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Gabi elogia brasileiros e quer título Mundial pelo Conegliano

Em busca do título, Gabi comentou sobre seu primeiro Mundial de Clubes pelo Conegliano e a diferença dos clubes brasileiros para os europeus

Gabi Mundial de Clubes
Campeã Mundial pelo Vakifbank, da Turquia, Gabi busca seu segundo título da competição (Foto: Luca Del Prete)

Após o término do Campeonato Mundial de Clubes de vôlei masculino de 2024, com o Sada Cruzeiro sagrando-se pentacampeão, chegou o dia da estreia da edição feminina da competição. E o Olimpíada Todo Dia entrevistou três brasileiras campeãs da competição, sendo duas delas por clubes do Brasil, e uma pelo Vakifbank, da Turquia. Além delas, o OTD conversou com a oposta Lorrayna, que disputará pela primeira vez com a camisa do Nec Red Rockets Kawasaki, do Japão. O primeiro dos conteúdos que serão publicados é com a ponteira Gabi, atleta do Conegliano, da Itália, o maior favorito ao título.

Campeã do Mundial de Clubes pelo Vakifbank, da Turquia, na edição de 2021, Gabi é a atual capitã da seleção brasileira e, com a camisa do Brasil, soma duas medalhas olímpicas: prata em Tóquio-2020 e bronze em Paris-2024. Na entrevista ao OTD, o principal nome do vôlei do país na atualidade comentou sobre seu primeiro Mundial de Clubes pelo Conegliano, a importância da competição para o clube italiano e para a carreira dela. Além disso, a jogadora foi questionado sobre os motivos que fizeram aumentar a distância, no cenário de clubes, entre os europeus e os brasileiro.

+ Tabela do Mundial de clubes de vôlei feminino 2024

Primeiro Mundial pelo Conegliano

Gabi disputa em 2024 seu primeiro Mundial de Clubes pelo Conegliano, da Itália. Antes disso, ela jogou com as camisas do Rio de Janeiro, antigo Rexona-Ades e atual Sesc RJ Flamengo, do Minas Tênis de Clube e do Vakifbank, da Turquia. Pelos dois clubes brasileiros, a ponteira conquistou duas medalhas de prata com a equipe carioca (2013 e 2017) e mais uma com o clube minastenista (2018). Já com a equipe turca, a jogadora tem dois vice-campeonatos (2022 e 2023), além do título de 2021. A atleta comentou sobre a importância do evento na Turquia e a primeira impressão dela sobre a relevância dada na Itália.

“A Turquia é um país tradicional e muito conhecido pela força de sua Liga e pelos times que possui, principalmente os três que são considerados grandes potências do vôlei mundial. O Vakifbank foi o time que joguei nos últimos cinco anos e tem muita tradição, inclusive, é o detentor do recorde de títulos do Mundial de Clubes, o maior vencedor (quatro conquistas). Então, o Mundial de Clubes tem uma importância tremenda na Turquia e tem o Vakifbank como grande referência. É um país que sempre está na disputa do Mundial por sempre ter times na final da Champions League”, afirmou Gabi.

“Quando cheguei na Itália, eu tive a percepção da importância do Mundial de Clubes, principalmente para o Conegliano, que já venceu a competição. E, querendo ou não, junto com a Champions League, é um dos campeonatos mais importantes do ano. E, para você conseguir participar do Mundial de Clubes, você precisa pelo menos estar na final da Champions League. Então, para eles, tem uma importância grande. É um torneio difícil por ser no meio da temporada, momento de ajustes do time, pois mudamos muitas peças, mas a expectativa é grande dentro do clube para essa competição”, completou Gabi.

Expectativa por final

Os clubes brasileiros, Gerdau Minas e Dentil/Praia Clube, não podem ser descartados, assim como, principalmente, o Tianjin Bohai Bank, da China, time do país que sedia a competição e que tem atletas importantes com experiência na seleção chinesa, sendo, a principal delas, a craque Yingying Li, ponteira canhota. Apesar disso, a expectativa é que aconteça uma decisão entre os times italianos, com o Conegliano, de Gabi, enfrentando o Vero Volley Milano, da oposta Paola Egonu e do técnico Stefano Lavarini, prata pelo Minas em 2018.

