Foram dois anos sem vestir a camisa da seleção brasileira de vôlei por decisão própria. Tempo para se redescobrir e respirar novos ares. Convocada pelo técnico José Roberto Guimarães para a temporada que começará no próximo mês, com a Liga das Nações, na cidade de Rimini, na Itália, a oposta Rosamaria está pronta para lutar por uma vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
“Estava com muitas saudades de Saquarema. Ter ficado afastada me fez entender o quanto gosto de estar aqui. Esse tempo longe serviu para voltar a ter esse tesão, essa vontade. Hoje eu tenho prazer de treinar, de jogar, de dar os meus 100% e de evoluir. Em 2018, 2019, não estava sentindo isso”, admite Rosamaria.
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“Voltar a jogar como oposta me fez sentir totalmente capaz de novo, ver que tinha muito que realizar e crescer, acertar e errar. Acho que vários fatores fizeram isso acontecer: a mudança de posição, a curiosidade de conhecer um país novo e sua cultura. A sede de aprender tudo novo foi o gás que estava faltando”.
A jogadora, que atuou na Itália nas duas últimas temporadas, conversou com Zé Roberto em 2018, após decidir ficar de fora da seleção.
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“Naquele ano eu não tinha condições de estar na seleção”, afirma a oposto. “Esse tempo afastada me deixou um pouco insegura sobre uma nova convocação, mas, ao mesmo tempo, estava confiante no meu trabalho, por ter feito duas temporadas muito boas na Itália, e de ter sido muito responsável para ganhar essa oportunidade. E essa chance não é um acaso. Foi um estudo de projeção de carreira, de escolhas, experiência que optei em ter para chegar aqui da maneira como cheguei. Claro que não fiz nada ainda, mas eu quero estar na Olimpíada. Só em dar esse primeiro passo, de estar dentro do grupo, é uma satisfação muito grande por entender que fiz por merecer e que meus planos, até aqui, deram certo”.
A Liga das Nações será uma competição importante para ganhar a total confiança de Zé Roberto e o carimbo no passaporte para Tóquio. “O objetivo é continuar trabalhando e ralando muito. Quero sair, ou permanecer no grupo, com a consciência de que fiz tudo o que podia. Tem muita coisa ainda para acontecer, mas só o nível dos treinos já te faz evoluir demais. Estou bem feliz por estar aqui agora”.
Futuro
O futuro da jogadora após o período na seleção brasileira ainda está incerto. A única certeza que Rosamaria tem é que pretende continuar atuando no exterior. “Jogar fora do Brasil tem sido uma experiência muito boa. Me fez evoluir muito como pessoa e como atleta e abrir os olhos para coisas que, talvez aqui no Brasil, eu não conseguiria enxergar. Me fez crescer e a estar aberta às oportunidades”, disse Rosamaria. “Foi uma decisão acertada e o resultado é ver a minha satisfação com o meu trabalho”.
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Em sua primeira temporada na Itália (2019/2020), Rosamaria jogou pelo Perugia. Disputou 19 jogos e marcou 382 pontos. A competição acabou sendo interrompida pela pandemia do Coronavírus. Em seu segundo ano (2020/2021), a brasileira defendeu o Casalmaggiore. Foram 24 partidas e 408 acertos. Com muitos infectados pela Covid-19 no elenco, inclusive na comissão técnica, a equipe não teve condições de disputar os playoffs do campeonato italiano, e foi eliminada.
“Meus planos são de continuar fora. Ainda tem muita coisa que eu quero viver, muito campeonato que quero jogar. Nesses dois últimos anos eu não terminei dentro de quadra. Isso me incomoda. Eu preciso voltar e terminar uma competição”, garante.
Rosamaria completou 27 anos no último dia 9 e fez seus pedidos. “Sempre ouvia dizer que o auge da carreira no vôlei é aos 26, 27 anos. E quando eu era bem novinha, pensava se conseguiria evoluir, tinha muitas dúvidas. Hoje vejo que estou em um momento muito bom, talvez melhor do que eu poderia imaginar há dois, três anos, quando estava bem desanimada e não tinha confiança em mim mesma. Hoje é uma situação totalmente diferente. Não acho que esteja no meu melhor momento, mas desejo saúde e força mental para superar todas as adversidades que vão aparecer e evoluir cada vez mais”, concluiu Rosamaria.