Faltando apenas um ano para os Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina D’Ampezzo 2026, a maior parte da estrutura para a competição está pronta. Mas a grande preocupação do Comitê Olímpico Internacional é a reconstrução da Pista Eugenio Monti, em Cortina, que irá receber o bobsled, assim como o luge e o skeleton. Um imbróglio atrasou o início das obras e o Comitê Organizador Local corre contra o tempo para terminar a parte estrutural da pista até o final de março.
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Cortina D’Ampezzo sediou os Jogos Olímpicos de Inverno de 1956 e na ocasião o bosbled foi disputado na pista Eugenio Monti, que já recebia provas da modalidade desde 1923. Ela foi desativada em 2008 e o plano inicial era de que ela fosse reconstruída para receber os Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, com o evento voltando para Cortina 70 anos depois. Mas o plano foi suspenso, por preocupações de governantes locais e do Comitê Olímpico Internacional com os gastos e com os impactos da obra no meio-ambiente.
COI e a Federação Internacional de Bobsled e Skeleton (IBSF) chegaram a pensar em planos B, como realizar os esportes de trenó na Áustria ou na Suíça. Mas em 2024, foi apresentado um projeto novo para demolir a pista antiga e construir uma nova, sob oposição do COI, mas com apoio do governo italiano que preferia realizar toda a Olimpíada de Inverno nos seus domínios.
Planos extras
Porém, com a obra iniciando apenas em março de 2024, o prazo para deixá-la pronta para os Jogos Olímpicos é curto. Em setembro do ano passado, uma vistoria da IBSF e do COI aprovou o andamento das obras que estariam dentro do cronograma planejado. Mesmo assim, foi feito um plano B fora do convencional caso a pista não fique pronta a tempo. Inspirado pelo surfe nos Jogos de Paris-2024, com a disputa a 15mil km da capital francesa, a alternativa que surgiu para a pista de gelo de Cortina foi a de Lake Placid, nos Estados Unidos. O governo local investiu em obras na pista para melhorar sua estrutura para receber o Mundial de Bobsled e Skeleton de 2025. Além disso, a pista norte-americana tem um estilo similar ao design da nova configuração da Pista Eugênio Monti.
A possibilidade da disputa olímpica do bobsled ir para Estados Unidos anima Edson Bindilatti, piloto da seleção brasileira da modalidade. Como o Brasil concentra sua logística e os seus treinos em Lake Placid, isso daria certa vantagem ao piloto brasileiro que conhece a pista de cor. “Pode ser que o que a Olimpíada seja aqui em Lake Placid, porque a pista lá ainda é uma incógnita. Tem o lado ruim, de estar longe daquele calor dos Jogos Olímpicos. Mas para a gente, em termos de resultado, seria perfeito, porque essa aqui é nossa casa e a probabilidade de fazer um ótimo resultado é muito grande”, afirmou Bindilatti em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
“Não há plano B”
Mas as autoridades italianas acreditam que será possível terminar obra dentro do prazo. “Não há plano B para o bobsled. A pista vai ser construída aqui”, disse o Gianluca Lorenzi, prefeito de Cortina D’Ampezzo. Para isso, a pista propriamente dita precisa estar pronta no final de março para passar por uma homologação da IBSF e da Federação Internacional de Luge (FIL), com um possível adiamento para abril no máximo. O resto da estrutura do complexo poderá ser finalizado na sequência.
“Nós pedimos um plano B porque sabíamos que o cronograma era incrivelmente apertado. Mas nosso plano de ação é claro. A pista será congelada até o final de fevereiro e faremos a pré-homologação em março”, afirmou Christophe Duvi, diretor executivo do COI para os Jogos Olímpicos em entrevista à agência de notícias Reuters.
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