A quinta-feira, 20, tinha tudo para ser mais um dia normal de treinos para a dupla de vôlei de praia formada pelo campeão olímpico Bruno Schmidt e Pedro Solberg. Porém, a quadra do Marina Barra Clube, no Rio de Janeiro, foi “invadida” pelos profissionais do Laboratório Olímpico do Comitê Olímpico do Brasil (COB). No intervalo das cortadas, saques e defesas, os atletas passaram por coletas de sangue e análise de movimentos. Tudo para municiar a treinadora Letícia Pessoa com informações que a ajudarão a planejar os treinamentos da dupla e o progresso na performance dos atletas.
“Esse trabalho que fazemos juntamente com o COB é um diferencial, que pode auxiliar a otimizar a nossa preparação. Ele te dá informações muito boas sobre como estamos tratando o nosso corpo. São diversos fatores que nos ajudam a nos conhecer. Esse suporte é fundamental para sabermos como o nosso corpo está correspondendo”, avaliou o campeão olímpico Bruno Schmidt.
Parte integrante do Centro de Treinamento Time Brasil, o Laboratório Olímpico está instalado no Parque Aquático Maria Lenk, no Parque Olímpico da Barra. Mas, assim como ocorreu no vôlei de praia, o Laboratório também realiza ações externas, indo ao local de treinamento dos atletas.
“Hoje em dia quem não trabalha usando o apoio da ciência e da tecnologia está atrasado. Sabemos que o esporte é decidido em pequenos detalhes e está todo mundo se profissionalizando cada vez mais. Nosso time está com uma estrutura muito legal, mas a gente sabe como é importante esse apoio para averiguar onde pode melhorar e explorar o nosso melhor”, ressaltou Pedro Solberg, que disputa o Circuito Mundial de vôlei de praia desde os 19 anos e em 2008, jogando ao lado de Harley, tornou-se o mais jovem campeão da competição. Ao longo da carreira, conviveu com muitas câimbras.
Hoje, aos 32 anos, Pedro está há mais de um ano e meio sem se lesionar. O atleta carioca acredita que a ciência do esporte tem papel fundamental para sua atual condição física. “O COB vem investindo nessa área e sem dúvida a gente vem ganhando muito com isso. Venho me lesionando muito pouco e melhorando a minha performance. Acredito muito que, com base nesse apoio que venho recebendo principalmente nesse lado científico, aprendi a respeitar o meu corpo, saber qual o meu limite, mas principalmente passei a me hidratar muito melhor e ver que o descanso é uma coisa fundamental”, considera Pedro.
Bruno e Pedro são parceiros de longa data. A primeira vez que atuaram juntos foi no Mundial Sub-21, em 2006, na Polônia, quando conquistaram medalha de ouro. Depois disso, voltaram a se reunir na temporada 2012/2013, alcançaram os títulos do Circuito Brasileiro e das etapas de São Paulo e Haia do Circuito Mundial, além de outras quatro medalhas. “Muito feliz por voltar a jogar com o meu amigo Pedro. É um cara que tenho um carinho enorme. Sabemos que não temos mais aquela juventude, mas estamos empolgados, reunindo forças, puxando um ao outro. O Pedro é um craque de bola, que eu deposito muita confiança e tenho certeza que vamos dar muito trabalho para o resto do mundo”, comentou Bruno Schmidt
A nova parceria entre Bruno e Pedro terá ainda o auxílio luxuoso da treinadora Letícia Pessoa, que tem três medalhas olímpicas de prata no currículo. Duas com Adriana Behar e Shelda, em Sydney 2000 e Atenas 2004, e uma com Alison e Emanuel, em Londres 2012..