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Brasil entre os melhores com bronze olímpico e Mundial de Clubes

A seleção brasileira, com o bronze em Paris-2024, e o Sada Cruzeiro, campeão do Mundial de Clubes, mostraram que o vôlei do Brasil ainda pode figurar entre os melhores do mundo

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A seleção brasileira feminina conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 (Foto: FIVB/Divulgação)

Dois feitos marcantes deixaram o vôlei brasileiro entre os melhores do mundo em 2024. No feminino, o resultado relevante e mais expressivo aconteceu nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 com a seleção brasileira comandada pelo técnico José Roberto Guimarães ganhando a medalha de bronze. Já entre os homens, a principal conquista ocorreu no cenário de clubes. O Sada Cruzeiro, do capitão e oposto Wallace, bateu grandes potências internacionais da modalidade e sagrou-se campeão do Campeonato Mundial de Clubes somente com atletas nascidos no país.

Trajetória do bronze

O ano da seleção brasileira feminina foi praticamente perfeito. A capitã Gabi e suas companheiras concluíram a fase de grupos da Liga das Nações (VNL) na liderança e de forma invicta, com 12 vitórias e 34 pontos. As comandadas de Zé Roberto ganharam dez partidas somando pontuação máxima e só perderam pontos nos resultados positivos por 3 sets a 2 diante de Japão e Itália. O selecionado do Brasil chegou aos confrontos eliminatórios como favorito, mas não correspondeu às expectativas.

Nas oitavas de final da Liga das Nações, o Brasil sofreu com atuação abaixo, mas foi o suficiente para superar a Tailândia por 3 sets a 0. Porém, o desempenho aquém do apresentado na fase inicial fez com que a seleção brasileira fosse eliminada na semifinal para o Japão em cinco parciais: 3 a 2. Abaladas, as atletas dirigidas por Zé Roberto não conseguiram se recuperar do baque diante das japonesas e também perderam a medalha de bronze contra a Polônia, igualmente no set de desempate: 3 a 2.

Na decisão da VNL, a Itália ganhou o título vencendo o Japão. A seleção italiana havia terminado a fase de classificação na vice-liderança, atrás só do Brasil. A força da seleção brasileira sempre foi o coletivo e, neste aspecto, o saque deixou a desejar na etapa decisiva. No âmbito individual, Gabi e Ana Cristina se destacaram na pontuação e nos ataques, ficando no top10. Já a central Carol brilhou ainda mais e foi a segunda em bloqueios, com 25. Gabi foi o nome na recepção e Nyeme se destacou na defesa.

Medalha merecida e saborosa

Nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, a seleção brasileira elevou seu nível de atuação em todos os fundamentos. Porém, a maior evolução foi na agressividade e, ao mesmo tempo, eficiência do saque. O Brasil integrou o Grupo A e estreou com vitória tranquila em cima do Quênia, por 3 sets a 0. Na segunda rodada, a expectativa era de confronto equilibrado diante do Japão, no entanto, Gabi e suas colegas se impuseram de tal forma que as japonesas não viram a cor da bola e foram atropelas em parciais diretas.

Na terceira e última rodada da fase de grupos, o Brasil teve pela frente a Polônia, rival que perdeu o bronze na Liga das Nações. A projeção era de mais um duelo parelho, mas a seleção brasileira só enfrentou resistência no segundo set. Mesmo assim, as comandadas de Zé Roberto levaram a melhor e se classificaram para às quartas de final invictas e sem perder set. A vaga entre as quatro melhores também veio sem sustos com mais um 3 a 0, desta vez, diante da República Dominicana.

Brasil e Itália eram os melhores times de Paris-2024 até a semifinal. As italianas confirmaram a vaga na decisão não tomando conhecimento da Turquia. Já a seleção brasileira teve suas chances e foi superior aos Estados Unidos na maior parte do tempo. Entretanto, o time capitaneado por Gabi perdeu, por 3 a 2, com as estadunidenses melhores nos momentos decisivos. Na disputa pelo bronze, o Brasil mostrou força, se reergueu e bateu a Turquia: 3 a 1. A Itália foi campeã olímpica batendo os Estados Unidos.

Decepção no masculino

Ninguém se salvou na temporada de seleções no naipe masculino. Após garantirem a vaga olímpica em 2023 com Renan Dal Zotto como técnico, o selecionado brasileiro mudou de comando e foi dirigida por Bernardinho. A chegada dele fez a confiança por algum resultado relevante aparecer, mas não foi o que aconteceu na prática. Com campanha irregular na Liga das Nações, o Brasil avançou apenas na sétima colocação com seis vitórias em 12 confrontos.

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O Brasil perdeu para Cuba, Itália, Eslovênia, Estados Unidos, Canadá e França. Já as vitórias foram contra Argentina, Sérvia, Alemanha, Irã, Polônia e Holanda. Nas quartas de final, a seleção brasileira reencontrou a Polônia. Na fase decisiva, os atletas comandados por Bernardinho até começaram melhor, mas tomaram a virada e foram eliminados. A Liga das Nações já mostrava a dificuldade do Brasil em encarar as principais potências o jogo inteiro, com quedas na intensidade e agressividade, principalmente no saque.

