Faltando 101 dias para o início de Paris-2024, a chama olímpica foi acesa nesta terça-feira (16), na tradicional cerimônia do Templo de Hera, em Olímpia, na Grécia. O fogo alimentou a tocha olímpica, que percorrerá toda a França em um revezamento de mais de 10 mil condutores até chegar em Paris para iluminar a pira dos Jogos em 26 de julho, durante a cerimônia de abertura.
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Por conta do tempo nublado em Olímpia, o fogo não pôde ser gerado através do tradicional método de reflexão dos raios solares sobre um espelho parabólico. Por isso, a fim de preservar os costumes originais, a organização utilizou a mesma chama que foi produzida no ensaio da cerimônia de acendimento, que ocorreu um dia antes, no mesmo local.
Tradição dos Jogos Olímpicos
O acendimento da chama olímpica remonta para a Antiguidade. O fogo era um elemento sagrado para os gregos, tanto que chamas perpétuas eram mantidas acesas em frente aos principais templos antigos. Durante os Jogos Olímpicos da Antiguidade, uma chama ficava acesa no altar do santuário da deusa Hestia, além de chamas adicionais iluminarem os templos de Zeus e Hera.
Essa tradição foi resgatada para os Jogos Olímpicos da Era Moderna em Amsterdã-1928, sendo intensificada em Berlim-1936 com o início do revezamento da tocha olímpica. Nos dias atuais, a chama é acesa em frente às ruínas do Templo de Hera por uma atriz que representa a alta sacerdotisa. Depois, ela é colocada em uma urna e entregue ao primeiro condutor da tocha.
A chama olímpica representa os valores positivos que o homem sempre associou ao simbolismo do fogo, como paz e amizade. Além disso, ela também atua como um elo entre os Jogos Olímpicos da Antiguidade e da Era Moderna. A flama mantém um ideal de pureza, que simboliza a paz e a amizade entre as nações.
Início do revezamento
Atual campeão olímpico no skiff simples do remo, o grego Stéfanos Doúskos foi o primeiro a conduzir a tocha olímpica de Paris-2024, recebendo-a das mãos de Mary Mina (atriz que interpretou a sacerdotisa) junto com um ramo de oliveira, símbolo universal da paz. Em seguida, Stéfanos passou a chama para a francesa Laure Manaudou, dona de três medalhas em Atenas-2004.
Seguindo a tradição, a chama vai percorrer a Grécia em um revezamento que vai durar 11 dias. A chama chegará em Atenas em 26 de abril, onde acontecerá uma cerimônia no icônico Estádio Panatenaico. Um dia depois, a chama olímpica embarcará no Belém, o famoso navio de três mastros que foi lançado pela primeira vez em 1896, e cruzará o Mar Mediterrâneo à vela até chegar na França.
A chama vai desembarcar em Marselha em 8 de maio. O revezamento da tocha vai ter 68 etapas no país-sede, percorrendo 400 cidades francesas, incluindo os territórios ultramarinos da Guadalupe, Guiana Francesa, Martinica, Nova Caledônia, Polinésia Francesa e Reunião. Assim, o fogo vai percorrer quatro continentes (África, América, Europa e Oceania).
Mais de 10 mil pessoas conduzirão a tocha ao longo dos próximos meses, até chegar em Paris para acender a pira dos Jogos Olímpicos na cerimônia de abertura. O pontapé inicial desta edição do megaevento será o Rio Sena, em 26 de julho. Os Jogos ocorrerão de 26 de julho a 11 de agosto, contando com a participação de cerca de 10.500 atletas de mais de 200 países.