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Vôlei

Atletas pedem respeito ao fair play financeiro da CBV

Através do Instagram vários jogadores cobraram um posicionamento da confederação em carta aberta

CBV Fair Play Financeiro
Vários atletas da modalidade usaram suas redes sociais para se posicionar (Reprodução william_elmago_arjona)

Não é novidade. Após o fim de mais uma temporada do vôlei brasileiro, alguns atletas seguem sem receber parte do pagamento acordado em contrato e não sabem como será no futuro. Nesta quarta-feira (24), alguns jogadores se pronunciaram através do Instagram para pedir respeito ao Fair Play Financeiro da CBV (Confederação Brasileira de vôlei).

Ao fim de cada temporada, os clubes têm que apresentar uma documentação assinada por todos os membros da equipe, contendo os débitos de tudo que foi acordado para a temporada. Se o time não apresentar este documento, segundo o Fair Play financeiro, fica impossibilitado de disputar competições na temporada seguinte.

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Porém, na última temporada, Ponta Grossa e América Vôlei conseguiram disputar a elite da Superliga masculina sem ter todos os débitos realizados. Em 2018/2019, o time paranaense enfrentou um problema financeiro e demorou mais do que o acordado para efetuar os pagamentos. Já a equipe mineira teve o CNPJ usado pelo extinto Corinthians Guarulhos, que passou pelo mesmo problema.

Confira a carta aberta dos atletas do vôlei

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CARTA ABERTA À CBV. Sabemos que situação vivenciada pelo mundo com a Pandemia Covid é alarmante, mas passar por tudo isso sem o apoio do órgão responsável por gerir sua classe é DESRESPEITOSO. Ano, após ano, a situação se repete. Não podemos mais nos calar pelo receio do desemprego na temporada seguinte. Isso já está acontecendo. Isso é urgente! A data para apresentação dos documentos que possibilitam o ingresso de um time na próxima temporada se aproxima. O chamado FairPlay financeiro é um mecanismo que, em tese, frise-se, EM TESE, permite que somente clubes adimplentes estejam inscritos. Isso não acontece. Na prática, o jogo é outro e está distante da beleza e da importância do esporte para o País. Poderíamos citar muitos exemplos. Uma infinidade de clubes que não honram seus compromissos. São casos e mais casos de contratos reelaborados no meio da temporada, são acordos e mais acordos reformulados a cada novo descumprimento apenas para garantia a tal “vaga”. ATÉ QUANDO? Além de atletas, somos mães e pais de família, filhos e filhas. Seres que enfrentam a saudade, a dor em busca não só de um sonho, mas, principalmente, de desenvolver seu trabalho com dignidade. Afinal, as nossas contas, também, chegam. Essa é a nossa PROFISSÃO e merece ser respeitada. ATÉ QUANDO? Até quando a impunidade dos clubes, os problemas com patrocinadores, programação televisiva e até desacertos políticos estarão acima do respeito com o atleta? Clamamos pelo apoio da CBV! Ouçam o profissional, ouçam os atletas. É preciso maior seriedade. É preciso transparência. Exigimos Respeito. Por nós, por nossas famílias, pelo voleibol e pelo esporte brasileiro. #nosajudecbv #atletasmerecemrespeito #ovoleirespira #fairplayfinanceiroja #cbv #superliga2021 #voleibrasil #atletasunidos #juntosporumacausa #chegadeimpunidade

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Ambos os times conseguiram disputar a Superliga em 2019/2020 depois de uma manobra jurídica que foi aceita pela CBV. O movimento dos atletas nas redes sociais aconteceu depois que as cartas-convites para a participação das equipes na próxima edição da competição nacional foram distribuídas.

O que as partes dizem

A reportagem do Olimpíada Todo Dia entrou em contato com a CBV que informou que “irá cumprir o regulamento no que diz respeito ao Fair Play financeiro. A data que consta no mesmo para a apresentação da documentação é dia 15 de julho”.

Em contato com a reportagem, a bicampeã olímpica Sheilla foi direta. “Existem regras que não estão sendo cumpridas. Os times tem que apresentar orçamento, se apresentam tem que cumprir até o final e isso não vem acontecendo. Acho que a CBV tem que ser um pouco mais firme nisso”.

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