pan-Americano, era a hora do Pré-Pan. Após vencer suas provas nas eliminatórias e nas semifinais, Lucas liderava a final até os 100 metros finais, quando acabou superado pelo americano James Plihal. No entanto, a medalha de prata já o garantia no Pan.

Bons resultados em etapas da Copa do Mundo

Nos meses de maio e junho, duas etapas da Copa do Mundo, em Zagreb-CRO e em Varese-ITA. Depois de um 13º lugar na Croácia, Verthein viveu um fim de semana dos mais especiais na Itália. Mesmo não tendo avançado nas semifinais, ele fez seu melhor tempo da carreira (06min48s75) e terminou no top-10 do mundo dentre 33 remadores inscritos no Single Skiff.

“Foi o melhor resultado de um remador brasileiro no Single Skiff na história da Copa do Mundo, o que me deixou muito orgulhoso. Não só levando em conta a colocação, mas também a densidade competitiva, que é o nível da prova. Praticamente todos os grandes nomes da atualidade estavam presentes. Foi um parâmetro muito bom de se ter, já era um teste de todos os barcos para o Mundial e até mesmo para os Jogos Olímpicos. Minha preparação continuava como o planejado”, lembrou Lucas.

Um segundo semestre com títulos brasileiros

Chegava o mês de julho e, com ele, o Campeonato Brasileiro Unificado de remo, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Lucas Verthein disputou quatro provas – Single, Double e Four Skiff, além do Oito Com – e ganhou todas elas, chegando a impressionantes 54 títulos brasileiros como remador do Botafogo. Em agosto, seguia para a Europa, novamente para Varese, com o objetivo de se preparar para o Mundial que se aproximava.

Depois de um mês, lá estava o atleta em Belgrado, na Sérvia, para sua primeira tentativa de se classificar para Paris-2024 e voltar a defender as cores do Brasil numa Olimpíada. Mas o sonho de carimbar a vaga parou nas quartas de final, numa prova muito disputada. A segunda e última chance ficará para o Pré-Olímpico, que acontecerá em março, na Lagoa.

Disputa acirrada pelo ouro no Pan

Mas ainda faltava a meta traçada no início do ano, de conquistar a inédita medalha dourada no Single Skiff em um Pan-Americano. Muito focado, Lucas chegou bem à final. Na primeira parcial (500m), o brasileiro já liderava, mas com menos de um segundo de vantagem. Na metade da prova, a diferença entre ele o estadunidense James Plihal era ainda menor, passando praticamente juntos. A briga remada a remada se mantinha e, nos 1500m, era quase imperceptível quem estava à frente. Eram apenas três décimos que os separavam. Mas Verthein conseguiu confirmar sua vitória de ponta a ponta, com o tempo de 6min58s76, contra 6min59s93 do americano.

“Foi um dia que ficará para sempre na minha memória. Queria mesmo fazer a melhor prova da minha vida. Valia muito para mim, era um sonho, um objetivo, mas também era um resultado muito importante para o remo do Brasil, que não conquistava um ouro desde 1987. Essa conquista é um pedaço da minha própria história. Como tracei, precisava ser constante, sabia da qualidade dos meus adversários. Quando finalmente cruzei em primeiro, foi só explodir de alegria. Agora eu quero mais, quero Paris, quero a medalha olímpica”, finalizou.

*Com informações da SMG – Assessoria de Imprensa

Jornalista capixaba formado na PUC-SP e amante dos esportes olímpicos e paralímpicos.

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