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Vôlei de Praia

As mamães e as “trocas de figurinhas” da etapa de Ribeirão

Carol Solberg, Elize Maia, Talita e Maria Clara Salgado são algumas das mamães da etapa de Ribeirão Preto de vôlei de praia. Entre elas, incentivo e muito papo sobre maternidade. Assista!

Etapa de Ribeirão Preto de vôlei de praia. Carrinho de bebê com Renatinho. No hotel, Antônia esperando. Já no Rio de Janeiro, José, Salvador e Joaquim, mais crescidos, entendem que as mamães estão trabalhando e logo voltam. Uma sala para os pequenos não seria má ideia. Carol Solberg, Elize Maia, Talita e Maria Clara Salgado puxam a fila das atletas com “dupla jornada”. Elas não são as únicas e aproveitam os intervalos dos jogos para “trocar figurinhas”, se incentivar e dividir a fase da vida além do esporte. Assista ao vídeo!

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A gravidez e a maternidade são assuntos muito debatidos no esporte feminino. A mulher que joga no alto rendimento “sofre” com a pressão da sociedade, do esporte e do próprio corpo. Qual a hora de parar para engravidar? Descobriu a gravidez ‘e agora’? Sempre sonhou em ser mãe e levou com naturalidade? São muitas as facetas. O que fica claro é a necessidade do debate, da desconstrução e do empoderamento feminino com o assunto. O que já é possível acompanhar na etapa de Ribeirão Preto.

“No nosso caso, que o (trabalho) é o nosso corpo, tem um adiamento muito maior do que os outros. Eu mesma tinha muitas questões. Por exemplo, como eu vou viajar com ele? Não quero viajar e deixar ele ficar. E deu certo. Está dando certo e vai continuar dando certo. Porque a gente consegue. Ser mãe você tem um poder mesmo. Forças que as vezes você não sabe”, contou Talita.

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A mamãe do Renatinho

O pequeno Renatinho roubou a cena na etapa de Ribeirão. E não é pra menos, né? Sorri à toa. Brinca com o carrinho. O pequeno é só sorrisos quando vê Talita aparecer. Depois, a melancia é trocada facilmente pelo óculos de sol da mamãe. Com um ano e cinco meses, o filho de Talita foi “muito mais planejado que tudo” e a atleta busca ser a mãe presente.

“Eu sonhei tanto em ser mãe. Não que eu não fosse realizada, porque eu acho que profissionalmente eu conquistei muitos sonhos, mas eu me vejo completa agora. Ele aqui comigo, na etapa, eu sendo mãe. Eu acho que sou mãezona às vezes, até demais”.

Casada há 11 anos com Renato, optou por esperar o ciclo da Rio 2016 para ser mãe e então ver se ia voltar a jogar. O vôlei de praia falou mais alto. Talita sentiu a readaptação para voltar com 36 anos e foi a força da família que a motivou. Agora, a motivação para jogar é outra.

“Gosto de ver ele na etapa comigo. Acho que ele ainda não entende tanto, mas quero que ele também tenha orgulho de mim, do que eu faço, do meu trabalho.”

Assunto não falta pras mamães: “Eu adoro trocar figurinha. Eu sento. Toda hora pergunta pra um, pergunta pra outra. Elize agora é a mais nova mamãe do pedaço e eu já parei ali um tempão pra conversar. É muito bacana. Porque a gente fica meio boba, né? Meio boba. Babona. Eu me sinto muito à vontade com as outras mães, porque eu sei que elas estão com o mesmo sentimento. Se deixar eu fico um tempão contando do Renatinho”, conta empolgada Talita.

A mamãe da Antônia

Elize Maia mais é a mamãe “mais fresca” da etapa. Descobriu a gravidez por acaso e voltou a jogar apenas três meses depois de dar à luz a Antônia. A bebê está em um hotel próximo a etapa de Ribeirão Preto.

“Aqui está sendo bom porque é a minha primeira etapa e tem um monte de mãe agora no Circuito. Tem a Talita. A Maria Clara, que eu tava jogando com ela. Eu até brinco que ela que acabou me incentivando a virar mãe. Ela sempre conversava com o filho dela por FaceTime quando a gente estava no Circuito Mundial. De alguma maneira, aquilo também mexe com você. Muito gostoso. Estou trocando (figurinhas) ainda, porque está sendo meu primeiro torneio. Ainda vendo como é essa coisa de você vir jogar e dar de mama. Estou trocando com todo mundo. Está sendo novo pra mim”, falou Elize.

A mamãe do José e do Salvador

Maternidade vezes dois. Carol Solberg é mãe do José, 7 anos, e do Salvador, 3 anos. Sempre teve o desejo de ser mãe e é quase a mamãe mais veterana entre as que estão em atuação. Experiência dobrada também na hora de compartilhar com as novatas no assunto.

“Super. Quando a gente vê no final do jogo: mas você tira leite? Você fez o que? Empedrou? É engraçadíssimo. Vai trazer pra arena ou não vai? Está sol? O que você acha? Vamos fazer um cantinho pros bebês para as crianças. Então acaba tendo uma coisa em comum entre as meninas e é super legal”, brinca.

“É o que é assim. Sei lá. Eu sempre quis ter filho. Eu nunca me imaginei esperando terminar minha carreira pra engravidar. Sempre tive o desejo de ser mãe. Pra mim, nunca tinha que separar uma coisa da outra. Eu sabia as dificuldades que teriam e isso só me estimulava. Só me dava ânimo até. Eu acho que eu voltei as duas vezes com mais força. Mais vontade ainda. Só me fortaleceu. Eu me sinto hoje uma jogadora muito mais madura, mais forte. Claro que tem o passar o tempo, mas eu acho que meus filhos me trouxeram essa maturidade.”

A mamãe do Joaquim

As irmãs dividem a areia novamente (de forma pontual) na etapa de Ribeirão Preto. E os filhos ficam juntos no Rio de Janeiro. A parceria entre Maria Clara e Carol é passada pra próxima geração, já que os dois são ‘quase gêmeos’ de tão unidos. Joaquim tem 3 anos e já entende a rotina de viagens, embora queira sempre ir junto. Longe dele, a mamãe aproveita para adora ‘trocar figurinha’ considera: “Definitivamente é o meu melhor papel na vida. Eu amo ser mãe do Joaquim.”

“Isso é muito legal. É divertido pra caramba. Eu acho que a etapa aproxima muito. Todas as que são mães a gente se reune ali e fica falando deles. E mostra foto. Junta. E é engraçado porque parece ciclos. Vai juntando. E, na verdade, acho que humaniza. Traz para um lado bacana. Porque você esquece um pouco. A gente compete muito e ali quando a gente vai falar dos nossos filhos, a gente bota essa competição de lado. Então eu acho muito bacana essa aproximação que a maternidade trouxe para nós,” conclui.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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