O foco está lá na frente: Tóquio 2020. Apesar disso, Carol Solberg e Maria Elisa preferem manter os pés na areia e pensar “torneio a torneio” rumo aos Jogos Olímpicos do próximo ano. Na corrida pela vaga, elas buscam encaixar a sinergia dentro das quatro linhas para, quem sabe, lutar por medalhas em solo japonês. Compartilhando o mesmo objetivo, a parceria, entretanto, tem duas atletas vivendo momentos diferentes da carreira. Isso porque, enquanto Maria visa sua última chance de disputar uma Olimpíada, Carol quer muito chegar aos Jogos pela primeira vez. “Nosso objetivo é conseguir essa vaga, mas estamos tentando focar no processo, em cada torneio tentar jogar bem, crescer a cada campeonato e se divertir”, destaca Carol, em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
Nesta semana, a parceria tem disputa em terras tupiniquins. Em Itapema, Santa Catarina, Carol e Maria anseiam somar pontos na corrida pela vaga olímpica na etapa do Circuito Mundial. A seu favor, elas tem o retrospecto. Nas duas competições que já disputaram na cidade catarinense, o time conquistou a etapa do Circuito Brasileiro, na temporada 17/18, e chegou à semifinal da etapa do Mundial, em 18/19, terminando com a quarta colocação. “Cada torneio vale ouro, então, estamos indo para esse com tudo, como estamos indo para os outros com o mesmo foco”, destaca a jogadora.
Lá, Maria faz coro a fala de sua companheira e prefere dar um passo por vez. “Agora, estou pensando em Itapema, depois na China e assim por diante. O atleta vive muito um dia após o outro”, analisa ela. “É muito melhor jogar em casa, com a energia das pessoas que gostam do nosso time por perto, além de evitar grandes deslocamento. Acho que isso nos favorece. Sempre jogamos bem lá, este ano espero poder dar meu melhor e sair com um bom resultado novamente. Mas tem que ter muito foco e disciplina para colocar o que queremos em prática”.
A dupla entra na disputa com 320 pontos. Para Maria, é preciso ter paciência e união visando um bom desempenho e, claro, se aproximar da vaga olímpica. “É uma caminhada longa e quem conseguir ser mais regular, vai sair na frente. Estamos muito preparadas para obter bons resultados, não dá mais tempo de evoluir muito, todo o trabalho já foi feito, agora é confiar e partir para cima”, ressalta a fluminense. “Desde que formamos a dupla, foi focando nesta possibilidade [de ir à Tóquio]. Seria maravilhoso viver os Jogos ao lado da Carol. Acho que a gente tem uma química muito legal. Apesar de termos entrosado rapidamente, evoluímos muito como time e, hoje, me sinto mais pronta pra jogar”.
No Circuito Mundial, os eventos são definidos pelo número de estrelas, indo de um até cinco. Mas na corrida olímpica brasileira, apenas os eventos de quatro e cinco estrelas, além do Campeonato Mundial, são contabilizados, cada um com peso correspondente. Os times descartam as piores participações, fazendo uma média dos 10 melhores resultados. “Como são poucos torneios que vão contar pra classificação olímpica, todos tem a mesma importância. Claro que jogar no Brasil é muito legal, tem o lance da torcida, mas a importância do torneio em si é a mesma de todos campeonatos quatro estrelas”, ressalta Carol.
Moradoras de bairros diferentes do Rio de Janeiro, elas revezam o local de seus treinamentos. Com encontros de segunda a sexta, podendo se estender até aos sábados, elas se reunem três vezes na semana na Barra da Tijuca, na Zona Oeste carioca, e nos demais dias em Ipanema, no lado Sul, perto da casa de Carol. Além, disso, fora da areia, elas também fazem treinos aeróbicos e academia. “Nós temos biotipos diferentes, então, a parte física muda um pouco, mas, no geral, a gente tá se preparando juntas, estamos com a mesma programação”, ressalta Carol.