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Jackie Silva critica governo e engajamento dos atletas

Campeã olímpica desaprova condução da pandemia de coronavírus e analisa as carências do esporte no Brasil

Jackie Silva - Coronavírus - Governo - Atletas - Vôlei de Praia
Jackie Silva criticou o governo na condução da pandemia de coronavírus (Divulgação)

Nesta sexta-feira (5), a ex-jogadora e campeã olímpica de vôlei de praia, Jaqueline Silva, criticou o atual governo brasileiro, especialmente na condução da pandemia de coronavírus. Jackie também aproveitou para criticar a postura dos atletas diante da situação, além da estrutura do esporte no Brasil de maneira geral.

“É um absurdo. O que estão fazendo com o povo? Parece que a pátria amada é uma coisa e o povo é outra. Eu acho que se eu estivesse nessa posição, eu ia querer estar junto, juntar as pessoas, trabalhar em conjunto. Mas eles do governo se afastam, não querem se aproximar do problema. E se colocaram num lugar em que nada acontece com eles. Fico muito chateada. Me pergunto qual número de mortes que vai provocar algo neles? Porque 30 mil ainda não provocou. Precisa de uma atitude”, disse Jackie Silva em uma live com a professora Katia Rubio, da Universidade de São Paulo.

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“A morte é realmente para todos, mas não essa morte. Ele (Jair Bolsonaro) está colocando nesse lugar uma coisa que não é natural. O coronavírus virou algo secundário. Eu não entendo como a gente pode estar sem Ministro da Saúde. Não consigo entender! É muito triste”, completou.

Engajamento dos atletas

Além de desaprovar as ações do governo, Jackie Silva também criticou a conduta passiva dos atletas diante da situação, não só do coronavírus, mas do esporte brasileiro em geral.

“O atleta tem uma dificuldade de quem fica muito envolvido com treinamento, competição, mas acaba não entrando a fundo em outras questões que seriam importantes, até para o crescimento deles”, pontuou.

“Os atletas não têm voz. Se tiverem patrocinadores então… Isso atrapalha muito. Fora que a maioria para de estudar, de buscar conhecimento. E aí volta aquela coisa, o esporte nos Estados Unidos, por exemplo, está nas escolas. Aqui estamos cada vez mais longe da educação. E aí não conseguimos ter força. O esporte precisa de ídolos, de bons jogadores, bons campeonatos. Esporte não se faz sem rosto, personalidades”, questionou.

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Jackie opinou ainda sobre as recentes manifestações contro o racismo que tomaram as redes sociais após a morte de George Floyd nos EUA. “Eu vi alguns atletas negros brasileiros se apresentarem nessa situação e foi muito importante. Aliás foi a primeira vez que eu vi isso acontecer. Existe vida dentro da gente. A gente tem medo de que vai acontecer alguma coisa, perder emprego, patrocínio… Mas a pessoa vai sobrevivendo no esporte e uma hora esse esporte vai acabar. Esse dia chega. Por isso poda ser diferente. Tinha que ter palavra, uma voz. Essa voz de um atleta de que está bem neste momento está faltando no Brasil”.

Esporte no Brasil

Jackie Silva também falou sobre o esporte brasileiro de maneira geral, além do ponto levantado sobre educação e esporte. “Falta estrutura, base, que nunca teve. O esporte no Brasil não é para todos. Não adianta só alimentar lá em cima (alto rendimento) se embaixo (base) não tem. E a gente precisa pensar sobre isso. Esporte é fundamental e a gente explora muito pouco as lições dele”.

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