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Jovem com carreira na Europa é apresentado ao vôlei brasileiro

Conheça Davi Tenório Capeloci, brasileiro de 19 anos que iniciou carreira na Europa e está no Mundial de Clubes com o italiano Civitanova

Davi Tenório Civitanova
Davi Tenório é brasileiro e está com 19 anos (Foto: Civitanova/Divulgação)

Dois jogadores brasileiros que atuam como centrais estão defendendo clubes italianos no Campeonato Mundial de Clubes masculino de 2024, disputado em Uberlândia, Minas Gerais. Um deles é bem conhecido, já o outro é, certamente, desconhecido por muita gente. Presença frequente na seleção brasileira, Flávio, de 31 anos, esteve nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 e atua pelo Trentino. Já Davi Tenório Capeloci, de 19 anos e 2,13m, iniciou sua carreira na Europa e está sendo apresentado ao público brasileiro vestindo a camisa do Lube Civitanova.

Davi chegou ao Civitanova em meados de 2024. Antes disso, ele atuava pelo Grupo Herce Soria, da Espanha, onde ficou por três temporadas. “Minhas principais características são ataque e saque. Agora está mais complicado porque jogar contra os caras desse nível tem sido diferente em relação ao estilo de jogo que estava acostumado, pois é bem mais rápido. Foi difícil me acostumar, mas está dando certo e estou em bom caminho”, afirmou o jogador em exclusiva ao Olimpíada Todo Dia (OTD)

Trecho da entrevista em áudio

Quem é Davi Tenório Capeloci?

Natural de São Paulo, o jovem Davi, que surge como promessa do vôlei brasileiro, nasceu no dia 21 de junho de 2005 e é filho de Daniel Mininel e Clarissa Capeloci. O pai foi atleta da modalidade e jogou na posição de central em diversas equipes do Brasil a partir de meados da década 1990 até primórdios dos Anos 2000. Ele tem passagens por Banespa, São Caetano, Sorocaba, Pinheiros, Olimpikus/Rio de Janeiro, São Paulo e Fluminense.

Por times brasileiros, Daniel foi campeão Carioca em 1999/00, pelo Olimpikus/Rio de Janeiro, e ganhou duas medalhas de prata, sendo uma na Superliga 1996/96, pelo tradicional Banespa, e a outra no Paulista em 1998/99, com a camisa do Sorocaba. O pai de Davi deixou o país rumo à Europa em 2005, com a Itália sendo o primeiro destino. Depois disso, jogou na Liga Espanhola, primeiro pelo Unicaja de Almería e, em seguida, no Clube Andorra, onde se estabeleceu até os dias de hoje.

A mãe de Davi também tem história com o esporte. Clarissa jogou vôlei até entrar na universidade, inclusive, ela conheceu Daniel na Federação Universitária Paulista de Esportes (FUPE). Além dos dois, a tia Maria Beatriz Mininel Capeloci também foi jogadora profissional, portanto, a modalidade está no sangue da família. A irmã do pai dele atuou em clubes como Osasco, Flamengo, Macaé e São Bernardo. Daniel foi o primeiro atleta da família e influenciou a irmã e o filho Davi.

Davi Tenório Família
Davi Tenório com seu pai e sua mãe (Foto: Divulgação)

Do basquete ao vôlei

Com 8 anos de idade, Davi mudou para a Europa para acompanhar o pai, que hoje é técnico do Clube Andorra. O time está localizado no país Andorra, pequeno principado independente situado entre França e Espanha. E foi no Velho Continente que ele deu os primeiros passos praticando esporte, mas, antes do vôlei, o basquete surgiu como prioridade na vida do garoto. Durante um período de férias escolares, o menino deixou de lado a bola laranja e se apaixonou pelos saques e cortadas.

“Eu comecei jogando fora do país porque meu pai estava jogando na Superliga Espanhola, no time de Andorra. Foi ali que começou minha carreira pelo vôlei, mas antes, quando era pequeno, eu jogava basquete. Porém, o meu pai era treinador de um time de crianças, garotada da minha idade, e, em um verão a equipe dele tinha se classificado para um campeonato de clubes e ele me chamou para ir. Eu estava curtindo férias e topei”, contou Davi Tenório.