Problemas persistiram em Paris-2024

Em Paris-2024 o problema persistiu. E ficou ainda mais claro que jogadores com enormes serviços prestados não eram mais capazes de acompanhar o ritmo do vôlei internacional. Bruno e Lucão tiveram desempenhos inferiores aos apresentados em edições anteriores do megaevento. Integrante do Grupo B, o Brasil até chegou a igualar os confrontos contra Itália e Polônia, porém, não foi capaz de manter o nível exigido na atualidade e perdeu, respectivamente, por 3 a 1 e 3 a 2.

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A equipe capitaneada por Bruno só avançou como uma das melhores terceiras colocadas e por vencer o fraco Egito. Nas quartas de final, a dificuldade em sustentar a performance lá em cima retornou e o Brasil acabou eliminado pelos Estados Unidos. Algozes da seleção brasileira, Itália e Polônia chegaram à semifinal em Paris-2024. O selecionado polonês ficou com a prata, já que perderam o ouro para a França na final. Já os italianos acabaram em quarto lugar, perdendo o bronze para os Estados Unidos.

Penta do Cruzeiro no Mundial de Clubes

No cenário de clubes, o Sesi Bauru tinha tudo para ser o principal nome no masculino. Os comandados do técnico Anderson Rodrigues surpreenderam os times de maior investimento e foram campeões da Superliga 2023/24. O time bauruense superou os favoritos com elenco repleto de jovens talentosos como Darlan e Lukas Bergmann. Na decisão, o Sesi Bauru bateu o Vôlei Renata, de Campinas. Porém, o Sada Cruzeiro ressurgiu no ano e, em dezembro, retomou o protagonismo com a conquista do Campeonato Mundial de Clubes.

O oposto Wallace, campeão olímpico na Rio-2016 e prata em Londres-2012, foi escolhido o craque do Mundial de Clubes com 37 anos. Na trajetória, o Sada Cruzeiro venceu o Ciudad Voley, da Argentina, na primeira rodada do Grupo A em torneio realizado em Uberlândia, Minas Gerais. Na sequência, o time celeste perdeu para o Shahdab Yazd, do Irã, e se complicou na competição. Mesmo em cenário adverso, a equipe cruzeirense mostrou força e bateu o poderoso Trentino, da Itália, por 3 a 2, na última rodada.

Sada Cruzeiro fez sua parte, mas ainda não era o suficiente. Os comandados de Filipe Ferraz tiveram que torcer para o Ciudad Voley vencer o time iraniano. O capitão Wallace e seus companheiras avançaram com o triunfo dos argentinos. Na semifinal, os cruzeirenses bateram os iranianos do Foolad Sirjan, sensação da fase de grupos, deixando o italiano Civitanova em segundo. Confiantes, os brasileiros voltaram a vencer o Trentino na final e sagraram-se campeões do mundo pela quinta vez.

Campeões Copa Brasil, Sul-Americano e Supercopa

No masculino, o Sada Cruzeiro foi campeão da edição de 2024 da Copa Brasil, do Sul-Americano e da Supercopa do Brasil. Na primeira das conquistas, o time cruzeirense bateu o Vedacit Guarulhos na final, por 3 sets a 0. Antes disso, vitórias contra Sesi Bauru na semifinal e Joinville nas quartas de final. No outro título nacional, Filipe Ferraz e seus comandados superaram na decisão o Sesi Bauru, por 3 a 1. Já no evento internacional, o troféu chegou para o clube celeste com 3 a 0 contra o Ciudad Voley, da Argentina.

Minas 4 a 1 no Praia

Na disputa de clubes entre as mulheres, Gerdau Minas e Dentil/Praia Clube se enfrentaram em cinco finais em 2024 e o clube minastenista levou a melhor em quatro delas. Na Copa Brasil, o time de Uberlândia conquistou seu único título diante da capitã Thaisa e suas companheiras. As comandadas de Paulo Coco, treinador na temporada 2023/24, venceram na decisão por 3 sets a 2. Na campanha do título, as praianas bateram o Sesc RJ Flamengo na semifinal e o Sesi Vôlei Bauru nas quartas.

Essa foi a única conquista do Praia diante do Minas em 2024. No Sul-Americano, o clube minastenista devolveu o placar de 3 a 2 e ficou com a medalha de ouro. Em seguida, na Superliga 2023/24, as atletas comandadas pelo técnico italiano Nicola Negro levantaram a taça com triunfo por 3 a 1. Antes de bater o Praia, Thaisa e suas colegas eliminaram Osasco São Cristóvão Saúde na semifinal e o Fluminense nas quartas.

Na Supercopa do Brasil de 2024, o Minas não tomou conhecimento do Praia e marcou 3 a 0 nas comandadas do técnico Marcos Miranda, novo treinador do time de Uberlândia. Para completar as finais entre as equipes no ano, o clube minastenista ganhou novamente em sets diretos. Já no Campeonato Mundial de Clubes, Minas e Praia representaram o Brasil e nenhum deles chegou na final. As minastenistas foram eliminadas na fase de grupos. Já as praianas acabaram na quarta colocação.

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