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Vôlei

Ricardinho: o levantador revolucionário que virou cartola

O experiente levantador Ricardinho deu entrevista exclusiva para o Olimpíada Todo Dia, onde fez uma análise sobre sua carreira, momento atual, onde é o presidente, capitão e levantador do time de Maringá, no Paraná, comentou sobre os momentos com a seleção e explicou a importância da cidade que “mesmo sendo longe de tudo” ele escolheu para viver com sua família.

O ano era 2007, o Brasil era o atual bicampeão do Mundo, 2002 e 2006, e vinha de um título pela Liga Mundial conquistado contra a Rússia, na Polônia. A seleção se preparava para o Pan-Americano que aconteceria no Rio de Janeiro e a equipe precisava dar uma reposta depois do fiasco em Santo Domingo, quatro anos antes. Tudo normal, até que um dos jogadores desce dos quartos, passa pelo saguão do hotel, um pouco assutado com tudo que estava acontecendo nos últimos instantes, sem falar direito com os jornalistas presentes entra em um carro e vai embora. Ricardinho, eleito o melhor jogador do mundo poucos dias antes estava cortado, o capitão do time não fazia mais parte do grupo. “Ao meu ver não houve um motivo, muito foi falado sobre premiação, sobre brigas que existiram, mas não houve isso, existiu um desgaste por conta dos anos de convivência, atrito que existe por conta dos anos juntos, mas um motivo não existiu, tanto que eu voltei em 2012, era para ter acontecido em 2010, mas voltei em 2012 e ajudei na conquista da medalha em Londres”, comentou Ricardinho.

O auge daquela geração, formada com Ricardinho, Giba, Gustavo, Serginho, Dante e companhia foi no Campeonato Mundial de 2006, no Japão. A seleção brasileira jogava como uma orquestra e Ricardinho era o capitão e o maestro do time que que ficou caracterizado pela velocidade como jogava. “Ouvir isso, que eu consegui mudar o jogo, acelerando o jogo, jogando com bolas mais rápidas, é sensacional, saber que especialistas do vôlei, técnicos de outros times, outras seleções falam isso de mim é maravilhoso. Saber que hoje, todos jogam com bolas mais rápidas, não existe mais aquele jogo de bolas empinadas. Essa geração que revolucionou o jogo, comigo, Giba, André Nascimento foi durante muito tempo a seleção brasileira reserva, que já fazia isso, mas ninguém via, lógico que com o tempo fomos aperfeiçoando, eu fui absorvendo mais de outros levantadores para mudar meu jogo e ir melhorando, como as viradas de bola do Maurício, a precisão dos levantadores japoneses, a velocidade dos americanos e aos poucos fui deixando de ser o louco para virar esse levantador que muitos falam que conseguiu mudar jogo”, disse o levantador.

Desde 2013 Ricardinho tem uma nova posição no mundo do vôlei, ocupando o cargo de presidente do clube de sua cidade, Maringá, no Paraná. “Tudo começou aqui, onde conheci minha esposa, onde comecei mesmo como profissional e decidi criar uma base para minha família. Na equipe, o primeiro ano foi o mais complicado, onde foi preciso criar uma diretoria, ir atrás de toda uma estrutura para fazer as coisas funcionarem, ir atrás de patrocínios. Hoje nós vamos para a quinta temporada, então está bem mais fácil, consigo dividir melhor essa parte de ser presidente e jogador. Uso minhas férias para estruturar essa parte de presidente, contratos, patrocínios, estrutura para que no decorrer da temporada conseguir focar na parte jogador e me preparar para os jogos”, comentou Ricardinho.

Levantador Ricardinho e o seu projeto

Em 2017, o levantador colocou em prática um sonho que tinha: o Núcleo Vôlei Ricardinho, projeto social que já o surpreendeu nos primeiros dias. “É algo que eu já tinha em mente ter esse núcleo com um foco mais social vinculado ao vôlei, eu pensava em algo um pouco pequeno, com cerca de 30, 50 crianças, mas hoje já estamos com 300 crianças, não temos mais vagas. Hoje temos o sub-12, sub-14 e sub-17, contamos com o apoio da Prefeitura de Maringá que cedeu escolas da rede pública como sede do núcleo, conseguimos uma ajuda de um colégio particular que nos forneceu um tempo de uso de um ginásio com nível de Superliga, temos uma equipe de supervisores que já trabalharam com o vôlei e que tem em mente ajudar no desenvolvimento das crianças, dando um foco mais recreativo para os mais novos, mas ensinando como deve ser feito um toque no levantamento, uma manchete dando as primeiras noções de time e tendo como parceiros os pais e as escolas, buscando desenvolver as crianças para o futuro”, finalizou Ricardinho.

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