Há seis anos que Giulia Penalber treina wrestling de maneira exclusiva. Vinda do judô, esporte que praticou até 2014, a atleta tem no ciclo para Tóquio os seus melhores anos na modalidade e acredita que é possível subir no pódio olímpico. “Eu acredito muito que é possível sim disputar uma medalha”, afirmou a atleta, em live para o Olimpíada Todo Dia nesta quarta-feira (19).
Depois de um começo ruim no ciclo para os Jogos Olímpicos, sem conseguir se credenciar para a disputa do Mundial de 2017, Giulia Penalber teve uma conversa com seus técnicos, alinhou novamente os objetivos e foi conquistando cada um deles.
“Esse ciclo foi muito importante. Mesmo não tendo começado bem em 2017, quando não consegui a vaga para o Mundial. Conversei com meus técnicos, que me passaram que o foco era o Jogos Pan-Americanos de 2019. Foquei no treinamento e lá eu fui medalha de bronze”.
“Se eu fizer o melhor que eu posso, é possível chegar longe. Para alguns, uma medalha de bronze é só uma medalha, mas para a Giulia, como atleta e pessoa, foi uma grande conquista”, completou a atleta.
Além do pódio em Lima, Giulia Penalber foi campeã dos Jogos Sul-Americanos, em 2018. Atualmente, é a quinta colocada no ranking mundial. Apesar das conquistas, a atleta ainda não garantiu a vaga olímpica.
Caminho para Tóquio
No wrestling feminino, existiam três caminhos para chegar até Tóquio. O primeiro era pelo Mundial de 2019. A competição dava cinco vagas para os Jogos, porém Giulia Penalber terminou na oitava colocação, ao ser eliminada a uma luta da vaga.
+ #5fatos que você não sabia sobre Giullia Penalber
A segunda opção era através da classificatória Pan-Americana. O torneio, que foi disputado no Canadá, dava duas vagas para a Olimpíada de Tóquio, para as duas finalistas de cada categoria, e a brasileira acabou eliminada antes disso e ficou sem a vaga.
A última chance de Giulia Penalber se garantir em Tóquio é o pré-olímpico mundial. Programado originalmente para abril de 2020, a competição foi adiada para o mesmo mês só que em 2021 e dá as duas últimas vagas para os Jogos Olímpicos do Japão. Nesta competição, somente as atletas que não estão classificadas para a Olimpíada participam e, por conta de sua classificação no ranking mundial, a brasileira deve ser uma das favoritas para a vaga.
+ SIGA O OTD NO FACEBOOK, INSTAGRAM, TWITTER E YOUTUBE
“Nenhum caminho é fácil. O menos difícil, digamos assim, era o continental pela quantidade de atletas participantes, que é menor, mas é muito disputado também. Neste pré-olímpico mundial, eu devo ser uma das cabeças de chave por conta do ranking mundial. Com isso, eu fico de um lado da chave a outra atleta muito bem cotada vai pro outro, mas deve ser muito difícil do mesmo jeito”.
Outras duas atletas do Brasil já estão garantidas nos Jogos Olímpicos no wrestling feminino. Aline Silva e Lais Nunes carimbaram o passaporte através do pré-olímpico continental e Giulia Penalber não esconde a felicidade que sentiu.
+ Mais preparada, Laís busca 1ª medalha olímpica do wrestling
Sucesso da equipe
“Foi uma felicidade muito grande, de toda a equipe. Apesar do eu não ter conquistado a vaga, o fato delas terem conquistado me deixou muito feliz. Somos de estados diferentes, mas sempre nos encontramos nas competições e tentamos se ajudar da melhor maneira”.
+ #5fatos que você não sabia sobre Laís Nunes
Por causa da pandemia do coronavírus, os treinamentos do wrestling só conseguiram retornar há pouco tempo. Apesar da volta, eles não estão sendo realizados em sua totalidade. Com cada um dos atletas se mantendo “em seu quadrado”, o contato ainda não é permitido pelas restrições de saúde.
Por isso, a participação da modalidade na Missão Europa, organizada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) é vista por Giulia Penalber com bons olhos. “Pelo que me falaram, nós vamos em novembro e eu penso que será muito proveitoso. Lá será possível ter os treinos de contato e vamos conseguir usar toda a estrutura. Levando em conta que o pré-olímpico é em abril, que parece longe mas não é, será muito bom”.
+ Após ciclo difícil, Aline Silva vai buscar medalha em Tóquio
O momento é bom, mas o futuro pode ser melhor
O atual momento do wrestling feminino brasileiro é bom. Nos últimos seis anos, o país conquistou medalhas em campeonato mundial, Jogos Pan-Americanos e as atletas passaram a figurar entre as melhores da modalidade no ranking mundial.
Porém, quando pensa no futuro, Giulia Penalber é direta ao falar o que pensa que pode acontecer com o Brasil com a geração que está vindo. “Cada vez mais temos mais atletas começando cedo.A maioria que compete no adulto hoje começou em outra modalidade. Essa nova geração começou no wrestling já. Com isso, praticando desde cedo, a qualidade aumenta. A próxima geração vai ser melhor que a nossa e a ideia é isso”.
Veja como foi a live de Giulia Penalber com o OTD: