Os multicampeões José Roberto Guimarães e Bernardo Rezende continuam na seleção brasileira de vôlei para o ciclo de trabalho para os Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028. A confirmação oficial foi divulgada nesta quinta-feira (5) pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Por enquanto, a entidade máxima da modalidade no Brasil comunica que Zé Roberto e Bernardinho seguem como coordenadores das categorias adulta e base na quadra. No vôlei de praia, Leandro Brachola permanece ocupando o cargo.
Os treinadores são históricos no vôlei do Brasil. Zé Roberto é tricampeão olímpico: Barcelona-1992, no masculino, e Pequim-2008 e Londres-2012, no feminino. Além disso, ele subiu ao pódio mais duas vezes com as mulheres, levando a prata em Tóquio-2020 e bronze em Paris-2024. Bernardinho tem menos títulos, mas mais medalhas. Ele ganhou o ouro com os homens em Atenas-2004 e Rio-2016, a prata no mesmo naipe em Pequi-2008 e Londres-2012, e o bronze no feminino em Atlanta-1996 e Sydney-2000.
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O cargo de coordenador técnico foi criado em 2023 pela CBV para fortalecer a integração entre os times adulto e de base. Além da estrutura do Centro de Desenvolvimento do Voleibol (CDV), em Saquarema, no Rio de Janeiro, as seleções brasileiras dos dois naipes terão também períodos de treinamento no CT europeu da entidade máxima da modalidade no Brasil, localizado na região francesa de La Moselle, fruto de uma parceria com o governo local.
“Geração alta e talentosa”
Zé Roberto está no comando técnico da seleção brasileira feminina há 20 anos. Ele assumiu em 2004 e, desde então, só não ganhou medalhas em Atenas-2004, quando ficou em quarto lugar, e na Rio-2016, eliminado nas quartas de final. O profissional explicou o que fez com que ele aceitasse a proposta da CBV. “Estou muito motivado e confiante para este novo ciclo olímpico. Temos uma geração alta, talentosa e que vai trabalhar bastante para conseguir os resultados”, disse o técnico.
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“A minha relação com a base é forte e vamos buscar uma formação técnica com ainda mais qualidade nos fundamentos. O CT da CBV em La Moselle vai facilitar o intercâmbio com outras escolas. O voleibol está muito equilibrado, mas temos material humano para seguirmos entre os melhores do mundo”, concluiu Zé Roberto que, além de treinar a seleção brasileira, é gestor do projeto de vôlei feminino do Barueri e trabalha como técnico no THY, clube da Turquia.
“Feliz em continuar como coordenador e técnico”
Bernardinho assumiu o comando da seleção brasileira masculina pela primeira vez em 2000, após os Jogos Olímpicos de Sydney. Na primeira passagem, ele ficou até a Rio-2016 com os títulos e medalhas olímpicas, o tricampeonato mundial e mais conquistas. O treinador precisou reassumir o comando com a saída do técnico Renan Dal Zotto, que pediu demissão em 2023, após confirmar a vaga do Brasil para Paris-2024. Agora, ele deixa de ser solução emergencial para iniciar um trabalho com planejamento.
“Fiquei feliz com o convite da CBV para continuar o trabalho como coordenador das seleções masculinas e técnico da equipe adulta. Temos jovens jogadores de muito talento e essa integração entre a adulta e a base é fundamental para os resultados que queremos atingir. Este ano, retomamos o projeto da seleção masculina de novos, com o objetivo de dar experiência e rodagem aos mais jovens. O equilíbrio hoje no vôlei é real. Precisamos trabalhar para avançar e criar diferenciais”, declarou Bernardinho.
Sequência na praia
Além de Zé Roberto e Bernardinho, a CBV, por intermédio do presidente Radamés Lattari e do diretor técnico Jorge Bichara, confirmaram a continuidade de Leandro Brachola como coordenador técnico do vôlei de praia. “O último ciclo foi positivo, e o ouro da Duda e da Ana Patrícia coroou esse trabalho. Desenvolvemos um trabalho em parceria com as comissões técnicas das duplas, visando resultados expressivos”, destacou o coordenador que, em seguida, comentou sobre a base.
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“Na base, realizamos frequentemente camps de treinamento, que incluem desenvolvimento da metodologia de treinamento, incremento da preparação física, e apoio ao trabalho das comissões técnicas. Estaremos próximos do adulto e da base, dando sequência ao trabalho com foco nas principais competições”, finalizou Leandro Brachola. Em Paris-2024, Duda e Ana Patrícia foram campeãs olímpicas e o Brasil ainda teve as participações de Carol Solberg e Bárbara Seixas, Arthur e Evandro e André e George.
Planejar mesmo com eleições
A CBV iniciou o planejamento para Los Angeles-2028 mesmo com eleições marcadas para janeiro de 2025. “Temos eleição em janeiro e respeitaremos as etapas que esse importante momento exige, mas a CBV não poderia parar e o planejamento precisava seguir. Então nos reunimos com Zé Roberto, Bernardinho e Brachola para externar nosso interesse na continuidade do trabalho deles como coordenadores das seleções de quadra e praia” explicou Radamés Lattari, presidente da CBV.
“A integração entre as equipes adultas e de base é um pilar fundamental do nosso olhar para 2028 e 2032. Os três deram respostas positivas, o que nos deixa muito felizes e confiantes no projeto que temos. São três campeões olímpicos e profissionais dos mais respeitados dentro e fora do Brasil” acrescentou o mandatário da entidade máxima do vôlei no Brasil. Jorge Bichara, diretor técnico da instituição, também expôs seu pensamento em relação a continuidade de Zé Roberto, Bernardinho e Leandro Brachola.
“A temporada de clubes está começando no Brasil e nos principais centros de voleibol do mundo. A CBV tem seu calendário eleitoral, mas já precisa trabalhar o planejamento para o próximo ciclo. Algumas ações de renovação e preparação precisam ser iniciadas neste momento se quisermos efeitos em 2028 na praia e na quadra. Afinal, em 2025 temos Mundiais adultos, sub 21 e sub 19, e no ano seguinte, um Sul-Americano que é classificatório olímpico”, destacou Jorge Bichara.