O Brasil sempre foi conhecido por ataques brutais no vôlei feminino. Sheilla, Mari e Fê Garay foram expoentes de grandes “spikes” que deixavam as rivais desconcertadas. Mas outro fundamento é o atual destaque no atual elenco do Brasil: o bloqueio, agora transformado em muralha pela dupla Carol e Thaisa na Liga das Nações.
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BLOQUEIO MATADOR
A grande destaque no bloqueio na vitória de 3 a 2 sobre a Sérvia na quinta-feira foi Thaisa, que marcou nove dos 18 pontos feitos pelo Brasil no fundamento, enquanto os outros foram anotados por Carol, Kisy e Macris, cada uma com três. A experiente jogadora, no entanto, confessou que tinha pouca familiaridade com as adversárias, mas que no decorrer da partida começou a pegar confiança para crescer nos blocks.
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“No começo a gente não tava conseguindo achar elas. Falando por mim, estive muito tempo fora, então ainda estava entendendo as atacantes. A gente vai pegando o ‘timing’ do jogo, entendendo como cada atacante é. A gente começou a tocar mais, amortecer, bloquear, mas mais do meio do jogo pra frente. É importante ter essa paciência. Na hora que tá valendo é a hora que a gente bloqueou e tá tudo certo.”, analisou a central, que ficou cinco anos afastada da seleção brasileira e retornou esta semana.
A força de Thaisa nos bloqueios se une à de Carol ou Carolana, que liderou as estatísticas do fundamento com sobras na última temporada, quebrando recordes tanto da Liga das Nações (com 63 bloqueios), como do Mundial (59). Além das duas, a oposta Kisy é outro reforço importante no fundamento. “Eu cobro muito a Kisy pra ela melhorar na defesa porque o bloqueio dela pode ser um dos melhores do mundo. Ela bloqueando na posição 2 é demais”, disse José Roberto Guimarães após o jogo contra a Coreia do Sul ao comentar as qualidades da jogadora, que ganhou espaço na seleção brasileira depois da lesão de Ana Cristina.
TREINO DE BLOQUEIO
Os bons números do bloqueio brasileiro são fruto de muito treino. Um exemplo é Carol, cujos números comprovam que se trata de uma das melhores do mundo. Para o jogo contra a Sérvia, Carolana pediu por um treino específico de bloqueio, que deu certo.
“Nesse jogo, a gente encarou meninas mais altas, então precisávamos ajustar um tempo de bola mais alto. Em amistosos contra o Japão a gente viu que as bolas delas eram mais rápidas. Então cada jogo é uma estratégia diferente, executar o bloqueio de forma diferente. Esses pequenos ajustes fazem a diferença na hora do jogo”, analisou a jogadora.
O técnico José Roberto Guimarães falou sobre como o treino de bloqueio é específico. Para a partida contra a Sérvia, apenas Carolana praticou o fundamento com intensidade, o que foi diferencial para o resultado do jogo. Zé Roberto procurou preservar o restante do grupo para evitar lesões desnecessárias no treino do block. “A Carol pediu pra treinar mais o bloqueio por causa do tempo e gesto que ela precisa para o jogo. A preocupação no treino que antecede a partida é que ninguém se machuque, então tentamos colocar menos bloqueios e ataques para que não tenha nenhuma intercorrência.”, explicou o treinador.