Um dos maiores nomes da história da ginástica artística brasileira anunciou sua aposentadoria neste domingo (12). Primeiro brasileiro campeão olímpico da modalidade, Arthur Zanetti fez o anúncio em uma reportagem no programa Esporte Espetacular da TV Globo. O ginasta encerra sua carreira com um ouro e uma prata em Jogos Olímpicos e quatro medalhas em Campeonatos Mundiais.
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“A força que faço toda vez que subo nas argolas não é capaz de esconder minha vulnerabilidade como ser humano. Nos últimos três anos de carreira, foram cinco cirurgias que me afastaram da minha paixão. O que me doeu nunca foi a dor física. Terminar o fim da minha vida como atleta passa longe de ser um ato de desistência, mas sim um ato de respeito ao esporte que amo”, disse Zanetti em uma carta que ele leu durante a reportagem.
Arthur Zanetti nasceu em São Caetano do Sul em 16 de abril de 1990. Aos sete anos, o atleta começou na ginástica artística, onde se tornou uma referência da modalidade no Brasil. Em 2007, Zanetti fez a sua estreia na seleção brasileira adulta, participando de seu primeiro Campeonato Mundial. Os primeiros títulos de grande expressão vieram em 2011, quando foi vice-campeão das argolas nos Jogos Pan-Americanos e no Campeonato Mundial.
Mas o maior feito da carreira do atleta viria no ano seguinte. Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, Arthur Zanetti fez uma prova excelente na final das argolas. Com 15.900 pontos, o brasileiro superou o chinês Chen Yibing, que era o atual campeão mundial, para se tornar o primeiro campeão olímpico do Brasil na ginástica artística. Em seguida, Arthur Zanetti foi campeão mundial em 2013 e medalhista de prata nos Mundiais de 2014 e 2018 e nos Jogos Olímpicos Rio-2016.
Lesões atrapalharam fim de carreira
Após três participações em Jogos Olímpicos, Arthur Zanetti ainda se mantia como um nome importante na seleção brasileira e em condições de ir para Paris-2024. Mas uma série de lesões neste ciclo olímpico impediu que o atleta competisse nos Mundiais de 2022 e de 2023 e nos Jogos Pan-Americanos de Santiago.
Mesmo com vontade de continuar no esporte, o corpo de Zanetti não estava aguentando mais. “Menti muito para mim. Eu vinha para o treino, fazia um dia mais forte e para me recuperar demorava três a quatro dias. E eu mentindo para mim achando que dava para continuar. Até que chegou um momento que o joelho começou a reclamar um pouco mais, o ombro também. Foi nesse dia que eu falei: vamos parar de mentir porque isso vai fazer mal para mim. Então é hoje que vou tomar a decisão de parar mesmo. Chegou um ponto de encerrar minha carreira de atleta. Pela minha mente eu conseguiria continuar, mas o meu corpo não estava mais respondendo do jeito que eu queria”, disse o ginasta em entrevista à TV Globo.
Assim, Arthur Zanetti encerra a sua carreira como o maior medalhista da história da ginástica artística masculina do Brasil. Foram duas medalhas em Olimpíadas, quatro em Mundiais, seis em Jogos Pan-Americanos, além de oito pódios em Jogos Sul-Americanos. O agora ex-ginasta deve continuar contribuindo com a modalidade, como treinador das categorias de base da Agith, clube que defendeu desde o início da carreira em São Caetano do Sul.
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