A Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA) revelou novas alterações para o ciclo dos Jogos de Los Angeles 2028. Entre as principais modificações, destaca-se o retorno do tempo de jogo para duas etapas de 20 minutos, como era praticado antes de 2022, quando a duração foi reduzida para 15 minutos. Em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia (OTD), Júlio César Macena, conhecido como Cesinha, técnico da seleção brasileira, mostrou seu apoio à alteração no tempo de jogo.
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Para Cesinha, o retorno dos 20 minutos não beneficia apenas o Brasil, mas também a modalidade do futebol de cegos como um todo. “Neste último ciclo, já vimos a evolução de outras equipes como China, Japão, Argentina e Colômbia, que se profissionalizaram. Independentemente de o tempo ser de 15 ou 20 minutos, essas equipes já estavam se desenvolvendo e não vão sentir tanto esse retorno. Já as equipes que se beneficiaram com a redução para 15 minutos, na minha visão, terão que se preparar e se profissionalizar, caso contrário, ficarão para trás.”
Durante o ciclo anterior, a redução no tempo de jogo gerou críticas por parte da Seleção Brasileira. A equipe acreditava que a mudança nivelaria a modalidade para baixo, diminuindo a intensidade das partidas e beneficiando equipes com menor preparação física. Coincidentemente, foi o único ciclo em que o Brasil não conquistou o ouro no pódio paralímpico. Após cinco vitórias consecutivas desde Atenas 2004, a equipe terminou em terceiro lugar em Paris 2024, garantindo a medalha de bronze.
Rumo a Los-Angeles 2028
Dando início ao ciclo rumo aos Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028, a Seleção Brasileira se reuniu com foco nas novas regras. Essas regras estabeleceram o retorno dos jogos para dois tempos de 20 minutos, após a alteração de 2022, que havia reduzido para 15 minutos.
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“Demos início agora, no dia 5 de fevereiro, a esse novo ciclo. Uma das decisões acertadas, na minha visão, foi manter a equipe multidisciplinar, com a nossa comissão técnica, liderada pelo professor Alexandre, que já está à frente do grupo há bastante tempo. Tenho certeza de que, assim que as competições começarem, os atletas estarão preparados para o retorno desses 20 minutos”, afirmou Cesinha, treinador da Seleção Brasileira.
Sobre os benefícios do retorno dos 20 minutos, Cesinha destacou: “Vejo o Brasil como um grupo muito forte, uma equipe que não depende de um ou dois jogadores. Claro que temos jogadores que fazem a diferença, como o Ricardo, o Nonato e o Jefinho, mas conseguimos manter a mesma intensidade e qualidade de jogo nas substituições. É aí que vamos trabalhar, para podermos levar vantagem sobre as outras seleções.”
Além disso, Nonato, atleta tricampeão paralímpico que recentemente conquistou o bronze nos Jogos Paralímpicos de Paris, também avaliou a mudança: “Achei legal, pois isso beneficia as equipes que treinam e se preparam para um tempo maior de jogo. Vai permitir que possamos buscar a oportunidade de tentar a vitória”, afirmou.
Papel fundamental
Ex-treinador da Seleção Brasileira de Futebol de Cegos e atual Coordenador Técnico de Seleções da CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais) e da modalidade na IBSA, Fábio Vasconcelos teve um papel fundamental na implementação da nova alteração.
“Desde que mudou o círculo, fui um dos que se opuseram à diminuição dos tempos para 15 minutos. Agora, assumi a função no IBSA. Quando assumi, comecei a realizar reuniões com os técnicos de todos os continentes. Durante essas reuniões, apresentamos algumas sugestões com o objetivo de mudar. Ninguém foi contra, ninguém se opôs à mudança para os 20 minutos. Todos foram a favor, até mesmo o feminino. Então, foi algo muito tranquilo, sem rejeição de ninguém. Não houve um país ou integrante de seleção que fosse contra”, afirmou.
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