A levantadora Macris completa, em 2020, cinco anos vestindo a camisa do Brasil. Sem convocações na base, a atleta atuou na seleção brasileira pela primeira vez em 2015. No ano seguinte, não foi lembrada e ficou fora dos Jogos Olímpicos Rio-2016. Nas duas temporadas posteriores, integrou o elenco, mas fez aparições pontuais. Foi apenas em 2019 que virou titular, ganhou mais oportunidades e participou do ciclo do início ao fim.
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“Em 2015, estive presente nas primeiras fases do Grand Prix e a ida para a Tailândia foi minha primeira viagem internacional. Eu nunca tinha saído do país e nem passaporte tinha. No primeiro ano pude jogar o Pan-Americano como titular e naquele momento ainda tinha muito a evoluir. Tive a oportunidade de participar e conhecer o ambiente de seleção. Isso foi bom para começar nessa caminhada”, relatou Macris com exclusividade ao Olimpíada Todo Dia.
Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, Macris terminou com a medalha de prata. Na ocasião, a levantadora atuava pelo Brasília Vôlei e não tinha tido a chance de jogar por clubes com a maioria das atletas que estavam na seleção brasileira. Essa situação acabou a prejudicando no entrosamento, problema que permaneceu em 2017 e 2018. A jogadora só alcançou essa sintonia no ano passado.
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“Em 2017 e 2018 as minhas participações não foram durante todo o período e naquele momento entrava nas inversões e em algumas oportunidades. Somente em 2019, após os títulos no Minas e de ter conseguido agregar bastante evolução, é que tive a chance de jogar como titular na seleção. Aí sim participei de todas as competições e fiz a temporada inteira. Foi o único ano que tive esse caminho mais incisivo”, afirmou Macris.
Aprendizado como capitã da seleção brasileira
Em sua primeira temporada com participação mais efetiva na seleção brasileira, Macris já assumiu uma grande responsabilidade nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. A levantadora, de 31 anos, era a atleta mais experiente do grupo convocado para a competição e foi escolhida pelo técnico José Roberto Guimarães para ser a capitã da equipe. Neste posto, a jogadora precisou liderar e aprendeu com o treinador.
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“Naquela equipe eu era a única remanescente do Pan de Toronto. Foi uma experiência muito positiva. Depois que saímos da quadra chamei o Zé para conversar e algumas pessoas devem ter achado que estávamos brigando, mas eu estava chorando e agradecendo. Disse a ele obrigado por me ajudar a enxergar o quanto é importante ter essa consciência de equipe e a maturidade e entendimento de que seremos cobradas”, destacou Macris.
“Dentro da quadra precisamos ter uma comunicação forte. Na posição de capitã, me via na necessidade de dar apoio, orientações e, algumas vezes, chamar a atenção das meninas. E isso, principalmente no feminino, nem sempre é recebido da melhor maneira. Só que isso é importante e precisa existir, pois faz a diferença em um jogo. Foi um aprendizado e levarei como experiência para saber lidar melhor com as situações”, completou.
Velocidade como característica
Macris é classificada com frequência no Brasil como uma levantadora ousada e autora de lances imprevisíveis. Com essas características, a atleta foi a melhor levantadora em dez ocasiões, porém, só levou o prêmio nove vezes, já que na temporada 2012/13, no Pinheiros, terminou liderando as estatísticas da Superliga, mas não ficou com o troféu.
A jogadora foi premiada como a melhor de sua posição nas Superligas 2013/14, 2014/15, 2015/16 e 2018/19, nos Sul-Americanos de Clubes em 2018, 2019 e 2020, no Mundial de Clubes de 2018 e na Liga das Nações de 2019. O OTD perguntou como Macris se define como levantadora e a jogadora expôs seu ponto de vista sobre si mesma.
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“Não sei as palavras exatas, mas me vejo como uma atleta que gosta de usar da velocidade do jogo. Gosto de acelerar o jogo. Usar dessa velocidade para arriscar o jogo com as centrais e deixá-las sempre vivas nas partidas, mesmo quando o passe não está aquele A perfeito. E tentar, de todas as formas, distribuir da melhor maneira para que todas as jogadoras estejam bem no jogo”, concluiu Macris.