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“Esse ano não tem times turcos, mas tem o nosso grande rival aqui na Itália, que é o Milano, uma grande potência por ter jogadoras consagradas que foram campeãs olímpicas esse ano. Então, desde o primeiro dia, eu consegui perceber que o Mundial de Clubes é, sim, uma das competições mais importantes para gente como objetivo. A expectativa aqui é grande para chegar à final e conseguir vencer esse campeonato”, destacou Gabi. O Conegliano chega ao Mundial de Clubes como atual líder da Liga Italiana e já venceu a competição em 2019 e 2022.

Dificuldade dos clubes brasileiros

Gabi já vivenciou o Mundial de Clubes pelos dois lados: clubes brasileiros e europeus. Um time do Brasil não disputa uma final da competição desde de 2018, quando o Minas, com a ponteira em quadra, foi vice-campeão. O que aconteceu, de lá para cá, nessas última quatro edições, já que em 2020 o evento foi cancelado por causa da pandemia da Covid-19? O nível dos times europeus subiu, até pelo investimento, e as equipes brasileiras não conseguiram acompanhar ou aconteceu uma queda técnica no voleibol praticado no Brasil? O OTD fez essas perguntas à Gabi e ela comentou sobre o tema.

“Infelizmente, o Brasil tem uma questão que foge ao nosso controle: que é o real em relação ao dólar e ao euro, moedas usadas pelos clubes europeus e asiáticos. Então, os times aqui conseguem fazer investimentos maiores, atrair jogadoras estrangeiras e jogar em um nível que é difícil de enfrentar. Portanto, o processo natural é que esses times cheguem às decisões e que fiquem na frente. E, quando falo em processo natural, é na teoria, pois, na prática, a gente vê que alguns clubes já conseguiram como, por exemplo, o Osasco, que conquistou em 2012 como você mesmo disse”, disse Gabi.

“Eu para duas finais pelo Rio e mais uma pelo Minas. Isso é fruto de trabalho intenso que os clubes do Brasil fazem e que, de alguma maneira, conseguem diminuir essa diferença com talento, trabalho e muito estudo técnico e tático. Mas, a gente sabe que o natural mesmo é que os clubes europeus e asiáticos estejam na frente pela questão econômica. E óbvio e digo natural, entre aspas, e repito isso porque é teoria. Porém, quando a gente entra em quadra não dá para pensar que o adversário é do Brasil, do Japão ou da Europa. A gente tem que entrar firme para vencer”, afirmou a capitã do Brasil.

Análise sobre Minas e Praia

Minas e Praia Clube disputam o Mundial de Clubes pela sexta vez seguida e buscam o título inédito. O clube de Uberlândia quer, no mínimo, a primeira medalha. Já a agremiação minastenista soma três medalhas de prata, sendo duas no feminino (1992 e 2018) e uma no masculino (2023). Como Gabi já disse anteriormente, os clubes brasileiros sofrem para competir por causa da diferença de investimento em comparação com os europeus. Mas a ponteira da seleção brasileira conhece bem a força das duas equipes mineiras.

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“O Minas, por exemplo, tem um time fortíssimo, com jogadoras de seleção como a Pri Daroit, que teve no ciclo olímpico com a gente, e a Thaisa, que dispensa comentários, pois, na minha opinião, é uma das melhores jogadoras do mundo. É um time entrosado, até pelos anos que jogam juntas, e que consegue manter a base e a estrutura. Além disso, é um clube muito organizado. Já o Praia trouxe estrangeiras e um elenco de atletas consagradas, como Macris, Adenízia, Carol Gattaz, entre outras importantíssimas. E, com certeza, elas chegam fortes. Vão chegar para tentar bater de frente”, analisou Gabi.

O Conegliano estreia no Mundial de Clubes exatamente contra o Praia Clube, nesta terça-feira, à 1h30 (horário de Brasília), em Hangzhou, na China. “Ninguém chega no Mundial de Clubes só para participar. Todo mundo quer ganhar e, óbvio, eu também quero. Sendo assim, é importante ter atenção em todos os jogos e trabalhar duro para buscar esse título com o Conegliano”, destacou Gabi. Depois do time brasileiro, a equipe italiana encara, na sequência, o LP Bank Ninh Binh, do Vietnã, na própria terça, às 22h, e o Nec Red Rockets Kawasaki, do Japão, da oposta Lorrayna, na sexta-feira (20), às 4h.

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