Nesta quinta-feira (28), Ricardo Santos, campeão olímpico do vôlei de praia e Edwarda Dias, bronze na Rio-2016 do vôlei sentado, participaram de uma transmissão em conjunto nas redes sociais. Vivendo momentos bastante diferentes na carreira, a dupla protagonizou uma bate-papo bastante descontraído comentando sobre as respectivas trajetórias até aqui.
Aos 45 anos, Ricardo segue na ativa no vôlei de praia e estava prestes a iniciar a temporada de competições nos Estados Unidos ao lado do parceiro Vitor Felipe quando foi surpreendido pela pandemia do coronavírus, que paralisou as competições de vôlei de praia.
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“Estou vivendo aqui na Flórida, nos Estados Unidos atualmente. Aqui algumas coisas estão voltando ao normal já. Tem até algumas escolas de vôlei e torneios pequenos já rolando por aqui. Mas eu ainda não me arrisco e permaneço realizando apenas alguns treinamentos em casa”, explicou Ricardo, que vive o seu período mais longo longe da areia desde que iniciou a carreira há 25 anos.
Sem perder contato com o vôlei de praia
Esta longa pausa sem competições é bastante sentida para o atleta que já admite viver a reta final de sua carreira como jogador. No entanto, Ricardo não quer se distancia do vôlei de praia revela que pretende seguir bastante próximo das quadras de areia.
“Quando a pandemia passar eu pretendo continuar competindo, principalmente aqui nos Estados Unidos. A gente está na expectativa agora de quando iremos retornar os eventos. Eu pretendo jogar ao menos essa temporada e a próxima. Depois quero focar na minha carreira como treinador”, revelou o atleta,
Campeão olímpico em Atenas-2004, Ricardo possui ainda outras duas medalhas olímpicas: prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008. A conquista conseguida na Grécia ao lado de Emanuel ainda parece viva na memória do jogador, que relembrou da grave lesão que precisou superar poucas semanas antes da cerimônia de abertura do evento.
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“Foi uns desafios mais difíceis da minha carreira. Três semanas antes dos Jogos Olímpicos estávamos disputando o circuito mundial e acabei me lesionando no tornozelo. O tratamento não foi fácil, eu lembro até de chorar nas sessões porque era muito dolorido. Foi desafiador, mas acabou unindo muito mais a nossa equipe pela dificuldade de tudo isso. Eu joguei a Olimpíada sem conseguir realizar todos os meus movimentos. Eu não conseguia andar, mas na hora de jogar o sangue esquentava e dava pra me movimentar um pouco melhor. Pra gente foi uma superação histórica, de uma enorme chance de não disputarmos a Olimpíada para o ouro”.
Em busca do novo desafio
Enquanto Ricardo faz planos para o encerramento de sua carreira, Edwarda Dias, a Duda, vive um momento de mudança drástica em sua vida. Atleta profissional do vôlei sentado desde os 14 anos, a líbero pretende agora mudar de modalidade.
Nova modalidade
“Eu tive meu primeiro contato com voleibol sentado com nove anos e já aos 14 fazia parte da seleção brasileira. Hoje com 21 penso em disputar quem sabe a minha última olimpíada com o vôlei e pretendo migrar para o parabadminton”, revelou a atleta.
Dona de duas medalhas de pratas em Parapan-Americanos, 2015 e 2019, e um bronze Paralímpico, em 2016, Edwarda iniciou no parabadminton por influência do namorado, Rogério Junior, que é atleta da modalidade.
Enquanto ainda era possível antes da pandemia, Duda treinava as duas modalidades e vivia uma carreira dupla de sucesso. Vencedora de quase tudo o que é possível com a seleção brasileira de vôlei sentado, a atleta teve um início bastante promissor desde que começou no paradabminton. No entanto, desde uma regra vigente desde 1996 proíbe que o mesmo atleta dispute a Paralímpiada por duas modalidades diferentes.
Com isso, a expectativa é de que Edwarda Dias dispute o evento de Tóquio no ano que vem ao lado das companheiras do vôlei para depois focar a sua carreira na nova modalidade.
“Eu irei na verdade me testar no parabadminton. Como sou nova, eu acredito que posso me dar essa chance e não devo fechar portas. O parabadminto surgiu pra mim no meio de um ciclo olímpico e vi pessoas dizendo que não era possível de eu me manter em alto nível em dois esportes, e hoje já me tornei campeã brasileira de parabadminton”, completou.