A Paralimpíada da Rio-2016 foi um marco no vôlei sentado brasileiro. Nela, o país conquistou a primeira medalha na modalidade, o bronze no feminino. No masculino, apesar das medalhas de ouro nos Jogos Parapan-Americanos e os pódios em mundiais, é a medalha que falta.
Se olharmos para o ranking mundial de vôlei sentado, o Brasil está bem colocado nos dois gêneros. Entre as mulheres, a equipe brasileira é a terceira colocada, atrás de Estados Unidos e China. Já no masculino, os brasileiros são a segunda melhor equipe do planeta, atrás somente do Irã. Por conta disso, e dos resultados obtidos no ciclo, podemos dizer que a chance de medalha no Japão é real.
Caminhos um pouco diferentes
O ciclo para Tóquio foi diferente para as duas equipes do Brasil. Entre as mulheres, algumas coisas mudaram após a medalha de bronze. No Mundial de 2018, realizado na Holanda, o time terminou com a quinta colocação.
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Nos Jogos Parapan-Americanos de 2019, que aconteceram em Lima, a equipe terminou com a medalha de prata, assim como aconteceu em 2015. Na decisão do ouro, o Brasil acabou derrotado pelos Estados Unidos mas mesmo assim conquistou a vaga em Tóquio. Isso aconteceu pois as americanas já tinham o passaporte carimbado para Tóquio por conta do título mundial, em 2018.
Olho nas americanas
Ao comentar sobre a preparação para os Jogos Paralímpicos, Nathlalie Filomena, que é a capitã do time brasileiro, deixa claro que sabe quais são os desafios da equipe. “Ganhamos mais estrutura para a preparação e conseguimos seguir unidas durante o ciclo todo. Sobre Tóquio, os Estados Unidos são as nossas grandes adversárias. Elas jogam de forma parecida com a nossa. Nos enfrentamos muito, nos conhecemos, mas nunca conseguimos ganhar um jogo delas. A Rússia também é forte, tem um time muito alto, mas é bem mais lento e joga de maneira mais simples e tem a China”.
Antonio Guedes, técnico da seleção brasileira feminina, não esconde qual é a meta para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. “Nossa equipe está muito mais preparada do que esteve na Rio-2016. Tem mais experiência e conhece muito mais as adversárias e as companheiras. Por conta disso nós trabalhamos como meta chegar na final paralímpica”.
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“Em 2016 fomos bronze e sentimos o que é estar no pódio, conquistar uma medalha dessa grandeza. Em Tóquio estamos trabalhando para que a equipe saia da Paralimpíada somente depois de ouvir o hino no pódio com a medalha dourada no peito”, disse Nathalie.
A medalha que falta
No masculino a história foi um pouco diferente. Depois de chegar na Rio-2016 com a conquista de uma prata no Mundial de 2014, que é o melhor resultado da história do país, o Brasil não conseguiu subir ao pódio.
O quarto lugar na Paralimpíada de 2016 também é o melhor resultados dos homens no vôlei sentado na modalidade, mas ficou um gostinho de que era possível mais, segundo os atletas. No mundial de 2018, a equipe brasileira acabou perdendo um lugar no pódio e ficou com o bronze.
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Quando falamos de Jogos Parapan-Americanos, a hegemonia é antiga. Desde 2007, quando a competição foi realizada no Rio de Janeiro, o Brasil não sabe ganhar outra medalha que não seja a de ouro no vôlei sentado masculino. Foi com essa conquista, em Lima-2019, que a vaga para os Jogos Paralímpicos de Tóquio foi conquistada.
Um gigante sentado
Se no feminino as brasileiras têm os Estados Unidos como pedra no sapato, no masculino a pedra é o Irã. Na semifinal em 2016, os brasileiros foram derrotados por 3 sets a 0, muito por conta de um gigante.
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Diferente do vôlei convencional, a modalidade paralímpica permite algumas situações específicas. Uma delas é o bloqueio do saque adversário e o Irã usa muito bem dessa situação. Contando com Morteza Mehrzad, que em pé tem 2,46 m de altura, a equipe leva vantagem sobre todos os adversários no planeta e é a seleção a ser batida na Paralimpíada. Além dos iranianos, o Brasil deverá brigar pelo pódio inédito contra o Egito, bronze na Rio-2016, e a Bósnia, que foi prata no último mundial e em 2016.