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Egonu fala apenas em descanso e volta atrás em aposentadoria

Oposta italiana foi a maior pontuadora do mundial de vôlei feminino pela segunda vez consecutiva e chegou a dizer que não jogaria mais

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FIVB

No jogo que serviu de preliminar para a grande final do Mundial de Vôlei feminino, a Itália derrotou os Estados Unidos por 3 sets a 0 (25/20, 25/15, 27/25). Mas o que mais chamou a atenção foi o desabafo da oposta Paola Egonu, uma das melhores jogadoras do mundo. Em conversa com o agente Marco Raguzzoni ela disse que se aposentaria da seleção italiana. A conversa foi captada pelas câmeras e viralizou, mas logo a estrela esclareceu.

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Com 23 anos, a italiana é vítima constante de racismo e xenofobia na Itália, mesmo tendo nascido em Cittadella, na província de Pádua, no norte do país. Com lágrimas nos olhos, ela comentou “Não consigo entender, não consigo entender. Me perguntaram porque sou italiana… essa é a última partida com a Seleção”. Em outra declaração, ela ainda revelou “Existem pessoas que já me perguntaram se sou italiana… daí eu me pergunto porque devo representar pessoas desse tipo. Queria entender o que alguns jornalistas pensam, eu coloco toda minha alma e coração no jogo e sobretudo não desrespeito ninguém. Então machuca”.

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Poucos minutos depois, com todos fãs de vôlei já preocupados com uma aposentadoria da oposta que tem apenas 23 anos ela esclareceu ao Sky Sport. “É sempre uma honra vestir a camisa azul, mas eu adoraria ter um verão livre para descansar como uma pessoa. Não quero tirar nenhum mérito de minhas companheiras ou faltar com respeito com elas, mas toda vez que há um problema, eu sou o alvo, ‘eu errei’, ‘eu deveria melhorar’ chega ao meu limite mental e eu gostaria de ter um verão livre”.

Egonu não mede palavras e desafia jornalista

Conhecida por sua pontaria certeira na quadra, Egonu não mediu palavras também para apontar aqueles que seguem a menosprezando, ainda na zona mista. “Queria entender também o que o Senhor Pasini pensava quando sdisse que eu não merecia estar na seleção”, desabafou se referindo a Gian Luca Pasini, jornalista de La Gazzetta dello Sport, principal periódico esportivo da Itália.

Ela ainda comentou sobre um momento emocionante com sua colega Moki de Gennaro, líbero de 35 anos que é sua companheira no Imoco. “Me machuca pensar que pode ter sido minha última partida com ela por um tempo, espero encontrar ela novamente no próximo verão, mas me machuca pensar que quando eu voltar, ela não estará lá. Não estou dizendo que ela vai parar, mas eu vou mudar de clubes, então não estaremos juntas. Espero ainda ser um ponto de referência para a Nazionale”.

Após a cerimônia de pódio, já com a medalha de bronze no peito, Egonu era outra pessoa. Sorridente e dançando em frente às câmeras do Sky Sport, ela reafirmou que precisa de uma pausa. “Eu quero muitíssimo estar na seleção, mas preciso de uma pausa. Depende de muitas coisas, mas a minha vontade de representar é muita”. E quando voltará? “em janeiro eu digo”.

Egonu é maior pontuadora pelo segundo mundial seguido

Egonu indica então seguir adiante e buscar em Paris sua primeira medalha olímpica, ainda busca sua primeira medalha olímpica. Ela esteve nas Olimpíadas do Rio, quando tinha apenas 17 anos e nos Jogos Olímpicos de Tóquio, quando a Itália caiu nas quartas para a Sérvia. Por outro lado, esta foi a segunda medalha em mundiais dela, que foi um dos destaques da Itália em 2018 no vice-campeonato, chegando a vencer o prêmio de melhor oposta e foi a maior pontuadora da competição, com 324. Neste ano ela novamente foi a maior pontuadora da competição, com 275 bolas no chão.

Interessado em cinema, esporte, estudos queer e viagens. Se juntar tudo isso melhor ainda. Mestrando em Estudos Olímpicos na IOA. Estive em Tóquio 2020.

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