Uma onda de denúncias por falta de apoio caiu sobre o Curitiba nos últimos dias. Tudo começou com a líbero Aninha, que estava no clube desde 2016. Em entrevista ao blog do “Bruno Voloch”, no jornal “O Estado de São Paulo”, a atleta acusou o time de atrasos salariais, falta de moradia e suporte clínico adequado para a recuperação de uma cirurgia.
“A única coisa que eu esperava como atleta e como pessoa era respeito, o que não tive. Tudo o que passei foi um pesadelo. Tentei uma negociação com o clube há algum tempo, mas nada feito. Decidi falar para conseguir o que é meu por direito: salários não pagos, minha reabilitação não paga, meu tratamento odontológico não concluído e tudo o que eu paguei com aluguel nesses últimos meses”, acrescentou ao site “Melhor do Vôlei”.
Discurso ecoado
Logo após as denúncias de Aninha, outras duas atletas vieram a público e ecoaram o discurso da líbero. São elas: Mariana Galon e Carol Westermann, que também jogaram pelo Curitiba.
Mariana Galon precisou parar a carreira no vôlei depois de descobrir um problema no coração e teria ficado desamparada pelo clube após o ocorrido.
Carol Westermann, por sua vez, disse acreditar em cada palavra de Aninha e também resolveu tornar público o que aconteceu com ela. Em janeiro de 2018, sofreu uma ruptura total do ligamento cruzado do joelho esquerdo e precisou operar um dia antes da estreia da Superliga B.
O procedimento ocorreu bem, mas Carol acabou sendo diagnosticada com trombose na sequência. “As meninas do time sempre estavam na minha casa, levando comida e gelo duas vezes por dia. Nas duas primeiras semanas depois da cirurgia, só tinha contato com a fisioterapeuta, que estava sempre me mandando mensagem, porque para a comissão e a diretoria, era como se eu tivesse morrido”, disse também ao “Blog do Voloch”.
“Quando descobri a trombose, nem perguntaram o que eu precisava. Paguei do meu bolso. Agora imagina se eu não tivesse plano de saúde? A maioria não tem. Vivi um pesadelo. E ainda ouvi de gente grande do clube dizer: ‘quando acabar o campeonato, não vamos poder cuidar de você, porque vamos estar de férias'”.
Resposta do clube
Após as acusações de Aninha, a gestora do projeto Curitiba, Gisele Miró, foi questionada sobre o assunto e informou ao “Melhor do Vôlei” que os salários do time foram quitados até março, quando a pandemia suspendeu a Superliga.
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A situação se complicou ainda mais. “Até ameaças de morte eu já sofri. Estou em contato com o meu advogado e vamos oficializar tudo em uma delegacia. O que acordamos com a Aninha foi cumprido e a decisão de morar em outros lugares partiu dela. Estou tranquila, porque tenho como provar o que falo, mas fico chateada porque são acusações graves e inverídicas. Todos sabem o quanto eu batalho há anos para ter um projeto sério, como é o Curitiba”, completou.
Horas depois, Aninha se pronunciou também através de seu Instagram. A líbero ressaltou que não houve questão racial na acusações feitas e que o objetivo dela não foi disseminar ódio e sim mostrar a realidade que alguns atletas passam no Brasil e tentar conseguir aquilo que é seu direito.