Das lutas que começaram dentro de casa para poder treinar, Flaviana Arruda chega para a disputa do Pan-Americano Júnior de Wrestiling
Flaviana Arruda começou na modalidade meio por acaso influenciada pelo primo. Antes de brilhar nos tapetes nacionais, Flaviana teve que vencer a primeira adversária dentro de casa. A mãe da atletas, Rita Medeiros, estranhou o pedido da filha para fazer wrestling. Em um primeiro momento, Rita torceu o nariz para ideia da filha. Mas bastou uma ao treinamento da filha para Rita mudar de ideia e ver que a vontade e poder de superação de Flaviana seriam incapazes de serem revertidos.
“Antes mesmo de começar a treinar já tinha conversado com minha mãe, de primeira ela não gostou muito, mas quando viu um treino, passou a me apoiar e desde então dá força para continuar e para que eu me supere cada vez mais. Comecei a treinar depois dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e seis meses depois disputei os Jogos Escolares do Rio Grande do Norte e consegui a medalha de prata. Essa medalha deu força para seguir no esporte” contou Flaviana, de apenas 18 anos.
Flaviana é uma dos 50 jovens atendidos pelo projeto: Campeões de Vida que atende cerca 50 crianças em Ceará-Mirim, município localizado na grande Natal. Sem apoio de patrocinadores locais, o projeto sobrevive graças a garra, determinação e paixão de atletas e treinadores. Mais um combustível para que Flaviana siga a rotina de estudos e treinos e repita as boas exibições realizadas no Campeonato Brasileiro Júnior 2018, que lhe rendeu o título e a possibilidade de representar o Brasil.
“Como estou no terceiro ano pela manhã vou para escola, à tarde faço musculação e depois sigo para o projeto onde treino. Atualmente o projeto não conta com nenhuma ajuda e sobrevive do esforço do nosso técnico Thiago Kiyota e de nós atletas que lutamos sempre com vontade. Quero vencer o torneio para ajudar o projeto a crescer cada vez mais”, contou Flaviana.
A vontade de vencer e se tornar uma atleta olímpica é tanta que nem sobra tempo para o lazer. Quando não está lutando, estudando ou aprimorando a parte física, Flaviana está pensando em wrestling. Na última edição dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a agora lutadora desconhecia a modalidade, mas a aplicação nos treinamento e faz de Flaviana uma das promessas do wrestling nacional para os Jogos Olímpicos. Se para os próximos Jogos Olímpicos, em Tóquio, daqui a dois anos o tempo parece curto, para Paris-2024 e Los Angeles-2028, o sonho parece real.
“O wrestling foi o primeiro esporte que pratiquei na vida. De início fiquei me perguntando: onde vou pegar para derrubar a adversária? Não tem quimono nem nada para jogar no chão. Depois fui treinando, aprendendo as técnicas e gostei. Hoje sou apaixonada pela luta e espero não parar tão cedo”, frisou Flaviana.
Como torcer para Flaviana Arruda no Pan-americano Júnior de Wrestling 2018:
Categoria: até 53kg do wrestling feminino
Dia da luta: 18/08
Local: Centro de Formacao Olimpica do Nordeste Av. Alberto Craveiro s/n, Castelao, Fortaleza – Ceara
Horário: Eliminatórias 10h às 15h e finais 18h às 20h30