Com a medalha no peito e a cabeça um pouco mais fria após um longo dia no Campeonato Mundial de judô, Érika Miranda desabafou. Nesta sexta-feira, ela conquistou o bronze na categoria até 52kg, a quinta medalha de sua carreira no torneio, mas, apesar do sorriso, não estava completamente satisfeita. Na semifinal, perdeu para a japonesa Ai Shishime por um Waza-ari, e estava pressionando a rival quando o tempo acabou.
“Só queria um minuto a mais de luta para fazer diferente. A luta contra a japonesa foi complicada. Tenho retrospecto de perder para as japonesas, mas sempre nos pequenos detalhes” – disse.
No combate contra Shishime, Érika sofreu um Waza-ari com menos de um minuto de luta. A partir daí, partiu para cima da rival. Faltando 2min30s, conseguiu projetar a rival, mas a adversária caiu de frente, sem pontuação. Segundos depois, a japonesa sofreu uma punição por falta de combatividade e, na sequência, Érika derrubou-a novamente, mas sem conseguir pontuar. Outra punição para Shishime, que poderia ser desclassificada do combate a qualquer momento. Mas, nos últimos segundos, conseguiu administrar bem o relógio e venceu a luta.
Na disputa do bronze, Érika passou pela compatriota Jéssica Pereira, de 24 anos, que fez uma boa campanha.
– A Jéssica mostra a força do judô feminino brasileiro. Dua meninas disputaram medalha, encarei ela como qualquer outra menina do mundo, deixei de lado a amizade. Deu tudo certo para mim – disse Érika, que conseguiu estrangular a rival em vinte segundos.
Assim como aconteceu nos Mundiais de 2014, 2015 e 2017, Érika Miranda “abriu” os trabalhos do judô nacional, conquistando a primeira medalha. Ela prevê outros pódios:
– A equipe que veio é muito talentosa, todo mundo treinou e se dedicou. A gente não pode esquecer o fator competição, a dificuldade do torneio, mas vem mais medalha. Agora vou ficar na torcida – disse.