Cláudia Bueno da Silva, a levantadora Claudinha, está prestes a ter seu primeiro filho. Grávida de Maria Eduarda, que está prevista para nascer em março de 2025, a atleta de 37 anos foi entrevistada pelo Olimpíada Todo Dia (OTD) e comentou sobre a fase da gestação e manteve em aberto o retorno ao vôlei. Ela também relevou os fatores que devem influenciar na decisão dela de voltar às quadras. A jogadora, que estava no Dentil/Praia Clube, de Uberlândia, sofre com uma lesão crônica no pé direito, mas garante que isso não a impediria de regressar.
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“Esse sentimento de voltar ou não fica oscilando muito em meu coraçãozinho. Até um tempo atrás eu falava que sim. Em seguida, já mudava e dizia que não. Agora, eu parei de pensar sobre isso. Quero é curtir esse momento e acredito que esse sentimento, de voltar ou não, vai aflorar em mim. Até falo que, por ter conseguido engravidar rápido, papai do céu foi generoso comigo, pois vou ter a opção de voltar bem próxima à minha pausa caso eu queira mesmo e se também tiver todo o suporte para isso”, afirmou Claudinha ao OTD.
“Essa pergunta nem sei responder porque varia muito a fase que vivo e, nesse momento, estou conseguindo curtir a gravidez e está sendo o melhor momento da gestação, por isso, não consigo pensar nisso. Acompanho tudo e claro que quando você vê, sente a adrenalina, vê os jogos, bate a saudade de estar dentro de quadra. Mas, quando você pensa na rotina do atleta, aí dá uma balançada. A gente ainda não tem a neném aqui para dizer o quanto vai ser difícil ou não. A gente tem com nossa rede de apoio, nossos familiares, mas realmente a gente não sabe como vai ser e onde estaremos”, acrescentou a atleta.
Entrevista completa de Claudinha ao OTD
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Proximidade ao marido pode influenciar na decisão
Claudinha é casada com Alexandre Rodrigues Canha, o popular Pixote, jogador de futsal de 37 anos. No instante em que decidiu pela pausa na carreira, a levantadora deixou Uberlândia, cidade em que morava quando atuava pelo Praia, e migrou para Tubarão, em Santa Catarina, local da agremiação do marido dela. Ele jogou pelo clube catarinense em 2024, mas antes disso, vestiu a camisa do Praia em 2022 e 2023, ficando perto de sua esposa.
“Ele jogou duas temporadas no Praia. A temporada deles é diferente da minha. A deles começa geralmente em janeiro e vai até dezembro, então elas não batem. No começo desse ano, ele foi para Tubarão e ficamos os três primeiros meses longe. Logo depois, ao término das competições do vôlei de clubes, eu fui para Tubarão”, comentou Claudinha. Quando foi entrevistada pelo OTD, a levantadora estava em Mogi Mirim, cidade do interior de São Paulo.
E a decisão do retorno ao vôlei ou não estará relacionada também com a proximidade ao marido ou não. “O nosso objetivo é sempre estar perto, então, para que eu volte a gente teria que estar em um local onde tivesse time para mim e para ele na mesma cidade. A gente vai deixar acontecer naturalmente, da melhor forma possível, o que realmente nosso coração tocar. Enquanto isso, nós vamos caminhando”, complementou a atleta.
Idade pode pesar na decisão?
A idade não é um fator que impediria o retorno de Claudinha ao vôlei. E a posição de levantadora contribuí para que isso não interfira, já que o impacto dos saltos é menor em comparação com as atacantes. Atualmente com 40 anos, a sérvia Maja Ognjenović segue jogando em alto nível e como uma das referências da função. Ela veste a camisa do Scandicci, da Itália, time da central brasileira Carol. No Brasil também tem exemplos positivos. Dani Lins, que fará 40 em janeiro de 2025, continua fazendo a diferença no Sesi Vôlei Bauru. Já Fabíola, com 42, tem se destacado pelo Batavo Mackenzie.
“Pela posição, por ser levantadora, a gente sabe que consegue mais. Hoje sei que tenho uma lesão crônica, mas é só ter cuidado. E tenho esse cuidado com meu corpo e minha lesão, pois sei que é algo importante que tenho que dar atenção nas férias e no clube durante a temporada. Mas isso não me impede de voltar. Já escutei de muitos médicos que essa lesão vai ficar melhor depois da gestação, que tudo vai zerar, até porque vou ficar mais de um ano paradinha, sem o impacto da quadra, sem agredir tanto o pé”, declarou Claudinha.
Lesão não é empecilho
Na reta final da Superliga 2023/24, Claudinha teve que jogar no sacrifício por causa dessa lesão no pé direito. Ela chegou a ficar de fora durante os playoffs e, quando atuou, o fez com dores. A levantadora esteve em quadra pelo Praia na final contra o Gerdau Minas, quando acabou com a medalha de prata. Ela ressalta que cuida o máximo que pode do seu corpo, mas que faz parte do atleta de alto rendimento conviver com dores. Além da lesão crônica no local, a atleta sofreu mais na etapa decisiva da temporada devido à outro problema na região.
“Eu tenho essa lesão, mas ela não me impede de jogar. Desde 2018 eu passei a ter dor no tendão de Aquiles e, com a carga de treinamento e jogos, só foi aumentando a gravidade com o passar do tempo. Eu tenho a Síndrome de Haglund que, no popular, é o esporão calcâneo. Já fiz a cirurgia para retirar o ossinho do tendão, mas ele voltou. Eu tive infecção após a cirurgia também. Teoricamente era para ser um pós e recuperação melhor, mas, pela infecção que tive, não foi e tenho muitas dores até hoje” relatou a jogadora.
“No ano passado, eu sofri uma ruptura de mais de 50% da inserção do tendão de Aquiles, então foi por isso que na última Superliga foi muito pior porque essa lesão eu não tinha. Então, tenho essa lesão no pé que é o esporão calcâneo e isso a gente cuida e fortalece porque é osso. Não tem o que fazer, talvez, no futuro, outra cirurgia, mas não é algo que eu pense. Com o tempo, o próprio tendão vai se fortalecendo aos poucos, nosso próprio corpo faz com que isso aconteça. Mas são cuidados tanto da lesão crônica quanto nessa. Mas não é nada que impede de voltar às quadras”, reforçou Claudinha.
Sinônimo de força
Com a indefinição sobre a continuidade ou não da carreira, Claudinha foi questionada pelo OTD como avaliava sua trajetória caso decidisse por finalizar sua vida como atleta profissional de vôlei. “Eu passei por muitas coisas boas. De todas as situações que passei, sempre tentei tirar a coisa positiva. É assim que eu levo a minha vida. Passei por muitas dificuldades, desde a infância, dentro de casa também. Foi muita superação sempre acreditar que ia dar certo. Aprendi muito com meus pais que era fundamental sempre ter o pé no chão e trabalhar para correr atrás e conquistar os objetivos e sonhos”, destacou a atleta.
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“Tive vários exemplos de acontecimentos na minha carreira que poderiam me fazer desistir, mas isso só me deu mais força para mostrar que eu era capaz de ser algo, ser alguém na vida, de conseguir vencer na vida. De sair de um lugar e dar um algo a mais para a minha família, o que lá atrás era o meu primeiro objetivo. Portanto, me vejo muito forte por tudo isso que passei e por não desistir nunca. Até quando vários dedos apontavam para que eu desistisse, eu fui ainda mais firme. Tive força até criar maturidade e entender todo o processo. Foi sensacional”, concluiu Claudinha.
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