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Vôlei de Praia

Após ouro nas Olimpíadas da Juventude, Duda mira Tóquio

Divulgação

Depois de conquistar a medalha de ouro nos Olimpíadas da Juventude, em Nanquim 2014, Duda mira repetir feito em Tóquio

Eduarda Santos Lisboa é um talento precoce das areias. Aos 19 anos, é vista como um dos principais nomes da nova geração do vôlei de praia nacional e forte candidata a uma das vagas para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Há quatro anos, a sergipana de Aracaju teve a oportunidade de “estagiar” na maior e melhor escola que o esporte pode oferecer: os Jogos Olímpicos da Juventude. Ao lado de Ana Patrícia, ela aprendeu sobre cultura, educação e, claro, esporte. De quebra, trouxe na bagagem o ouro conquistado em Nanquim, na China, em 2014.

Quatro anos depois, outros jovens brasileiros terão a oportunidade de viver a mesma experiência em Buenos Aires, no evento que será disputado daqui a 100 dias, entre 6 e 18 de outubro. Será a primeira vez que os Jogos deixam a Ásia e vão para a América do Sul. As duas primeiras edições foram em Cingapura e China. No evento, o esporte de alto rendimento não é prioridade única. Ao lado da educação e da cultura, forma um tripé que sustenta a experiência de intercâmbio. A edição argentina prevê igualdade de gênero na divisão dos 4 mil atletas de 206 países que vão disputar 32 modalidades.

Para Duda, “o evento foi uma escola”, pela magnitude das instalações, da Vila Olímpica, da área de convivência e o contato com jovens de todas as partes do mundo. “Foi onde nasceu meu sonho olímpico. Foi um aprendizado grande. Em 2016, tive a oportunidade de ser convidada pelo COB para acompanhar de perto os Jogos do Rio e percebi que a experiência foi parecida com a que vivi em Nanquim. O mesmo sentimento e a mesma grandeza da competição”, disse.

Bicampeã mundial sub-19

A relação de Duda com o vôlei de praia começou na barriga da mãe. A paixão pelo esporte foi transmitida por Cida Lisboa, ex-jogadora e atual treinadora da modalidade. Entre uma brincadeira e outra, Duda começou a jogar bola para o alto aos nove anos. Aos 12, disputou uma etapa do estadual em Aracaju e terminou em quinto.

Com apenas 15, se tornou a primeira jogadora da história a disputar, em uma mesma temporada, três campeonatos mundiais das categorias de base. Garantiu dois pódios: foi campeã mundial sub-19, ao lado de Tainá, e vice-campeã sub-23, com Thais.

Um ano depois, após ter sido convocada pela primeira vez para a Seleção Brasileira Adulta, disputou novamente o Mundial sub-19 e chegou ao bicampeonato, desta vez atuando ao lado de Andressa. Com isso, tornou-se a primeira jogadora do vôlei de praia a vencer a competição duas vezes. Em ótima fase, semanas depois de garantir mais um título, foi para o Jogos Olímpicos da Juventude e conquistou o ouro.

“Gostaria de deixar um recado para os jovens que irão representar o Brasil nesta edição. Gostaria que eles se divertissem, mesmo com a pressão de disputar uma Olimpíada. É importante conhecer novas culturas, a culinária de vários países. Assim, consegui jogar feliz e unida com a minha parceira e ficou mais fácil chegar ao pódio”, indica.

Caminho para Tóquio

Agora, ela se prepara para a maior missão da sua carreira. Ao lado de Ágatha, medalhista olímpica de prata de 34 anos, Duda trabalha para tentar representar o país nos Jogos de Tóquio 2020. A dupla foi formada no início de 2017, quando Duda tinha 18 anos. Um ano e quatro meses depois, as duas já tinham acumulado a marca de 100 vitórias.

“É muito bom ter a experiência de jogar com a Ágatha. Sou nova no vôlei de praia e a minha técnica também já foi em uma Olimpíada e tem muita coisa para me ensinar. Elas estão me passando dicas importantes para garantir uma vaga em Tóquio 2020. Há quatro duplas lutando mais diretamente pela vaga e a gente vai fazer o melhor”.

Histórico nacional

Na última edição dos Jogos Olímpicos da Juventude 2014, em Nanquim, o Time Brasil contou com 97 atletas. O Brasil terminou no Top 10, em nono lugar geral. Foram 15 medalhas: seis ouros, oito pratas e um bronze. O país subiu ao pódio no tênis de mesa, tênis, vôlei de praia, natação, ginástica artística, judô, tiro com arco, taekwondo e hipismo.

Na China, o esporte brasileiro viu surgir novas promessas, como Flávia Saraiva, com três medalhas na ginástica artística, o nadador Matheus Santana, recordista mundial júnior dos 100m livre e dono de três medalhas nos Jogos e o mesatenista Hugo Calderano, que levou o bronze no esporte dominado pelos asiáticos e hoje já é o décimo primeiro do ranking mundial. Na edição de 2010, em Cingapura, o país tinha conquistado sete medalhas. Na edição de Buenos Aires, o país terá a oportunidade de conhecer a nova geração que irá representar o país nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e Los Angeles 2028.

 

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