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Paris 2024

‘Somos antinúmero’, diz Ana Patrícia sobre campanha perfeita

Parceira de Ana Patrícia no vôlei de praia afirma que elas passam longe de estatísticas, mesmo as mais favoráveis, como os cinco jogos sem perder sets até aqui nos Jogos de Paris

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(Gaspar Nóbrega/COB)

Paris – É avassaladora a campanha de Duda e Ana Patrícia no vôlei de praia dos Jogos de Paris. Até aqui, são cinco jogos e cinco vitórias, todas elas por 2 a 0. Ou sejam elas jogaram dez sets até aqui e venceram todos. Mais do que isso, vencem com folgas as parciais, já que, em média, tomam cerca de 14 pontos por set, e somente em quatro as rivais superaram a casa dos 15 pontos. Números, números e mais números, que não apenas não entram em quadra, como passam longe de seduzir as brasileiras.

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“Eu e a Duda temos um pensamento antinúmero. Não gostamos de pensar em quantos jogos fizemos com ‘fulano de tal’, esse negócio de não perdeu nenhum set. Sabemos que se não continuarmos a fazer nossa parte bem feita, vai perder um set e, deus livre e guarde, um jogo”, diz Ana Patrícia, logo após ela e Duda despacharem sem dó as letãs Tina e Anastasija pelas quartas de final do vôlei feminino em Paris.

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Duda, durante confronto pelas quartas dos Jogos Olímpicos (Gaspar Nóbrega/COB)

Passado e presente

O “problema” é que os bons números estão por todos os lados. A dupla, por exemplo, é a número um do mundo. “Sabemos que qualquer time vai querer ganhar, então acaba que somos lúcidas nesse momento. Não temos a característica de falar: ‘sou número um’. Não, nunca tivemos. Entramos lá pra fazer nosso melhor e sabemos que o adversário vai querer morder e vice-versa”, diz Duda. “A gente não se deslumbra com isso”, acrescenta Ana Patrícia.

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O arqueiro Marcus D’Almeida, número um do ranking mundial do tiro com arco, diz que ranking é importante, mas um retrato do passado. “Trabalhamos muito pelo presente”, pondera Duda. “O que fizemos foi ótimo, importante, mas quando entramos na quadra, número não importa.” Claro que a reflexão não é um desmerecimento ao que as leva ao topo da lista onde figuram as maiores duplas de vôlei de praia do planeta. “Entendemos porque falam disso, nós conseguimos manter uma regularidade”.

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Ana Patrícia duela contra Tina (Gaspar Nóbrega/COB)

Semifinal

Números à parte, dentro de quadra as próximas adversárias, na semifinal dos Jogos de Paris, são conhecidas das brasileiras. As australianas Mariafe e Clancy têm uma medalha olímpica no currículo, prata em Tóquio, e no ano passado bateram de frente com Duda e Ana Patrícia na semifinal da Copa do Mundo. Vitória das brasileiras, na ocasião, por 2 a 0. Mas com um detalhe que não deve entrar em quadra desta vez. “A Mariafe estava doente. Foi no México e a comida é muito apimentada. Ela saiu no meio do jogo, nunca tinha visto isso, foi no banheiro, alguma coisa assim. A água também estava ruim”, conta Duda. “Foi até um jogo complicado, no sentido de ver a pessoa passando mal e tem de fazer a sua parte”, acrescenta Ana Patrícia.

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O duelo valendo a final e, consequentemente a garantia de uma medalha, será já nesta quinta-feira (8), às 16h (Brasília). Ou seja, sem o dia de descanso que vinha tendo até agora. “Graças a Deus. Chegou essa hora do vôlei de praia normal. A gente já tava desesperada com esses intervalos. Agora é um pouco mais parecido com o que fazemos (no circuito regular). Eu acho melhor”, diz Ana Patrícia. “Gostamos de intensidade, se pudesse até mais de um jogo no dia, que é o que fazemos, (seria ainda melhor). Mas só de ter um por dia já tá ótimo”, completa.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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