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Tóquio 2020

Elogiado por Wallace, Alan retribui e vai além: ‘meu ídolo’

Revelado pelo Sada Cruzeiro, o oposto Alan acertou sua volta ao clube mineiro, local em que atuou junto com o campeão olímpico Wallace

Alan e Wallace foram os opostos escolhidos pelo técnico Renan Dal Zotto para a disputa do Pré-Olímpico, em 2019, na Bulgária, torneio que garantiu o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Os atletas não compartilham apenas a posição em quadra. Eles também se elogiam e reconhecem o potencial do oponente. Assista ao vídeo!

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No começo de junho, Wallace, de 32 anos, participou de uma live no Instagram do Olimpíada Todo Dia e exaltou Alan: “ele está voando”. Nesta quinta-feira (11), Alan concedeu entrevista exclusiva ao OTD e, além de retribuir o elogio, revelou que tem o companheiro de posição como uma referência e que aprendeu muito com ele.

“O Wallace é uma referência. Comecei a jogar vôlei mais tarde e, quando passei a acompanhar de verdade, ele já estava no auge e jogando uma Olimpíada. Ele é meu ídolo e sabe disso. É um cara incrível que pude jogar junto no Sada Cruzeiro e vi de perto o empenho e a força de vontade dele. É muito competitivo e não quer perder nunca”, afirmou Alan, de 26 anos.  

Relação com Wallace e feliz pelo elogio

Alan Wallace Brasil Tóquio
Alan e Wallace foram os opostos do Brasil no Pré-Olímpico de 2019 (CBV/Divulgação)

Wallace assumiu a titularidade do Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Desde então, o ele é o dono da posição. Alan esteve no Pré-Olímpico, mas ganhou mais tempo de quadra no Sul-Americano e na Copa do Mundo, todos em 2019, já que Wallace pediu dispensa.

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“Fico bastante feliz de ele ter falado isso de mim. Peguei o que vi e apliquei para mim. Aprendi que temos que dar nosso máximo dentro de quadra e sempre concentrado. Estou em uma crescente e procurando melhorar e evoluir, mas acho que ainda vai demorar para chegar ao nível dele ou do que a seleção brasileira merece”, afirmou Alan.

No momento, Alan está à frente na briga por uma vaga em Tóquio. Ele e Wallace jogaram juntos no Sada Cruzeiro e, mais recentemente, na seleção brasileira. Sem o principal adversário pela posição de titular, o oposto carioca foi eleito o melhor jogador do Sul-Americano e da Copa do Mundo.

Estatura e rivais canhotos

Alan Brasil Tóquio Wallace
Alan citou outros opostos que podem disputar vaga com ele e Wallace (FIVB/Divulgação)

Para chegar à Tóquio, Alan sabe que tem que continuar seu processo de evolução e apontou alguns rivais que podem competir com ele por uma posição entre os convocados. Em comum, os citados são canhotos e mais altos. Por causa disso, o oposto carioca, de 1.99 m, tem consciência que precisa desenvolver recursos para superar os gigantes e se manter representando o Brasil.

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“Acho que está vindo uma boa molecada por aí e que vai dar muito trabalho. Têm também uns caras muito grandes, como Renan Buiatti (2,17 m), Rafael Araújo (2,07 m), Felipe Roque (2,12 m) e o Abouba (2,04 m). Sempre tive a facilidade de saltar bem e a impulsão é a minha principal arma contra eles. Com a estatura que possuem, eles nem precisam saltar tanto para chegarem à mesma altura que a minha”, disse Alan.

“Tenho sempre que estar com meu físico lá em cima. Não posso dar mole e deixar cair. Além disso, ultimamente tenho procurado melhorar a parte técnica também e estou conseguindo fazer algumas coisas diferentes. Dizem que o oposto é mais aquele cara brutamontes, o que dá porrada na bola, porém, tento conciliar isso com um pouco de habilidade e técnica. Isso pode ser um diferencial em relação a eles”, acrescentou o atleta.

Começo e paixão pelo vôlei

Alan Brasil Tóquio Wallace
Em 2019, Alan foi campeão Sul-Americano e da Copa do Mundo (FIVB/Divulgação)

Alan iniciou sua história no vôlei com 14 anos, durante uma aula de educação física na Escola Municipal Maria da Conceição Cardoso, localizada no Rio de Janeiro.

Antes de conhecer a modalidade, o garoto jogava futebol, como acontece com a maioria das crianças brasileiras. Ele também praticou outros esportes e quase foi federado por um deles.  

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“Comecei a jogar vôlei por meio de um professor de escola pública que me incentivou a fazer todos os esportes e não só futebol. Ele percebeu que era mais alto e que me destacava no meio dos meus amigos da escola”, revelou.

“Ele me ensinou vôlei, basquete e handebol e também fiz atletismo, esporte que competi nas Olimpíadas da Baixada, ganhei medalha e quase me federaram. Porém, acabei preferindo o vôlei e me apaixonei”, contou Alan.

Quarentena em Minas Gerais

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O oposto carioca está em Belo Horizonte com sua esposa e filho (FIVB/Divulgação)

Revelado pelo Sada Cruzeiro, clube que chegou com 17 anos, Alan jogou as últimas três temporadas pelo Sesi-SP, time que se consolidou como titular e ganhou espaço no elenco do Brasil.

O oposto acertou sua volta à equipe mineira e optou por passar a quarentena, devido à pandemia de coronavírus, em Belo Horizonte com sua esposa Júlia e o filho Samuel, de dois anos.

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“Decidi sair de São Paulo por causa da pandemia e já estou morando em Belo Horizonte há quase um mês. Aluguei um apartamento perto do clube e de onde vou treinar”, disse o oposto carioca, que tem feito treinamentos adaptados.

“Tenho feito treinos em casa com o auxílio do meu amigo e preparador físico Marlon. Ele está me ajudando com treinos para fazer em casa e só com peso do corpo. É difícil por não ser igual a uma academia, mas estou tentando manter a forma”, concluiu Alan.  

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