A brasileira Laís Nunes completou em Tóquio o segundo ciclo olímpico dela no wrestling. Esteve na Rio-2016 com 23 anos, a mais jovem atleta a defender o país na luta olímpica em uma edição de Jogos, e com 28 na capital japonesa disputou a segunda da carreira. Passados alguns meses das lutas no oriente, a goiana da pequena Barro Alto afirma que um dos grandes aprendizados tirados é saber aproveitar melhor a caminhada.
“Foi minha segunda Olimpíada competindo, então com certeza não era a Laís que lutou os Jogos do Rio. Com certeza a próxima não serei a Laís que lutou Tóquio. Cada vez mais é um crescimento como atleta, abriu muito os meus olhos em relação a outras coisas como aproveitar mais a jornada, entender melhor o processo e não focar tanto só no resultado. Meu legado, minha trajetória, já tenho orgulho. Continuar trabalhado, acreditar mais no meu potencial e não me cobrar tanto. Os resultados virão eu me sentindo pressionada ou não, na pior fase ou não”, disse, na noite de entrega do Prêmio Brasil Olímpico, que ela venceu na categoria wrestling pela terceira vez seguida.
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Desafiante e maravilhoso
Laís Nunes lembrou também que o ano foi bem atípico por conta da pandemia da Covid-19. “A reta final foi bem desafiante. No geral digo que foi um bom ano, poder ter competido nos Jogos diante de toda a situação que o mundo passou realmente foi uma grande vitória. Ter ido para lá com saúde, entrar no tapete e fazer o que eu amo. Depois teve o Campeonato Mundial, que mais uma vez eu bati na trave. Tudo isso tem sido experiência. Estamos sempre batendo entre as melhores do mundo, então não tem do que reclamar. O trabalho que tenho feito tá me levando pra onde eu quero chegar e mesmo que seja a passos curtos, é um processo. Estou muito feliz com esse processo, além do amadurecimento enquanto atleta e pessoa. Foi um ano maravilhoso.”
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Na capital japonesa, ela terminou a participação no wrestling em 14º, uma posição acima da Rio-2016. O pós Tóquio foi um momento de muita reflexão. “Pesamos as coisas, o ano, os próximos passos. Foi importante descansar a mente, relaxar, colocar a cabeça no lugar. Sempre dá um baque, porque é uma competição tão importante, mas hoje aprendi a ver como a continuidade de um processo. Acabou um, mas a vida continua. Vem outros e tenho de estar firme, preparada para os próximos que virão. É pegar um ar, bater a poeira e ir em frente.” Ir em frente significa Paris-2024? “Vou fazer o melhor trabalho que eu fiz. Me levou a duas Olimpíadas e o que tiver de vir, vai vir. Tenho planejado cada passo, cada competição preparatória, mesmo que eu tenha de investir do bolso. Vou continuar fazendo a minha parte, trabalhando duro, acreditando, perseverando.”