O técnico Zé Roberto foi o convidado do programa “Os Canalhas”, do UOL, nesta quarta-feira (27). Em conversa com os jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana, o treinador deixou em aberto a continuidade no comando na seleção brasileira após os Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem. Ele também elogiou Macris e disse que, no momento, está à frente das demais.
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Questionado sobre a permanência no vôlei, Zé Roberto quer seguir em clubes. “Parar é muito difícil porque é uma coisa que adoro fazer. Sou um professor de alma. Gosto de ensinar e de viver essas emoções da quadra. Gosto de treinar pessoas e a ideia é continuar fazendo. Quanto à seleção, sempre falo que depende. Deixa a vida me levar. Eu não gosto muito de falar essas coisas. Deixa andar. Tem tanta coisa pela frente. Vamos viver cada momento e cada situação”, afirmou Zé Roberto.
Elenco de qualidade
“Espero que consigamos um bom resultado em Tóquio. Acho que temos um bom time e, se conseguirmos reunir todas as jogadoras e ninguém se machucar, podemos brigar por uma medalha. Se a Olimpíada fosse em julho deste ano estaríamos bem servidos porque elas estavam em uma condição boa”, acrescentou o treinador.
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Zé Roberto revelou saber que algumas atletas pensavam em engravidar depois da competição, que estava marcada para ser disputada em 2020. “Algumas tinham se programado para engravidar. Em um time feminino elas já se programam desde a Olimpíada passada. Espero que elas repensem e segurem um pouquinho”, comentou.
Zé Roberto comentou que já recebeu críticas por broncas que deu na levantadora Macris. O treinador revelou que jogou com o pai da atleta quando era levantador. Depois de um tempo, passou a acompanhar a atleta quando atuava por São Caetano, mas ainda não sabia que era filha de seu antigo companheiro. O técnico ficou sabendo que era filha de seu amigo conversando com Wagão, que treinava Macris no Pinheiros.
Elogios à Macris
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“Sempre tive um carinho grande e tentei preparar a Macris não só para o vôlei, mas para a vida. Mas também nunca fui um cara que passou a mão na cabeça dela. Sempre cobrei muito. Lembro de uma vez no Pan-Americano que íamos jogar contra os Estados Unidos. No treino eu dei uma bronca na Joycinha e quando olho a Macris estava chorando. Aí eu falei: ‘Pô, Macris, eu não estou dando bronca em você’. Já pensou se isso acontece no meio dos Jogos Olímpicos?”, lembrou Zé Roberto.
O treinador destacou a evolução e o amadurecimento de Macris e hoje a coloca à frente das demais. “Temos umas quatro ou cinco levantadoras, mas no momento ela está à frente. Hoje é uma levantadora pronta, muito boa. Só que como técnico vou continuar cobrando. A Macris tem que melhorar em determinadas coisas. Ela defende, mas, por ser levantadora, acho que precisa defender mais. Ela tem condições de ser uma das melhores levantadoras do mundo”, concluiu o comandante
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Zé Roberto está no comando da seleção brasileira feminina desde 2003, quando substituiu Marco Aurélio Motta. Desde então, terminou em quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, foi bicampeão olímpico, em Pequim-2008 e Londres-2012, e caiu nas quartas de final na edição disputada em 2016, no Rio de Janeiro.