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Vôlei de Praia

Maria Elisa e Carol perdem semi, mas são campeãs da temporada

A final da etapa de Aracaju (SE) do Circuito Brasileiro Open de vôlei de praia foi definida na noite deste sábado (07.04), com Ana Patrícia/Rebecca (MG/CE) e Fernanda/Bárbara Seixas (RJ) vencendo seus duelos pela semifinal. Mas quem mais comemorou foi Maria Elisa e Carolina Solberg (RJ). A dupla contou com derrota de Ágatha/Duda (PR/SE) em uma das semifinais para assegurar o título geral da temporada 2017/2018, somando a pontuação das sete etapas.

O duelo valendo o ouro em Aracaju (SE) entre Ana Patrícia/Rebecca e Fernanda/Bárbara ocorre neste domingo (08.04), às 11h (de Brasília), com transmissão ao vivo do canal SporTV 2. Maria Elisa e Carol Solberg, com o título geral já garantido, enfrentam Ágatha e Duda (PR/SE) pelo bronze uma hora antes, também com transmissão ao vivo. A entrada na arena montada na Praia de Atalaia, altura da Passarela do Caranguejo, é franca.

A vantagem de 80 pontos no ranking geral permitia que Maria Elisa e Carol ficassem uma posição atrás de Ágatha e Duda em Aracaju. Assim, mesmo que sejam superadas na disputa do bronze, não podem mais ser alcançadas no somatório geral de pontos. Maria Elisa, que chega ao seu segundo título nacional – venceu em 2009, com Talita – comentou as dificuldades superadas pela equipe no início e a alegria pelo objetivo alcançado.

“Trabalhamos sem patrocínio, sem dinheiro, querendo fazer essa dupla dar certo, evoluir. Temos uma química muito boa com o Luciano Kioday (técnico), uma equipe em que confiamos todos uns nos outros. Um time que se formou por acaso, mas que no primeiro dia de treinamento descobriu uma química muito grande. Estou feliz demais por ter conquistado isso com a Carol, gostar de jogar com ela. Saímos do country quota, formamos um time em que não estava entre os três primeiros do país, ser campeã brasileira hoje é maravilhoso”.

O técnico Kioday também comentou a felicidade pelo título do Circuito Brasileiro, o primeiro de sua carreira, e destacou a força de vontade das atletas em iniciar um projeto do zero.

“Quando nos juntamos, a única certeza era que teríamos que ‘ralar’. E ralamos muito. Todos da equipe tiveram muita dedicação, se sacrificaram e tiveram muito comprometimento. Todo o restante era um ponto de interrogação. Mas as coisas foram acontecendo, primeiro no Circuito Mundial, quando vencemos a etapa da Holanda em 2017. Vimos que poderíamos formar um bom time. Não era uma meta vencer o Brasileiro, mas os resultados no início foram bons, quando notamos, estávamos na briga. Fico feliz, muitas pessoas fazem parte disso e é uma vitória do coletivo”, analisou Luciano Kioday.

Se Maria Elisa chega ao segundo título nacional, Carol vence a temporada pela primeira vez na carreira. Nas seis etapas que disputaram na temporada, Maria Elisa e Carol foram extremamente regulares, com títulos em Itapema (SC) e Fortaleza (CE), pratas conquistadas em Campo Grande (MS) e Natal (RN), além de bronze em Maceió (AL). O time se formou no primeiro semestre de 2017 e também conquistou duas medalhas no Circuito Mundial, ouro e prata, ambos na Holanda.

As duas semifinais deste sábado foram marcadas por belas jogadas. Fernanda e Bárbara Seixas (RJ) conseguiram dominar os momentos difíceis e venceram Maria Elisa e Carol no tie-break com parciais de 21/15, 22/24 e 15/12. A bloqueadora da dupla comentou um dos pontos importantes na vitória, a manutenção da concentração e a virada de bola.

“É sempre um jogo muito difícil contra Carol e Maria Elisa, são muito experientes, normalmente partidas decididas no tie-break. E por mais que em alguns momentos estivéssemos atrás no placar, nunca desistimos, ficamos extremamente concentradas em cada movimento. Jogos de alto nível são definidos em um ataque para fora, uma defesa, então isso faz muita diferença. Estamos juntas há um ano e meio e estamos notando esse crescimento, isso é muito importante. O início exige adaptação, mas estamos muito motivadas, com mesma mentalidade”, disse Fernanda Berti após a vitória na semifinal.

O técnico da dupla, Ricardo Freitas, também comentou a evolução do time, que alcança a primeira final de Circuito Brasileiro desde o início do projeto, em setembro de 2016. A dupla chega embalada por bons jogos e ouro do Major Series de Fort Lauderdale, nos EUA.

“Mais do que a final, decidir esse torneio, o principal é a evolução do time. Costumo dizer para as meninas que objetivo é inimigo da pressa. Se temos metas, não importa o tempo que elas levem para alcançar, contanto que alcancem. Não acredito que estejamos no nosso melhor, mas nitidamente evoluímos. O crescimento do nosso time está muito ligado ao crescimento da Fernanda como atleta, independente de parte técnica, tática, física. Mas como atleta, consciente. Tem nos ajudado muito. A Bárbara também dispensa palavras, é muito determinada e tem contribuído para este crescimento da parceira”, disse Rico.

A outra semifinal da noite, que definiu o título, contou com grande atuação de Ana Patrícia e Rebecca, que superaram Ágatha e Duda por 2 sets a 1 (22/20, 19/21 e 15/9). A cearense Rebecca sabia que teria a torcida apoiando a jogadora da casa. Ela acredita que a paciência nos momentos complicados fez a diferença pela vitória em Aracaju.

“Viemos muito concentradas, sabíamos que a torcida seria toda para Duda, que o barulho seria grande. O principal de tudo foi que não nos separamos em nenhum momento. Quando Ana ou eu errávamos, a outra dava força, animava. Isso realmente faz a diferença na nossa equipe. Muitas vezes a própria dupla se desestabiliza, mas essa união foi fundamental. Elas foram incríveis, valoriza ainda mais nossa vitória”, disse Rebecca.

O Circuito Brasileiro é composto por sete etapas, três que foram realizadas em 2017 – Campo Grande (MS), Natal (RN) e Itapema (SC) – e mais quatro neste ano: Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Maceió (AL) e agora Aracaju (SE). Ainda em abril ocorre também a disputa do SuperPraia, que reúne os melhores times da temporada e ocorre de 25 a 29, em Brasília (DF).

A competição distribui R$ 45 mil às duplas campeãs dos dois naipes, e todos os times na fase de grupos são premiados. Ao todo, são quase R$ 500 mil por etapa. A novidade nesta temporada fica por conta da volta do classificatório e do aumento de duplas, passando de 16 para 24 times na fase de grupos da competição.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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