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Paris 2024

Elenco mesclado busca primeiro pódio do vôlei sentado masculino

Depois de bater na trave nas últimas edições, seleção masculina de vôlei sentado mescla jovens e experientes por um lugar no pódio em Paris

Seleção brasileira de vôlei sentado masculino durante treino na aclimatação para as Paralimpíadas de Paris-2024
(Foto: Alessandra Cabral/CPB)

A seleção brasileira de vôlei sentado masculino chega em Paris-2024 com uma mescla de atletas veteranos, que atuavam no vôlei convencional, e jovens talentos revelados para o Movimento Paralímpico nas Paralimpíadas Escolares, evento promovido anualmente pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). É essa junção que quer a primeira medalha do país em Jogos Paralímpicos.

A seleção masculina de vôlei sentado bateu na trave por um pódio inédito nas últimas duas edições paralímpicas, ao perder a disputa de bronze na Rio-2016 e em Tóquio-2020. Agora, o técnico paraibano José Agtônio Guedes reuniu jogadores de gerações e bases técnicas distintas para tentar mudar essa escrita e a história da modalidade no país.

“Nosso desafio a cada ciclo é planejar o processo de renovação da seleção, identificar ao final quem pode compor a seleção na trajetória até os Jogos Paralímpicos subsequentes ciclo. Esse trabalho de trazer os talentos das [Paralimpíadas] Escolares é uma estratégia passa muito pelo trabalho nas seleções de base. E a integração com os mais experientes se dá no dia a dia, de forma que eles possam passar seu empenho, vontade, hábitos de um atleta profissional dentro e fora da quadra”, explicou Guedes.

Experiência de gerações

Os centrais Levi e Luís Fabiano fizeram carreira no vôlei para atletas sem deficiência – Levi, aliás, chegou a disputar a Superliga -, antes de aderirem ao vôlei sentado. Levi tem artrodese no tornozelo direito e chega para sua terceira participação paralímpica. “O vôlei sentado é mais dinâmico e mais rápido que a versão para atletas sem deficiência”, explicou ele, presente em Londres-2012 e na Rio-2016. “Agora, a modalidade está sendo mais divulgada, estão surgindo mais atletas novos”, completou.

Luís Fabiano, de 48 anos, que tem sequela de poliomielite nas pernas, começou no juvenil do Palmeiras e representou as agremiações de Montes Claros (MG) e Chapecó (SC), dentre outras. “A bola no vôlei sentado é muito rápida, o que nós tentamos sempre passar é a ideia da tranquilidade. A calma é essencial para concluir muito bem as jogadas. Quando começamos no vôlei também tínhamos nossa afobação, mas com o tempo fomos nos adaptando”, explicou.

Revelações das Paralimpíadas Escolares

Ao mesmo tempo em que conta com os experientes, a seleção masculina de vôlei sentado também apresenta os novatos, revelados pelas Paralimpíadas Escolares. É o caso de Raysson Ferreira, líbero que integrou a equipe de Goiás na edição de 2019 do evento, que aconteceu nas quadras do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo (SP).

Um ano antes, o time de São Paulo contava com um atleta que agora também vive a expectativa de disputar os Jogos Paralímpicos pela primeira vez. O ponteiro Thiago Costa, de 24 anos, capixaba de Vila Velha, mas radicado em São Paulo desde os dez, é uma das peças importantes do técnico Guedes. “Eu treinei muito para estar aqui. Passei pelas Seleções de base, queria muito chegar até a principal. É um sonho representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos”, admitiu Thiago, eleito o melhor do país no vôlei sentado no ano passado.

O Brasil estreia nos Jogos Paralímpicos contra a Alemanha, na sexta-feira, 30, às 13h (de Brasília), pelo grupo B. Maior potência do vôlei sentado mundial, o Irã, do central Morteza Mehrzad, de 2,47m, é o segundo adversário da seleção de Guedes, no domingo, dia 1º, às 7h. O terceiro jogo da primeira fase será contra a Ucrânia, às 13h da terça-feira, 3. Os dois primeiros do grupo avançam à semifinal.

Além da equipe masculina, o Brasil também conta com sua seleção feminina de vôlei sentado em Paris-2024. Atual campeão mundial, o time chega na capital francesa buscando seu terceiro pódio paralímpico seguido, após bronzes na Rio-2016 e em Tóquio-2020.

*Do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

Paulistano de 22 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

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