Maria Elizabeth Silva, nascida na pequena cidade de Mulungu, na Paraíba, para o Pan-Americano Júnior de Wrestling e o mundo
Maria Elizabeth Silva ou simplesmente Beth, nasceu na pequena cidade de Mulungu, Paraíba, que segundo o último CENSO do IGBE possui pouco mais de 9mil habitantes. As poucas oportunidades que a cidade oferece fizeram a mãe e o padrasto de Beth se mudarem para o Rio de Janeiro no intuito de proporcionar uma vida melhor para menina de 4 anos. E foi em uma escola onde estudava, próximo a própria casa que a lutadora conheceu o esporte que viria a se dedicar e que mudaria sua vida para sempre .
“Conheci a luta na escola em que estudava em 2013, o GEO-Félix com o treinador Fabrício Xavier, que é meu treinador até hoje. Eles ofereciam muitos esportes para praticar e acabei gostando da luta. Quando você ainda é muito criança ainda não tem a noção do quão importante aquilo vai ser na sua vida. Era muito mole pra lutar e quando fui disputar os jogos estudantis que se vencesse daria vaga para os Jogos Escolares da Juventude. Foi nesse momento que eu soube o que queria”, frisou Beth.
O desejo de viajar impulsionou a paraibana radicada na comunidade do Caju, Zona Portuária do Rio. A partir do momento em que Beth agarrou a oportunidade oferecida passou a se destacar e graças aos seus resultados já viajou para competir em Brasília, no próprio estado natal, Paraná e duas vezes para fora do país, ambas no Pan-americano Cadete. Em 2016, Beth terminou em quinto no Pan de Lima, Peru. Já no ano passado ficou com o vice-campeonato em Buenos Aires, na Argentina e o melhor resultado da carreira. Entre um torneio e outro Beth engatou um relacionamento com o também atleta Phelipe dos Santos do estilo livre e pela primeira vez os dois vão representar o Brasil juntos.
“Conheci o Phelipe em um treinamento e depois acabamos ficando juntos. O lado bom é que um entende o outro e sempre apoia. Já o lado ruim é quando os dois estão em processo de perda de peso e ficam estressados. Como ele é mais velho, sempre está uma categoria acima, mas nesse Pan vou completar 18 anos durante a competição e vamos lutar juntos. Estamos felizes e conversando bastante sobre como vai ser o torneio”, revelou Beth, que segue treinando no Geo Félix, no Caju.
Ano que vem Beth vai fazer do Programa Bolsa Atleta, ou seja, vai passar a receber uma ajuda financeira do Ministério do Esporte. Enquanto ainda consegue se sustentar com o esporte, Beth vai dobrando a mãe e deixando para trás as brigas em casa. Depois de dois períodos de treino, um pela manhã e outro à tarde, ir à escola de noite, a atleta ainda arruma tempo para auxiliar nos afazeres domésticos e cuidar das duas irmãs mais novas, de 4 e 13 anos. A batalha em casa Beth parece já ter superado, agora a próxima parada é o Pan-americano em Fortaleza, outra cidade que Beth vai conhecer graças ao wrestling.
“Já discutimos muitas vezes e minha mãe não conseguiu tira a ideia de lutar da minha cabeça. Posso dizer que hoje ela aceita. Por isso sou muito grata ao meu treinador Fabrício, aos treinadores da seleção Pedro e Angel, ao meu namorado Phelipe e a todas as companheiras de treino que me ajudam a evoluir cada vez mais. Acredito que pelos treinamentos tenho chance de chegar ao pódio e se Deus quiser voltar para casa com uma medalaha”, concluiu Beth.
Como torcer para Maria Elizabeth Silva no Pan-americano Júnior de Wrestling 2018:
Categoria: até 59kg do wrestling feminino
Dia da luta: 18/08
Local: Centro de Formacao Olimpica do Nordeste Av. Alberto Craveiro s/n, Castelao, Fortaleza – Ceara
Horário: Eliminatórias 10h às 15h e finais 18h às 20h30