A jogadora de vôlei de praia Carol Solberg é um dos principais assuntos do esporte desde domingo (20). Após o fim da primeira etapa do Circuito Brasileiro 2020/21, a atleta disse: “só para não esquecer: fora, Bolsonaro”, criticando o presidente da República Jair Bolsonaro. No mesmo dia, ela foi censurada pela CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) e criticada pela Comissão de Atletas da modalidade.
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Na segunda-feira (23), Carol Solberg concedeu entrevista à “Folha de S. Paulo” e se posicionou com relação à nota de repúdio da CBV e questionou o tratamento diferente dado a ela em comparação com o oposto Wallace que, em 2018, postou para uma foto com a camisa da seleção brasileira apoiando a candidatura de Jair Bolsonaro. Para completar, a atleta usou seu Instagram para agradecer as mensagens de apoio.
“Gostaria de poder responder a cada um de vocês, mas é impossível dar conta de tantas mensagens. Só quero agradecer e dizer que me senti abraçada por todo esse amor. O meu grito é pelo Pantanal, que arde em chamas em sua maior queimada já registrada e continua a arder sem nenhum plano emergencial do governo. Pela Amazônia, que registra recordes de focos de incêndios. Pela política covarde contra os povos indígenas”, disse.
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“Por acreditar que tantas mortes poderiam ter sido evitadas durante a atual pandemia se não houvesse descaso de autoridades e falta de respeito à ciência. Por ver um governo com desprezo total pela educação e cultura. Por ver cada dia mais os negros sendo assassinados e sem as mesmas oportunidades. Por termos um presidente que tem coragem de dizer que o racismo é algo raro no Brasil”, completou Carol Solberg.
Esporte e democracia
Carol Solberg não parou apenas no desabafo em relação aos problemas que o Brasil tem passado. A jogadora continuou seu texto destacando que o esporte não pode ficar alheio ao que ocorre no país e espera que continue convivendo em um ambiente democrático. “Não posso entrar em quadra como se isso tudo me fosse alheio. Falei porque acredito na voz de cada um de nós”, comentou.
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“Vivemos em uma democracia e temos o direito de nos manifestar e de gritar nossa indignação com esse governo. Não sou de nenhum partido, não sou ativista, sou uma atleta. É o que gosto de ser. Eu amo meu esporte e espero que o ambiente esportivo seja sempre um lugar democrático, onde os atletas tenham liberdade de expressão e que saibam da importância da sua voz”, concluiu Carol Solberg, atleta do vôlei de praia.
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Mãe e filha do mesmo lado
Carol Solberg, de 33 anos, é filha da ex-jogadora de vôlei de quadra Isabel Salgado. Na época de atleta, a mãe dela representou a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Moscou-1980 e Los Angeles-1984. Ela também é irmã de Maria Clara e Pedro Solberg, ambos também jogam vôlei de praia. Quando fez 60 anos, em agosto, Isabel apareceu em um vídeo com um posicionamento similar ao de sua filha.
Aprende Ana Paula pic.twitter.com/IMGstwI6j1
— Dudu (@Dudu) September 22, 2020