Logo depois que a Olimpíada terminou, Thaisa decidiu por ter sua primeira experiência no vôlei do exterior. A central acertou com o Eczacibasi, da Turquia, que formou um timaço, uma espécie de seleção mundial com jogadoras como a russa Kosheleva, as americanas Larsson e Adams, além da levantadora sérvia Ognjenovic. O começo foi o melhor possível com a conquista do Mundial de Clubes, mas os problemas começaram a partir de janeiro, quando a brasileira sofreu uma lesão no joelho. Ao invés de ser submetida a uma artroscopia, a brasileira, em comum acordo com o clube, jogou algumas partidas machucada, na base do sacrifício, fato que agravou seu problema e que a deve fazer passar por uma cirurgia ainda mais complicada. A revelação da situação pela qual passa a jogadora brasileira foi feita pelo blog Saída de Rede, do UOL, em reportagem feita pela jornalista Carolina Canossa.
Em 20 de janeiro deste ano, foi constatada em Thaisa uma ruptura parcial do ligamento lateral e de parte do menisco. Depois disso, ela jogou três vezes no sacrifício pelo Eczacibasi, fato que agravou o problema. “Não tem outro jeito. Tenho uma bomba-relógio no meu joelho que pode estourar a qualquer momento. E já peço as orações das pessoas que torcem, que entendem o drama de ser uma atleta profissional. Estou lutando, fazendo o melhor que posso. Não gosto de estar expondo, não quero passar a imagem de coitada, mas com muitas pessoas comentando sobre as minhas atuações, nada mais justo do que falar e esclarecer o que está acontecendo”, explicou a jogadora ao blog.
Ainda não há uma data para Thaisa ser operada. Por enquanto, ela tem feito fisioterapia e musculação no joelho, além de treinar no máximo uma vez por semana. A necessidade da cirurgia já foi constatada por três médicos, mas mesmo assim a brasileira jogou no sacrifício de novo, semana passada, contra o Fenerbahce pela Champions League. Para isso, tomou um remédio que a impedirá de engravidar por um bom período.
Mesmo com medo e sabendo que não estaria 100%, que voltaria a sentir muitas dores, não consigo pensar apenas em mim. Eu sou assim. Quero ajudar o time. Decidi adiar a cirurgia e fazer duas semanas de fisioterapia no hospital para tentar jogar. Então resolveram me dar uma injeção ainda mais forte, que poderia ajudar na dor mas do tipo que preciso ficar dois anos e meio sem engravidar pois causa má formação no feto. Conversei com meu marido e fiz. Passei muito mal. Tive enjoo, febre, dores no corpo todo e não conseguia sequer andar”, revelou Thaisa ao Saída de Rede.
“Desde a primeira ressonância, no dia 24 de janeiro, eu já precisava de uma artroscopia. Se tivessem feito, já estaria voltando a jogar normalmente, sem dores, sem nada, e pronta para jogar essa fase importante da Champions, da liga turca, além do Mundial de Clubes”, acredita a jogadora, que, no entanto, garante não se arrepender do sacrifício que está fazendo, mas explica que não tem sido possível manter o rendimento diante de tantos problemas. Na derrota da semana passada para o Fenerbahce por 3 a 2 pela Champions League, ela marcou apenas oito pontos.
“Fui para o jogo, sem estar treinando, porque me consideram peça importante, mas estava completamente despreparada. Não saltava há muito tempo e minha atuação foi muito abaixo. Mas o meu clube sabe a situação que estou passando e minha atuação foi muito abaixo. Mas o meu clube sabe a situação que estou passando e dei a minha cara a tapa. Tudo o que fiz até hoje foi com muita dedicação e luta. Nada vai apagar o que fiz e o que fui e estou fazendo e buscando, lutando muito. Não tenho medo. Acho que a vida de atleta é assim e tenho minha consciência tranquila e que estou fazendo o máximo pela minha equipe. Não tenho pensado em mim. Tenho pensado nas minhas amigas e companheiras de time, e em ajudar o meu clube”, completou.