“Eu já conhecia as crianças, pois eram meus amigos. E lembro que foi uma experiência única poder, pela primeira vez, viajar com amigos, ficar em hotel por uma semana e jogar todo dia. Não ganhamos, mas a vivência foi boa demais. Fiquei muito feliz de compartilhar aquelas memórias com meus amigos. Depois daquele verão, eu quis repetir e disse: quero voltar a jogar esse campeonato e ganhar. Foi a partir desse momento que larguei o basquete, fui para o vôlei e minha carreira começou”, completou o atleta.

Começo como profissional

Após a transição do basquete para o vôlei, que aconteceu a partir da disputa do Campeonato da Espanha Mirim, pelo Clube Andorra, quando tinha 11 anos, Davi começou a gostar cada vez mais da nova modalidade com o passar do tempo. O amor pelo esporte cresceu juntamente com a estatura e o jovem passou a chamar a atenção. Mais adiante, Davi foi para o programa da Federação Catalana de Voleibol (FCVolei) denominado GET Blume .

“Passei por um centro de alto rendimento para menores de idade em Barcelona e fiquei lá até os 16 anos. Depois disso, eu fui para um time da Superliga Espanhola, com os mesmos 16 anos, chamado Soria, onde fiquei três anos. Joguei pouco no início. No primeiro ano, eu era o quarto central e, nos dois anos seguintes, fui o terceiro jogador da posição. Mas aí, no final dos playoffs, o central titular machucou a panturilha. Com isso, eu tive a chance de jogar semifinal e final e aproveitei muito bem”, revelou Davi.

Além do apoio familiar, Davi contou com a contribuição relevante do técnico Alberto Toribio, profissional que trabalha como formador e é treinador do Grupo Herce Soria. O atleta relatou que esses momentos como titular na Liga Espanhol encaminhou sua ida ao Civitanova, gigante italiano com sete títulos da Liga Italiana e da Copa da Itália, bicampeão da Liga dos Campeões da Europa e campeão do Mundial de Clubes de 2019/20.

Davi Tenório Civitanova
Davi Tenório chegou ao Civitanova em setembro de 2024 (Foto: Civitanova/Divulgação)

Foco no aprendizado

Na conquista do Mundial de Clubes, o Civitanova tinha em seu elenco dois atletas da seleção brasileira. O levantador Bruno, campeão olímpico pelo Brasil na Rio-2016 e dono de duas pratas nas edições de Pequim-2008 e Londres-2012, e o ponteiro Leal, cubano naturalizado brasileiro que vestiu a camisa do selecionado verde-amarelo em Tóquio-2020, quando ficou em quarto lugar, e em Paris-2024, eliminado junto com seus companheiros nas quartas de final.

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“O Civitanova é um clube que já jogou vários Mundiais. E, esse ano, estando aqui, eu vejo que o pessoal está motivado. Jogar campeonato contra time fortes é sempre uma experiência única. Não é sempre que se joga um Mundial de Clubes. O pessoal está feliz e motivado para ganhar”, afirmou Davi. Questionado sobre seleção brasileira, o atleta revelou seu foco. “Por enquanto, estou centrado em melhorar como jogador. Tenho muito o que aprender ainda. Não estou focado em seleção ainda”, concluiu o atleta.

Participação no Mundial de Clubes

Na edição de 2024 do Mundial de Clubes, o Civitanova integra o Grupo A e foi surpreendido na estreia pelo Foolad Sirjan, do Irã, perdendo por 3 sets a 2. Na segunda rodada, o time italiano se recuperou e bateu o Praia Clube em parciais diretas. A última rodada da chave acontece nesta sexta-feira (13) e a equipe do central Davi enfrenta o Al Ahly, do Egito, às 20h30, no ginásio do Sabiazinho, em Uberlândia. Com os iranianos garantidos em primeiro, o Civitanova tem que vencer para avançar em segundo lugar.

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Davi não entrou nos dois primeiros jogos do Civitanova no Mundial de Clubes e tem tido poucas chances de jogar. Apesar disso, o central tem tido a oportunidade de treinar juntamente com grandes nomes do vôlei mundial. Ele chegou ao clube italiano em setembro de 2024 como quarta opção para a posição e tem como companheiros de função o francês bicampeão olímpico Barthélémy Chinenyeze e o experiente sérvio Marko Podrascanin, titulares com frequência, e o italiano Giovanni Gargiulo.

Davi Tenório Civitanova
Davi Tenório está com elenco do Civitanova no Mundial de Clubes (Foto: Civitanova/Divulgação)
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