A Assembleia Geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB) aprovou nesta quarta-feira (29) a candidatura conjunta de Rio de Janeiro e Niterói para sede dos Jogos Pan e Parapan-Americanos de 2031. Dos 50 votantes, 48 foram a favor contra apenas um voto contra e outro em branco. O colégio eleitoral foi foramdo por 33 presidentes de confederações e 17 atletas. Os dois membros brasileiros do Comitê Olímpico Internacional, Andrew Parsons e Bernard Rajzman, não puderam comparecer por compromissos com o COI.
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Inicialmente, a assembleia previa um confronto entre São Paulo e as duas cidades cariocas para ser a candidata do Brasil aos Jogos Pan e Parapan-Americanos. No entanto, a capital paulista abriu mão da disputa em favor da candidatura conjunta de Rio e Niterói, que só precisou ser avalizada pelo colégio eleitoral. O presidente do COB, Marco La Porta, oficializa até a próxima sexta-feira, data limite pra as inscrições, a candidatura brasileira ao Pan de 2031.
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A partir de fevereiro, Rio e Niterói vão receber da Panam Sports a documentação para preparar a candidaturas oficial, que deve ser entregue até dia 30 de abril. Em 1º de maio, as cidades que cumprirem todos os requisitos se tornarão candidatas a sediar os Jogos. O resultado final está previsto para sair em agosto de 2025.
Palavra dos prefeitos
“Vemos como uma oportunidade incrível sediar os Jogos Pan-americanos e Parapan-americanos. A primeira mensagem que deixo aqui é o nosso reiterado compromisso de que a prioridade absoluta desse Pan são os atletas e o desenvolvimento do esporte brasileiro. É uma alegria para nós este momento e agradecemos a confiança. Vamos juntos para que possamos conquistar o direito de sediar esses Jogos”, ressaltou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
“Realmente tivemos um resultado expressivo na votação, quase unanimidade. Esse resultado extraordinário reflete o desejo do Brasil de que Rio e Niterói sediem o Pan de 2031. Esses Jogos representarão um legado de desenvolvimento para a população da Região Metropolitana do Rio. Mas, acima de tudo, reforço que fundamentalmente a nossa convicção é de que a marca será o legado para o esporte. A infraestrutura está pronta e isso é um ativo para a escolha da cidade sede que está por vir. Vamos juntos, contem com nosso entusiasmo”, endossou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.
Quase unanimidade “esconde” discussão acalorada
Os 96% de aprovação, no entanto, não refletem o tanto que a candidatura de Rio de Niterói foi discutida pela Assembléia Geral do COB. Pela amanhã, o debate foi acalorado para que uma carta com exigências às cidades candidatas fosse redigida e entregue aos prefeitos. Entre os pedidos, está a construção de um Centro de Treinamento nos moldes que tem em São Paulo o Comitê Paralímpico do Brasil, o investimento na formação de novos atletas e, por fim, o compromisso o gasto de dinheiro público.
“Debatemos muito antes de chegar à decisão de aprovar o projeto apresentado. Tivemos reuniões de trabalho com todos os membros da Assembleia, Confederações e atletas no sentido de levantar todo o histórico de desafios que temos na história da realização de Jogos, tanto no Pan de 2007 quanto na Rio 2016. Nossa gestão sempre prezará por ampliar as decisões coletivas, e ficamos muito empolgados com o envolvimento em defesa do esporte olímpico brasileiro no sentido de preservar nossas instituições e nossos valores”, afirmou o presidente do COB, Marco La Porta.
Isabel Swan no comando da apresentação
Antes da votação, foi feita a apresentação técnica da candidatura A medalhista olímpica Isabel Swan, atual vice-prefeita de Niterói, e Guilherme Schleder, secretário de esportes do município do Rio de Janeiro conduziram parte da apresentação. Em seguida, os dois prefeitos, Eduardo Paes, do Rio, e Rodrigo Neves, de Niterói, seguiram com apresentação. André Fufuca, ministro do esporte, encerrou painel.
No fim da apresentação, em vídeo, o presidente da república, Luís Inácio Lula da Silva, demonstrou apoio à candidatura das cidades. Em seguida, as ginastas Rebeca Andrade e Flávia Saraiva, a judoca Rafaela Silva, a canoísta Ana Sátila, a jogadora de vôlei de praia Carol Solberg, a nadadora Maria Fernanda Costa, a ex-atleta Aida dos Santos, entre outros, mostraram empolgação com a possibilidade do Brasil voltar a ser sede de um evento do porte dos Jogos Pan-Americanos em outro conteúdo que passou no telão.
Novidades
A premissa da candidatura é usar as estruturas já prontas que foram construídas para que o Rio de Janeiro pudesse receber os Jogos Olímpicos de 2016. Como principais novidades está a escolha da região portuária da capital carioca para receber a Vila Pan-Americana e a promessa de construção da linha 3 do metrô, que ligará o Rio às cidades de Niterói e São Gonçalo. Além disso, o plano é antecipar a despoluição da Baía de Guanabara para que termine em 2031. Vale lembrar, que esta era uma promessa que fazia parte do legado da Rio-2016, mas que não foi cumprida. Outro investimento pretendido é a reforma do complexo esportivo em que fica o estádio Caio Martins, em Niterói.
Jogos em sete clusters
O projeto prevê a realização dos Jogos Pan e Parapan-americanos em sete clusters, quatro no Rio de Janeiro e três em Niterói.
- Barra da Tijuca: Parque Olímpico (Arenas Carioca 1 e 2, Rio Arena, Velódromo, Centro Aquático Maria Lenk, Estádio Olímpico de Tênis), Riocentro e Campo Olímpico de Golfe;
- Maracanã: Estádio do Maracanã, Maracanãzinho, Estádio Nilton Santos e Sambódromo;
- Deodoro: Centro nacional de Tiro, Centro Hípico, Arena da Juventude e Parque Radical de Deodoro (Estádio de Canoagem Slalom e esportes radicais, como BMX);
- Zona Sul: Marina da Glória, Estádio de Remo da Lagoa, Aterro do Flamengo e Praia de Copacabana;
- Niterói Centro: Complexo Esportivo Aida dos Santos e Parque Esportivo da Concha Acústica;
- Niterói Zona Sul e Região Oceânica: Complexo Esportivo Caio Martins e há previsão de construção de estruturas temporárias;
- Niterói Zona Norte: Parque Esportivo e Social do Caramujo e Complexo Esportivo do Barreto.
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