*Colaboração Rafael Freitas
Luiz Felipe Fonteles, ou simplesmente Lipe, está com 36 anos e tem uma carreira vitoriosa no vôlei como atleta, sendo seu principal título a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Rio-2016. Atualmente, além de jogar, o ponteiro divide seu tempo com outra função. Ele é o presidente do Pacaembu Ribeirão, time que estreou na temporada 2020/21 com derrota para o EMS Taubaté Funvic, no Troféu Super Vôlei, na quarta-feira (21).
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As pessoas que acompanham o vôlei conhecem bem o Lipe como jogador. Em quadra, ele sempre foi aquele atleta vibrante e que a todo o momento demonstrava muita vontade de vencer. Um ponteiro marcado por suas ações agressivas no ataque e no bloqueio e uma recepção de boa qualidade. Em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, o atleta e presidente comentou como tem sido conciliar as funções de jogador e dirigente.
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“No início foi mais desafiador, mas, como tudo que a gente se dedica com carinho, acaba aprendendo e evoluindo e as dificuldades diminuem. Aprendi a delegar, coisa que tinha dificuldade em fazer e, com isso, ter pessoas próximas que me ajudam. Jogar é fácil, e a responsabilidade de organizar uma equipe é muito interessante. Uma não interfere na outra, são obrigações completamente diferentes”, destacou Lipe.
Vitória fora de quadra
Em 2020, Lipe, na função de presidente, precisou enfrentar um grande desafio para manter vivo o projeto de vôlei da cidade de Ribeirão Preto. Por causa da pandemia do coronavírus e das dificuldades financeiras do Brasil, a equipe quase fechou. No dia 23 de julho, o presidente Lipe conquistou uma vitória fora de quadra ao conseguir efetuar o pagamento da taxa de inscrição para a Superliga 2020/21, faltando 45 minutos para o encerramento do prazo.
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“O objetivo de manter a equipe em alto nível é um desafio no Brasil. Principalmente durante uma pandemia mundial, onde os recursos que as empresas destinariam ao marketing são contidos para despesas primordiais. Sabíamos que seria difícil como foi para todos, e ficamos felizes de ter não apenas empresas grandes apoiando, mas parceiros que gostam do que a gente desenvolve em Ribeirão”, afirmou o dirigente/atleta.
Apoio público e privado
De acordo com Lipe, a prefeitura de Ribeirão Preto foi fundamental para a manutenção do time. “Em Ribeirão temos estrutura de equipe maiúscula. Departamento médico e fisioterápico que faz inveja aos grandes clubes, academia famosa no Brasil inteiro, piso flutuante. E, pela estrutura de ginásio, fizemos a parceria com a prefeitura em que a nossa contra partida são as doações da população na troca por ingressos (alimentos, produtos de higiene, etc). A cidade ama o projeto e todos ganham com ele”, comentou.
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Além do suporte público, Lipe revelou o apoio de uma empresa privada para manter o projeto. “O Grupo Hapvida São Francisco, que está conosco desde o primeiro passo no título da Superliga B, nos confirmou a renovação do contrato nesse momento difícil, o que garantiu orçamento para permanência da equipe”, contou o campeão olímpico.
Brasil e o apoio ao esporte olímpico
Diante da vasta experiência do Lipe como atleta, a reportagem do OTD quis saber a opinião dele em um cenário mais amplo. Além disso, o campeão olímpico já tem também uma vivência trabalhando com o vôlei fora da quadra. Segundo o presidente do Ribeirão, a modalidade e os outros esportes olímpicos do Brasil seguirão, a curto prazo, com dificuldades e sofrendo na busca por parceiros para a manutenção dos projetos.
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“Isso é uma coisa que não vai mudar tão cedo no Brasil. Os parceiros não deveriam ser o grosso do dinheiro dos clubes. Assim como é no futebol, a grana tem que vir dos direitos de televisão. Além disso, a cultura de marketing no Brasil não é voltada ao esporte fora do futebol. Ela é focada em artistas e apresentadores. Por esse motivo, não vejo no curto prazo algo que eleve o nível de investimento dos esportes”, ressaltou.
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“De onde deveria vir a maior parte dos recursos (direitos de televisão) não conseguimos nada, nem perto do que o futebol tem. Quanto às empresas que patrocinam, acredito que elas fazem muito por nós, são apaixonados pelo esporte, gostam de viver perto desse ambiente. Essas estarão sempre por perto. Mas acredito que os recursos que deveriam vir dos direitos de televisão continuarão a ser ínfimos”, concluiu Lipe.
Montagem do elenco
A vaga garantida na Superliga 2020/21 foi o primeiro passo. A partir disso, o Ribeirão iniciou o seu processo de montagem do elenco. Na questão da escolha dos atletas, Lipe deixou claro que esse trabalho é feito apenas pelo técnico Marcos Pacheco. “A definição do elenco sempre foi responsabilidade do extremamente competente técnico da equipe. Eu apenas passo a ele o orçamento e ele faz as contratações”, explicou.
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O Pacaembu Ribeirão inicia seus compromissos na temporada 2020/21 enfrentando o Taubaté pelas quartas de final do Troféu Super Vôlei. A competição é de tiro curto e conta com as oito melhores equipes da Superliga 2019/2020, que foi finalizada prematuramente por conta da pandemia. Por conta do Sesc-RJ ter encerrado as suas atividades, o time de Ribeirão Preto ficou com a vaga.
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O vencedor entre Ribeirão e Taubaté encara na semifinal o vitorioso do embate Vôlei Renata, de Campinas, e Fiat/Minas, na sexta-feira (23), na Arena MTC, em Belo Horizonte. O torneio será realizado em uma “bolha” criada pela CBV (Confederação Brasileira de Voleibol). O time do presidente Lipe e do técnico Marcos Pacheco não participou do Campeonato Paulista e iniciou seus treinos com os atletas contratados no dia 5 de outubro.
Vôlei Ribeirão 2020/21
No momento, o Vôlei Ribeirão tem à sua disposição 15 jogadores. O Cavalo Ace, como o time também é conhecido, disputa seus jogos como mandante no ginásio Cava do Bosque. Veja abaixo a lista de atletas que o técnico Marcos Pacheco poderá contar na temporada 2020/21.
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Levantadores:
- Luís Cláudio Rodrigues (22 anos)
- Ramon Halfeld (17 anos)
Centrais:
- Guilherme Rech (19 anos)
- Guilherme Francisco (28 anos)
- Bruno Dianini (25 anos)
- Vicenzo Gherrard (18 anos)
- Rodrigo Leitzke (24 anos)
Ponteiros:
- Bruno Almeida Martins Marques (19 anos)
- Roberval Júnior da Silva (24 anos)
- Marcos Vinicius da Malta (17 anos)
- André Ludegards (19 anos)
Opostos:
- Luiz Henrique Sousa (19 anos)
- Renan Salton (24 anos)
Líberos:
- Pedro Henrique Tomasi (19 anos)
- Diego Aparecido dos Santos (31 anos)