Tóquio – Não foi dessa vez! O Brasil começou na frente contra o Comitê Olímpico Russo, mas sofreu a virada pelo placar de 3 a 1 (parciais de 25/18, 21/25, 24/26 e 25 a 23). A seleção masculina de vôlei chegou no Japão como favorita para o ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, mas agora espera o resultado da partida entre França e Argentina para a disputa da medalha de bronze, marcada para a madrugada do próximo sábado, a partir da 1h30 (horário de Brasília). A Rússia encara o vencedor deste duelo na decisão olímpica.
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O Brasil começou bem no jogo, e venceu o primeiro set com autoridade. A partir da segunda parcial, o que se viu foi um show da defesa russa e de Mikhaylov. O Brasil teve a chance de se recolocar na frente na partida no terceiro set, chegando a abrir oito pontos de vantagem. No entanto, o time russo conseguiu a virada e abriu a vantagem. O quarto set foi equilibrado, porém a defesa russa novamente fez a diferença e confirmou a vitória da seleção europeia.
Na visão de quem esteve em quadra, a virada amarga sofrida no terceiro set acabou sendo determinante para a derrota na semifinal. “A principal dificuldade do jogo foi os nossos próprios erros. A gente tinha que vencer aquele terceiro set. A virada que eles conseguiram deram uma moral gigante para eles para o quarto set. Acho que o jogo teria sido diferente se a gente tivesse fechado o terceiro set”, avaliou Leal após o duelo.
Bruninho fez uma análise mais técnica do momento que acabou sendo crucial para a derrota. Segundo o levantador, a dificuldade no ataque brasileiro no final do terceiro set influenciou também a confiança do time na quarta parcial.
“Difícil fazer uma análise fria logo após o duelo. A gente criou uma grande oportunidade, mas eles também melhoraram bastante na reta final da parcial. Difícil também analisar se as minhas escolhas foram erradas. Eu busquei bastante o Leal, que estava muito bem no jogo, e acabou que a gente não conseguia mais encaixar o ataque naquele momento. E acho que isso acabou influenciando para o quarto set, principalmente com os nossos saques e acabamos derrotados”, declarou o levantador.
O maior pontuador da partida foi o russo Maxim Mikhaylov, que foi responsável por 22 pontos com um altíssimo aproveitamento no ataque. Entre os brasileiros, Yoandy Leal foi o principal pontuador, com 18 bolas no chão.
O técnico do Brasil, Renan dal Zotto, prefere enaltecer a clara melhora russa na parcial que acabou sendo decisiva para o duelo e espera que o time consiga tirar lições da partida. “No terceiro set a gente estava perfeito em quadra. Jogando de maneira agressiva, abriu uma larga vantagem e com uma atuação encaixada. Aí a Rússia conseguiu entrar novamente no jogo com o camisa número 1 deles. A gente agora busca encontrar explicações para o que aconteceu e tenta tirar aprendizados para o futuro da seleção”, completou o comandante.
A derrota na semifinal é o segundo revés brasileiro na competição e o segunda para a Rússia. Além disso o resultado encerra uma sequência de quatro sequências olímpicas para o time verde amarelo que vinha desde os Jogos de Atenas em 2004.
O jogo
O Brasil abriu na frente com uma bola no chão do Wallace. Com direito a desafio para verificar ponto do bloqueio, o time avançava na parcial. Começo de jogo muito bom, com mais técnica do que força. A defesa estava muito bem. E a seleção chegou a abrir vantagem de quatro pontos. No saque para fora da Rússia, o Brasil fechou a parcial com 25 a 18.
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Jogo contra a Rússia não é fácil. O Brasil saiu atrás no placar e viu os adversários crescerem no segundo set com os próprios erros. Os russos abriram grande diferença, que chegou a seis pontos de diferença. Renan substituiu Wallace por Alan, que conseguiu marcar e ajudar o time. Leal fez a diferença cair para três. Mas no erro de saque de Alan, a Rússia conseguiu o set point. O Brasil dificultou o fechamento do set, mas acabou igualando o placar do jogo em 1 a 1. Parcial de 25 a 21 para os russos.
Terceiro set muito duro. A igualdade era o que aparecia no placar até o 6 a 6. Quando Lucão colocou a bola no chão e mudou a vantagem para o time do Brasil. Lucarelli marcou pós rally emocionante e foi encaminhando o set. No acerto coletivo, a seleção acelerou e abriu sete na frente dos russos. No entanto, não segurou e voltou a errar, a Rússia buscou a diferença, empatou no 23 a 23. E num rally conseguiu o set point, que até foi evitado, mas aconteceu: 26 a 24. Brasil atrás no jogo 2 a 1.
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Mais uma parcial que começou difícil e na igualdade. O Brasil saiu na frente, mas viu Mikhaylov liderar e colocar a Rússia na frente na parcial. Renan colocou Douglas Souza no lugar de Lucarelli. A seleção errava muito no saque. Na diagonal, Leal igualou para o Brasil. A seleção tocou na rede e deixou os adversários na frente novamente. O jogo era tenso. 22 a 22. No desafio, a bola não bateu no bloqueio da Rússia, que assumiu a dianteira. Match point 25 a 23. Com isso, o Brasil vai para a disputa da medalha de bronze.
Campanha em Tóquio
TABELA – SELEÇÃO MASCULINA
23.07 (SEXTA-FEIRA) – Brasil 3 x 0 Tunísia (25/22, 25/20 e 25/15)
26.07 (SEGUNDA-FEIRA) – Brasil 3 x 2 Argentina (19/25, 21/25, 25/16, 25/21 e 16/14)
28.07 (QUARTA-FEIRA) – Brasil 0 x 3 Comitê Olímpico da Rússia (22/25, 20/25 e 20/25)
29.07 (QUINTA-FEIRA) – Brasil 3 x 0 Estados Unidos (30/32, 25/23, 25/21 e 25/20)
31.07 (SÁBADO) – Brasil 3 x 2 França (25/22, 37/39, 25/17, 21/25 e 20/18)
Quartas de final
03.08 (TERÇA-FEIRA) – Brasil 3 x 0 Japão (25/20, 25/22 e 25/20)
Semifinal
05.08 (QUINTA-FEIRA) – Brasil 1 x 3 Comitê Olímpico Russo (25/18, 21/25, 24/26 e 23/25)