A nova gestão do Comitê Olímpico do Brasil (COB) assumiu a entidade com objetivos ambiciosos. Comandada pelo presidente Marco La Porta e pela vice Yane Marques, a diretoria tomou posse em 15 de janeiro e montou um projeto para fazer mais do que montar uma delegação forte para os Jogos de Los Angeles-2028. A meta é trabalhar com todas as esferas de governo e em parceria com o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e com o Comitê Paralímpico (CPB) para colocar o país no caminho de se transformar efetivamente numa nação esportiva.
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O primeiro ponto para isso acontecer é aumentar a prática esportiva por todo o Brasil, gerando oportunidades para experimentação de diversas modalidades. “A gente quer trabalhar muito a base do esporte no Brasil. Essa base tem que ser grande para alimentar o topo da pirâmide e gente ter muitos atletas com potencial olímpico. Temos potencial humano para isso. Acreditamos que vamos encontrar os diamantes por aí para lapidar e trazer muitas medalhas para o Brasil”, explica Yane Marques.
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Projeto a longo prazo
Um dos maiores entusiastas do projeto é Jorge Bichara. Diretor de esportes do COB entre 2018 e 2022, ele está de volta à entidade como consultor enquanto trabalha também como diretor técnico da Confederação Brasileira de vôlei. Até outubro, ele se dividirá entre as duas funções, mas a tendência é que ele volte a ser diretor de esportes depois disso.
“Quando eu conversei com o Marco La Porta, eu falei que não queria voltar para fazer as mesmas coisas e eu entendeo que o COB pode dar mais, pode contribuir mais para o desenvolvimento esportivo. Ele tem um objetivo e uma obrigação institucional que passa não somente por preparar atletas para uma disputa olímpica, mas trabalhar com outras instituições para a melhora da estrutura esportiva, por um aumento de oportunidade para atletas nas categorias de base e para que aumente a prática esportiva no país”, acredita.
Jorge Bichara releva que já há um entendimento com o CPB e com o CBC para otimizar os recursos dedicados ao esporte. “Existe um planejamento sendo estabelecido para que as entidades se falem mais, que complementem investimentos, que não concorram investimento, que a gente otimize mais o recurso que existe e que seja inteligente, criativo no melhor aproveitamento do que a gente tem de estrutura e que a gente evolua pontualmente nas estruturas que existem por aí”
COB e CPB, por exemplo, demonstram a intenção de fazer a administração conjunta do Centro de Formação Olímpica e Paralímpica de Fortaleza, que fica no Ceará. As duas entidades querem ampliar a presença pelo Brasil e o estrutura da capital cearense seria fundamental para a expansão do esporte olímpico e paralímpico pelo Nordeste.
Aumento das receitas das confederações
Outro ponto importante do plano da nova gestão do COB é ampliar a capacidade de receita das confederações. “Precisamos ajudar as confederações a receber mais recursos. Algumas delas precisam mais do apoio do COB. Esse é o momento de fazermos essa análise e não pensar só no final do ciclo olímpico lá em Los Angeles-2028, mas preparar todas as confederações e os atletas para que eles possam performar bem dia a dia, mês a mês, trazendo toda a organização e a estrutura para que eles possam performar”.
Para ampliar o poder de captação de recursos das confederações, o COB anunciou o programa Top COB, inspirado no Top COI, do Comitê Olímpico Internacional. “O Top COI existe há mais de 30 anos e o COB também é beneficiado por esses recursos, que vem dos patrocinadores olímpicos mundiais para cada um dos 206 países do universo olímpico. Então, nossa ideia é buscar não só novos parceiros, mas também dar uma gama de novas propriedades para os nossos parceiros. Então, sai todo mundo fortalecido e, sobretudo, integrado, que é a palavra de ordem do La Porta”, explica a diretora de comunicação e marketing Manoella Pena.
Reorganização
Todas essas novas ideias surgem em menos de um mês de gestão, que ainda acabou sendo atrapalhada pelos poucos dias de transição, que foram oferecidos pelo antigo presidente, Paulo Wanderley. Foram apenas nove dias até que a nova diretoria tomasse posse. Apesar de ainda estarem se ambientando e tomando conhecimento de todos os processos do COB, o trabalho está a todo vapor.
“É um momento de reorganizar como a gente quer fazer as coisas, reorganizar equipe, reorganizar estrutura, revisitar o planejamento estratégico, mudar algumas coisas, mudar o orçamento que foi aprovado (pela antiga gestão) em 2024 para que a gente possa fazer da maneira que achamos correta e mais assertível possível”, explica o presidente Marco La Porta.
Prioridades para 2025
Como não poderia deixar de ser, a prioridade é o esporte. “É sempre o mais importante. Voltamos a juntar as áreas de desenvolvimento e alto rendimento, então precisa reorganizar, entender, sentar com as confederações, mostrar o novo caminho. E é bom que a gente tem o ciclo cheio novamente, de quatro anos. Então, temos 2025 para realinhar o trajeto para que a gente possa lá na frente colher os frutos”, garante.
Apesar de faltar três anos e meio para os Jogos Olímpicos de Los Angeles-2024, há muito o que ser feito em 2025 como explica Jorge Bichara: “Analisar o cenário internacional, identificar dentro do Brasil como está o nível dos jovens que estão em ascensão, sentar com todos os nossos atletas de destaque e entender qual o momento em que eles estão em termos de disposição de encarar mais quatro anos de preparação, é o momento também de recuperar atletas que estão desgastados fisicamente e precisam passar por processos, às vezes, de cirurgia e processos de recuperação física um pouco mais paciente, um pouco mais demorado e é o momento para dar oportunidades para jovens nas modalidades coletivas para ganhar experiência e confiança”.
A prioridade em 2025 é reorganizar a gestão sem perder o foco nos atletas que estão na ativa e performando, mas com um olhar em um projeto a longo prazo para transformar a prática e a cultura esportiva do Brasil. Quanto mais pessoas praticarem esporte pelo país, maior a chance de surgirem atletas de qualidade e, consequentemente, fortalecer a nação nos Jogos Olímpicos do futuro.
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