Enquanto a quarentena do coronavírus não acaba, os únicos jogos que podem ser praticados são os virtuais. É por isso que George Wanderley, do vôlei de praia, está aproveitando o isolamento para se dedicar ao hobby que pratica desde os 10 anos: os jogos de computador.
“Ainda que seja um passatempo, alguns jogos exigem que você pense o tempo todo e se molde de acordo com a cena, assim como é no vôlei de praia”, explica o atleta de 23 anos, que faz dupla na areia com André Stein.
“Acho que além de você poder jogar com seus amigos e com outras pessoas, você está sempre pensando e exercitando a sua mente”, completa.
Vantagem dos games
George tem razão. A prática dos games fortalece a mente e traz vantagens para a resposta cognitiva das pessoas. Nos atletas não seria diferente. É por isso que a prática de jogos virtuais já se transformou em esporte, os E-Sports, que vêm crescendo muito nos últimos anos, inclusive no Brasil.
“As situações diferentes acabam fazendo você perceber as coisas do dia a dia de uma maneira diferente. Você vai criando novas respostas e novas formas de responder aos mesmos problemas”, explica a psicóloga do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Alessandra Dutra, que já trabalhou com profissionais dos E-Sports.
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“Quando alguém fala para os gamers que algo é impossível de se fazer, eles mostram que nada é impossível, tudo tem um jeito. Depende de motivação, força de vontade e persistência. Você encontra um caminho”, finaliza a psicológica.
“Nos games existem vários problemas que você tem que resolver, alguns de maneira mais rápida e outros de maneira mais lenta. Exige muito de tomada de decisão também, algo que todo atleta lida em seu esporte”, concorda George.
Treinos físicos
Mas é claro que o treino mental dos jogos virtuais não é a única preparação de George durante a quarentena. A parte física também tem que ser exercitada visando o futuro das competições do vôlei de praia.
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“Estou conseguindo treinar em casa. Consegui alguns pesos com um box de crossfit e tenho uma quadra de vôlei em casa, então estou sempre treinando e malhando”, contou.
A parceria com André Stein também continua firme, mesmo à distância. “Fazemos tudo dentro do possível. Todas as semanas temos ‘treinos’ marcados com nosso técnico e preparador físico para nos mantermos mentalmente ativos no vôlei, vendo o que podemos melhorar e o que fazer em certas situações.”
Em março, antes do aumento na pandemia do coronavírus, George e André haviam sido campeões do Sul-Americano de vôlei de praia disputado em Lima, no Peru. Agora, a dupla aguarda o fim da quarentena e a normalização do circuito para voltarem a competir fora do mundo virtual.