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Paris 2024

Brasil cai de novo pros EUA e vai disputar bronze no vôlei

Após derrota na final em Tóquio, seleção brasileira feminina perde para as estadunidenses na semifinal em Paris. Disputa pelo pódio será com perdedor de Itália ou Turquia

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(Alexandre Loureiro/COB)

Paris – Pela segunda vez seguida os Estados Unidos frustram o sonho do tricampeonato olímpico da seleção brasileira de vôlei feminino. O time estadunidense derrotou o Brasil por 3 a 2 nesta quinta-feira (8), pela semifinal dos Jogos em Paris, quatro anos após bater as comandadas de José Roberto Guimarães na final em Tóquio. Resta agora a disputa pela medalha de bronze. O adversário sairá do jogo entre Itália e Turquia, marcado para ainda esta quinta. A partida será no sábado (10), 17h15 de Brasília.

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Agora em Paris, o Brasil chegou na semifinal com uma campanha perfeita, venceu todos os jogos por 3 a 0. Quênia, Japão e Polônia pela fase de classificação e a República Dominicana nas quartas de final. As vitórias sobre japonesas e polonesas tiveram um sabor especial, já que as duas adversárias foram responsáveis por tirar o Brasil da Liga das Nações de vôlei feminino este ano, após uma campanha invicta até as semifinais. As asiáticas tiraram a seleção da final e a Polônia levou a melhor na disputa do bronze.

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(Alexandre Loureiro/COB)

O confronto contou com a presença de atletas ilustres do Brasil, como Rebeca Andrade, Rayssa Leal e Gabriel Medina. Todos medalhistas nos Jogos Olímpicos de Paris.

Mal no passe, bem no bloque

O Brasil começou mal no passe e os Estados Unidos abriram rápidos 5 a 0 no primeiro set. Zé Roberto pediu tempo, depois fez uma inversão de 5/1 colocando Tainara e Macris nos lugares de Roberta e Rosamaria. A seleção reagiu, e foi pelo bloqueio. Tainara, num simples, Carol e Macris fecharam a rede e logo o time colou no 7/8 contra. Em outro, de Ana Cristina, veio o empate no 12 a 12. Era o caminho da virada. No 15 a 15, Carol e Tainara encaixaram mais dois seguidos e a seleção assumiu o comando do marcador. Thaísa não quis ficar pra trás e socou mais um toco. Já eram três de frente no 19 a 16.

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Mas os Estados Unidos não estavam mortos. Dois erros no ataque do Brasil, de Tainara e Gabi, seguido de um contra-ataque, recolocaram elas na frente no 20 a 19. Um ace de Roberta, que voltara para a quadra junto com Rosamaria, deixou tudo igual no 21 a 21 e o final do set foi eletrizante. Melhor para elas, que fecharam no 25 a 23. Foi o primeiro set que o Brasil perdeu em toda a Olimpíada de Paris. Destaque para os sete pontos de bloqueio e para a falta de eficiência de Gabi no ataque, apenas um de onze.

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(Alexandre Loureiro/COB)

Ana Cristina

Gabi começou melhor o segundo set. Ainda nos primeiros movimentos, virou duas e bloqueou outra, levando o Brasil a 6 a 3. Os Estados Unidos reagiram e empataram no 8 a 8, num belo contra-ataque de Ogbogu, mas novamente o bloqueio apareceu, agora com Rosamaria, e recolocamos três de frente no 11 a 8. Virou cinco em dois ataques certeiros de Ana Cristina, e seis num toco, mais um, de Carol.

Os Estados Unidos pararam e achar o Brasil, e a distância foi crescendo e chegou a oito no 23 s 15. Parecia definido, mas Rosamaria ficou em dois bloqueios seguidos e, somado a um erro de ataque, elas cortaram três. Zé Roberto pediu tempo, na volta Thaísa cravou do meio e Ana Cristina, que havia começado mal o jogo, sacramentou a grande parcial dela colocando no chão o set point.

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Caminhada pra trás

O terceiro set pareceu uma repetição do primeiro. Passe ruim, ataque ineficiente e as estadunidenses virando tudo, muito com a ponteira Plummer. Elas foram abrindo sem dificuldade. Dois, três, quatro até chegarem a sete pontos no 17 a 10. Maior defasagem contra a selelão brasileira desde o início do confronto. Nada dava certo para o Brasil, Plummer seguia jogando solta e os Estados Unidos fecharam o terceiro set. O vôlei feminino do Brasil, então, ficou pendurado em Paris.

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Rebeca Andrade, bem como Gabriel Medina e Rayssa Leal, foram ao jogo (Alexandre Loureiro/COB)

Tudo ou nada

As jogadoras brasileiras voltaram quentes para o quarto set. A torcida veio junto. Mas as jogadoras dos EUA também chegaram junto. E começou aquele jogo tenso, ponto a ponto. A primeira vantagem que o Brasil conseguiu foi um 13 a 10 com um bloqueio de Carol e um erro de Plummer. As estadunidenses não se entregaram e tentaram reagir, mas valeu a garra das jogadoras brasileiras pra forçar o quinto set. O tie-break, claro, foi um desespero. O Brasil conseguiu abrir dois no 6/4, mas era uma semifinal olímpica e os EUA não deixaram a gente escapar. E assim foi, ponto a ponto, pânico generalizado, agonia infinita, até a última bola cair.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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