Na última quarta-feira, eu estava em Lausanne, na Suíça, sede do Comitê Olímpico Internacional (COI). Conheci o museu olímpico e fiquei algumas horas na biblioteca ali ao lado, que tem o maior acervo do mundo relacionado ao assunto. Aí, levei uma chuva voltando para o hotel e, até aí, tudo bem.
No hotel, tirei minha meia, que estava molhada, e deixei secando perto da janela. Depois de algum tempo, fui olhar e o objetivo não tinha sido alcançado. Continuava encharcada. A solução foi colocar perto da luz, para secar mais rápido e não levar, na mala, uma roupa molhada. Já era uma da manhã.
Aí, assim que me deitei, comecei a ouvir um alarme de incêndio. Abri a porta do quarto e fui tentar entender o que estava acontecendo. No que eu voltei, uns 20 segundos depois, vi minha meia pegando fogo. Sim, o alarme de incêndio disparou uma da manhã porque minha meia estava pegando fogo.
Com uns soprinhos, o fogo foi apagado Mas o alarme, claro, seguia disparado. Só iria parar quando os bombeiros chegassem, só eles conseguem desligá-lo. Nisso, todo mundo do hotel foi obrigado a descer. Eram sessenta quartos, mais de cem pessoas hospedadas.
Todos lá embaixo, uma da manhã, com um alarme ensurdecedor, por minha causa. Eu tinha que explicar para cada um que MINHA MEIA pegou fogo porque eu fui secá-la. Muitos deram risada, alguns ficaram aliviados por não ser nada sério e, claro, teve gente que fez cara feia. Mas o que eu podia fazer?
Foram trinta minutos esperando os bombeiros e querendo me esconder de todo mundo. Sempre com o alarme tocando. Aquela cara que você faz quando bate o carro, perde o trem ou chega atrasado no ENEM. Uma cara de “Que burrada que eu fiz”.
Aí os bombeiros chegaram. Caminhão, hidrante, mangueira, seis funcionários…Aí eu os recepcionei com uma meia na mão e expliquei. O cara teve que colocar na notificação toda a história.
No fim, todos voltaram para os quartos. Sãs e salvos. E um pouco mais cansados do que deveriam.