Quase que na rua de trás e por influência do irmão mais novo, Assíria da Silva e Pedro da Silva começaram a treinar wrestling. Cerca de oito anos depois da primeira aula na modalidade, os dois irmãos estarão na delegação que representará o Brasil nos Jogos Pan-Americanos Júnior, que acontecerão em Cali a partir do dia 25 de novembro. “Vamos em busca do melhor resultado possível. Queremos o ouro”.
A relação dos irmãos Assíria da Silva e Pedro da Silva, de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, é composta por uma série de fatores. Amor ao esporte, oportunidade e vontade de seguir são ingredientes primordiais na trajetória dos dois, e do irmão mais novo Paulo. A convocação para representar o país nos Jogos Pan-Americanos de Cali é apenas a constatação de que o caminho seguido é o certo e dá frutos.
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“Vamos em busca do melhor resultado possível. Queremos o ouro. Mas os Jogos Pan-Americanos de Cali mostram que o trabalho duro é recompensado. Tudo que a gente passou, abriu mão, tudo que a família ajudou para chegar até aqui valeu a pena e poder estar em Cali, pra mim, é uma das provas de que isso foi o certo também”, comentou Pedro.
“Eu não sabia, mas Cali é classificatório para os Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023. Essa competição nos mostra que podemos ficar um pouco mais perto dos Jogos Olímpicos, de Paris-2024, e estar em uma Olimpíada é o sonho de todo atleta. A minha trajetória como atleta não depende do resultado que eu vou ter lá, mas poder estar competindo lá é muito importante”, disse Assíria.
Wrestling e a irmandade
As lutas só cruzaram o caminho dos irmãos Da Silva por conta do mais novo dos três filhos da família. Paulo, que não estará na Colômbia por conta da idade, foi o primeiro a treinar wrestling e influenciou na chegada de Pedro e Assíria na modalidade.
“O Paulo começou antes que a gente e a vontade e o sucesso dele nas aulas fez a gente começar. Tem uns oito anos isso. Foi difícil no começo, porque é um esporte que usa todo o corpo, às vezes dói e em outras você dá uma machucada, mas sabe quando pega amor na coisa? Foi assim com a gente. Começamos no projeto social e depois fomos para uma academia com o mesmo professor. Estamos lá até hoje”, disse Assíria.
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Treinando entre irmãos desde o começo da trajetória na modalidade, a relação entre Assíria, Pedro e Paulo ficou, digamos, mais intensa. “Ela é muito chata. Ela é a mais chata. Ela é preocupada com o nosso peso, fica no nosso pé pra dieta, para a viagem, tudo. Mas ela é aquela chata necessária. Aquela chata que a gente precisa e faz com que as coisas aconteçam”, disse Pedro sobre a irmã.
“Com o Pedro eu aprendi a ter calma. Viver e aproveitar o agora. Eu sou muito ansiosa e fico antecipando as coisas. O Pedro me ensinou e me mostra que eu preciso ter a calma para estar aqui e viver o presente”, explicou Assíria.
A inspiração vem do primeiro treino
É comum ver nas histórias de atletas que a trajetória deles começou por conta de outra pessoa do esporte. Com Assíria da Silva e Pedro da Silva não é diferente, mas a inspiração vem de um jeito um pouco diferente.
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“Eu já chamei muita gente na vida de professor, mas nenhuma tantas vezes como foi com o Agnaldo Pereira, o meu primeiro e único professor no wrestling. Ele nunca desistiu da gente, ele nunca parou de tentar nos ajudar. Ele era do projeto social, saiu e foi atrás de nós três, para que seguíssemos no wrestling. Ele teve inúmeros convites e propostas para seguir na modalidade em outros lugares, do Brasil e do mundo, e preferiu seguir em Campo Grande, mesmo quando só tinha eu e meus irmãos para ele treinar. Ele sempre acreditou e ele é uma das minhas inspirações”, disse Pedro e concordou Assíria.