Ex-analista de desempenho do COB e novo técnico da dupla Ágatha/Duda, Marco Char falou com o Olimpíada Todo dia. Confira!
Campeãs da recente etapa de Itapema do Circuito Mundial de vôlei de praia, Ágatha e Duda resolveram mudar a estratégia no início deste novo ciclo olímpico. Para isso, uma alteração nos técnicos: sai Letícia Pessoa e entra Marco Char. Ex-analista de desempenho do Laboratório Olímpico do Comitê Olímpico do Brasil (COB), o profissional tem uma relação de longa data com o vôlei de praia, mas encara pela primeira vez o comando de uma dupla com chances reais de classificação à Tóquio 2020.
“O convite foi feito pela ‘porta-voz’ da dupla, a Ágatha. A gente conversou e ela explicou o projeto da dupla. Elas avaliaram e chegaram à conclusão dessa necessidade. Lembraram do meu nome pelo meu histórico, principalmente no vôlei de praia”, comentou o novo treinador em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
Uma viagem para a disputa de quatro etapas consecutivas do Circuito Mundial já acontece na próxima semana. Sem perder tempo, visando a estreia da parceria na etapa da República Tcheca, ainda no final deste mês, os treinos começaram nesta terça-feira (5).
“A gente tem pouco tempo para trabalhar para essas etapas, mas como elas já vinham fazendo um trabalho muito bem feito e bem acompanhado, não vamos ter problema nesse sentido”, afirmou. “Não tem grandes mudanças, a verdade é essa. Ninguém vem com uma solução mágica para conseguir um resultado fantástico. É muito trabalho, e a gente tentando encurtar esse processo de entrosamento entre a comissão já existente, eu e as atletas. Essa é a busca”, completou Char.
Carreira
Marco Char começou a carreira como auxiliar técnico em Salvador, há 11 anos. Pouco tempo depois, assumiu a função de treinador com algumas equipes iniciantes. Ainda no vôlei de praia, mas já responsável pela parte estatística, foi contratado em 2012 pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e acompanhou as equipes femininas durante nove etapas do Circuito Mundial, além da Olimpíada de Londres.
O primeiro contato com Ágatha aconteceu em 2013, quando ainda atuava como analista de desempenho pela CBV, e participava do projeto da seleção brasileira de vôlei de praia – uma tentativa da Confederação de replicar o formato das equipes indoor. Depois disso, voltou ao posto de técnico, chegando a trabalhar com Elize Maia e Rebecca. Em seguida, à convite do COB, se juntou à equipe do Laboratório Olímpico, onde ficou por dez meses.
“Estava tudo muito bem lá, eu estava aprendendo muito com os profissionais do Comitê Olímpico, o que também soma à minha experiência e à minha carreira. Ali, a gente tem a oportunidade de ter contato com várias modalidades e treinadores. Isso só enriqueceu o meu conhecimento para eu poder voltar a executar essa função de técnico, que é tão completa”, considerou Marco Char. “Tive o apoio total do Comitê para iniciar esse trabalho e encerrar com eles”, acrescentou.
Agora, no novo desafio, o técnico espera manter a dupla no topo do ranking, visando os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Para isso, Marco Char sabe da dificuldade que enfrentará com a concorrência brasileira.
“Eu espero que a gente encontre um equilíbrio em termos de resultados, porque essa dupla já provou que é muito forte e entra para vencer todos os campeonatos que participa”, considerou. “A gente sabe que não é fácil, o Brasil não tem só duas duplas fortes, e sim várias em condições”, finalizou Char.