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Judô

CBW realiza ação para capacitar professores do judô no wrestling

Visando fomentar a modalidade no território nacional, CBW realiza ação de capacitação de professores de judô para o wrestling

Ação CBW Wrestling judô Ribeirão Preto
Professores que participaram do curso de capacitação da CBW (Foto: Divulgação)

Visando fomentar a modalidade em território nacional, a Confederação Brasileira de Wrestling (CBW) iniciou um projeto de capacitar professores de judô para que possam também dar aulas de wrestling. A primeira ação do tipo foi realizada neste mês de julho em Ribeirão Preto-SP. Na cidade do interior paulista, que se prepara para receber os Jogos da Juventude de 2023, o curso foi ministrado pelo ex-atleta e hoje treinador da seleção brasileira, Felipe Macedo.

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Eleita pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Ribeirão Preto vai receber os Jogos da Juventude de 2023. A competição multi-esportiva vai reunir cerca de 4.500 jovens atletas, de até 17 anos de idade, provenientes de escolas públicas e privadas de todo o país. Por ser um evento de grande porte, Ribeirão Preto está se organizando para desenvolver em seu território as modalidades que estão no programa dos Jogos e o wrestling é uma delas.

O wrestling é pouco difundido em Ribeirão Preto. Como o judô é muito praticado na cidade – segundo o secretário de Esportes André Trindade, pode ser considerada a segunda modalidade mais desenvolvida em Ribeirão, atrás apenas do futebol – com muitos clubes e academias especializadas na modalidade, a Secretaria de Esportes abraçou a oferta da CBW do curso de capacitação de professores de judô para o wrestling. Assim, a cidade foi a primeira a receber a ação

“Na primeira oportunidade que surgiu sobre a formação de wrestling pela confederação, eu já falei: ‘Como faz para trazer? Vamos fazer!”. Porque quem sabe, é um desejo nosso, podemos colocar atletas de Ribeirão nos Jogos da Juventude, disputando a seletiva estadual e incentivando as pessoas a se interessarem pela modalidade. É um desejo colocar os atletas de Ribeirão e região para competir em casa, o que traz muito mais do interesse da população”, disse o secretário André Trindade.

O curso

O curso contou com a presença de cerca de 15 professores. Além do judô, alguns instrutores também eram advindos do jiu-jitsu. As aulas foram ministradas por Felipe Macedo em uma academia do sensei Cleber do Carmo, que é o delegado regional de judô em Ribeirão Preto. O curso, que durou um final de semana, contou com um manual metodológico disponibilizado pela CBW, em que há a parte teórica sobre a modalidade e fotos com as posições técnicas, e vídeos das técnicas para colocar a ação na prática.

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“Eles são professores que já sabem dar aula, para crianças ou estudantes de Educação Física. Nós não vamos precisar perder tempo ensinando o desenvolvimento esportivo, de como montar ou planejar uma aula, porque isso tudo eles já sabem fazer. O que os professores precisam saber são as técnicas do wrestling, as regras, a história e as nuances da modalidade. Com isso, já cortamos uma etapa. Não é o melhor dos mundos, mas é uma estratégia pensando a curto prazo”, explicou Felipe, que faz parte da comissão de treinadores da CBW.

cbw judô Ribeirão Preto
Professores de judô acompanham aula de Felipe Macedo (Foto: Divulgação)

Relação do judô com o wrestling

Felipe Macedo começou justamente no judô e depois migrou para o wrestling, assim como boa parte de sua geração. Na modalidade, fez história no estilo greco-romano e conquistou a primeira medalha do Brasil no estilo em Jogos Pan-Americanos, com um bronze na Rio-2007. Após uma aposentadoria precoce, ele passou a ser treinador da Marinha e da seleção brasileira de wrestling, tendo ido para os Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano passado.

Advindo do judô, Felipe destaca a importância de se ter profissionais capacitados no wrestling para que mais crianças possam ter o primeiro contato com a modalidade ainda cedo. Segundo ele, o panorama de hoje já é bem melhor do que aquele observado na sua época, quando muitos dos atletas do wrestling vinham de outros estilos de luta. 

“O wrestling tem que se tornar mais comercial, mas este é um trabalho mais difícil. O judô tem mercado, o professor pode dar aula em escola e pode abrir uma academia, por exemplo. O wrestling ainda é um pouco complicado, ele ainda está só no mundo competitivo. Temos que criar essa cultura. É um trabalho difícil, mas que está sendo feito”, comentou o treinador, que avalia a ação da CBW como promissora na tentativa de alavancar a modalidade em território nacional.

“É uma estratégia da confederação. Um dos nossos problemas hoje para aumentar o volume de atletas e participantes, principalmente na iniciação, é a falta de treinadores. Não temos tantos treinadores espalhados pelo Brasil. Se nós formos esperar os nossos atletas encerrarem a carreira para depois fazer uma faculdade de Educação Física ou um curso de formação de treinador, isso demanda um tempo. Então tivemos essa estratégia para fomentar a modalidade”, completou Felipe, que iniciou sua graduação em Educação Física quando ainda estava competindo.

Feedback positivo com foco nos Jogos da Juventude

Segundo André Trindade, que lidera o grupo que já está organizando os preparativos para os Jogos da Juventude no próximo ano, a vinda do curso foi muito benéfica pensando na competição e também para o desenvolvimento do wrestling em Ribeirão Preto.

“O feedback que tivemos foi muito importante. A iniciativa da Secretaria de trazer esse curso foi por conta dos Jogos da Juventude. Se queremos criar um ambiente daquilo que estamos trazendo é bom começar antes a fomentar as outras modalidades, principalmente as que não têm grande repercussão ou divulgação. Nós passamos a acompanhar aquilo que não acompanhávamos”, falou.

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Já em preparação para os Jogos da Juventude, Ribeirão Preto sediou os Jogos da Melhor Idade (JOMI) da 5ª Região Esportiva do Estado de São Paulo, em junho. A cidade organizou a competição em tempo recorde, depois que Franca desistiu de recebê-la. No mesmo mês, a cidade também recebeu a Copa Brasil de Paraciclismo, tendo, inclusive, dois atletas locais medalhistas. Maurício Dourado conquistou dois ouros e Mariana Garcia foi prata em duas oportunidades.

Paulistano de 23 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri a Universíade de Chengdu, o Pan de Santiago-2023, a Olimpíada de Paris-2024 e a Paralimpíada de Paris-2024.

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