Alan e Wallace foram os opostos escolhidos pelo técnico Renan Dal Zotto para a disputa do Pré-Olímpico, em 2019, na Bulgária, torneio que garantiu o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Os atletas não compartilham apenas a posição em quadra. Eles também se elogiam e reconhecem o potencial do oponente. Assista ao vídeo!
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No começo de junho, Wallace, de 32 anos, participou de uma live no Instagram do Olimpíada Todo Dia e exaltou Alan: “ele está voando”. Nesta quinta-feira (11), Alan concedeu entrevista exclusiva ao OTD e, além de retribuir o elogio, revelou que tem o companheiro de posição como uma referência e que aprendeu muito com ele.
“O Wallace é uma referência. Comecei a jogar vôlei mais tarde e, quando passei a acompanhar de verdade, ele já estava no auge e jogando uma Olimpíada. Ele é meu ídolo e sabe disso. É um cara incrível que pude jogar junto no Sada Cruzeiro e vi de perto o empenho e a força de vontade dele. É muito competitivo e não quer perder nunca”, afirmou Alan, de 26 anos.
Relação com Wallace e feliz pelo elogio
Wallace assumiu a titularidade do Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Desde então, o ele é o dono da posição. Alan esteve no Pré-Olímpico, mas ganhou mais tempo de quadra no Sul-Americano e na Copa do Mundo, todos em 2019, já que Wallace pediu dispensa.
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“Fico bastante feliz de ele ter falado isso de mim. Peguei o que vi e apliquei para mim. Aprendi que temos que dar nosso máximo dentro de quadra e sempre concentrado. Estou em uma crescente e procurando melhorar e evoluir, mas acho que ainda vai demorar para chegar ao nível dele ou do que a seleção brasileira merece”, afirmou Alan.
No momento, Alan está à frente na briga por uma vaga em Tóquio. Ele e Wallace jogaram juntos no Sada Cruzeiro e, mais recentemente, na seleção brasileira. Sem o principal adversário pela posição de titular, o oposto carioca foi eleito o melhor jogador do Sul-Americano e da Copa do Mundo.
Estatura e rivais canhotos
Para chegar à Tóquio, Alan sabe que tem que continuar seu processo de evolução e apontou alguns rivais que podem competir com ele por uma posição entre os convocados. Em comum, os citados são canhotos e mais altos. Por causa disso, o oposto carioca, de 1.99 m, tem consciência que precisa desenvolver recursos para superar os gigantes e se manter representando o Brasil.
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“Acho que está vindo uma boa molecada por aí e que vai dar muito trabalho. Têm também uns caras muito grandes, como Renan Buiatti (2,17 m), Rafael Araújo (2,07 m), Felipe Roque (2,12 m) e o Abouba (2,04 m). Sempre tive a facilidade de saltar bem e a impulsão é a minha principal arma contra eles. Com a estatura que possuem, eles nem precisam saltar tanto para chegarem à mesma altura que a minha”, disse Alan.
“Tenho sempre que estar com meu físico lá em cima. Não posso dar mole e deixar cair. Além disso, ultimamente tenho procurado melhorar a parte técnica também e estou conseguindo fazer algumas coisas diferentes. Dizem que o oposto é mais aquele cara brutamontes, o que dá porrada na bola, porém, tento conciliar isso com um pouco de habilidade e técnica. Isso pode ser um diferencial em relação a eles”, acrescentou o atleta.
Começo e paixão pelo vôlei
Alan iniciou sua história no vôlei com 14 anos, durante uma aula de educação física na Escola Municipal Maria da Conceição Cardoso, localizada no Rio de Janeiro.
Antes de conhecer a modalidade, o garoto jogava futebol, como acontece com a maioria das crianças brasileiras. Ele também praticou outros esportes e quase foi federado por um deles.
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“Comecei a jogar vôlei por meio de um professor de escola pública que me incentivou a fazer todos os esportes e não só futebol. Ele percebeu que era mais alto e que me destacava no meio dos meus amigos da escola”, revelou.
“Ele me ensinou vôlei, basquete e handebol e também fiz atletismo, esporte que competi nas Olimpíadas da Baixada, ganhei medalha e quase me federaram. Porém, acabei preferindo o vôlei e me apaixonei”, contou Alan.
Quarentena em Minas Gerais
Revelado pelo Sada Cruzeiro, clube que chegou com 17 anos, Alan jogou as últimas três temporadas pelo Sesi-SP, time que se consolidou como titular e ganhou espaço no elenco do Brasil.
O oposto acertou sua volta à equipe mineira e optou por passar a quarentena, devido à pandemia de coronavírus, em Belo Horizonte com sua esposa Júlia e o filho Samuel, de dois anos.
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“Decidi sair de São Paulo por causa da pandemia e já estou morando em Belo Horizonte há quase um mês. Aluguei um apartamento perto do clube e de onde vou treinar”, disse o oposto carioca, que tem feito treinamentos adaptados.
“Tenho feito treinos em casa com o auxílio do meu amigo e preparador físico Marlon. Ele está me ajudando com treinos para fazer em casa e só com peso do corpo. É difícil por não ser igual a uma academia, mas estou tentando manter a forma”, concluiu Alan.