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Samara relata período na Itália durante pico do coronavírus

A ponteira jogou no vôlei italiano na temporada 2019/20 e conseguiu voltar ao Brasil no começo de abril

Samara Atleta Vôlei Coronavírus Itália Bergamo
Revelada em Osasco, Samara jogou a temporada 2019/20 no Zanetti/Bergamo, da Itália (Facebook/Volley Bergamo)

Revelada em Osasco, Samara jogou por mais quatro clubes brasileiros antes de se aventurar pelo vôlei europeu. A atleta deixou o Brasil em 2017, quando foi contratada pelo Alba Blaj, da Romênia. Depois ainda passou por Volero Zurich, da Suíça, e Cannes, da França, antes de integrar o elenco do Zanetti/Bergamo, em 2019/20. Samara voltou ao país no início de abril, mas viu de perto o ápice da pandemia de coronavírus na Itália.

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“Foi bem difícil essa situação. Na verdade foi mais complicado ainda porque demoramos para entender a gravidade. Lá, os jogos são aos domingos e continuávamos treinando, mas começou a não ter jogo. Nós treinávamos a semana inteira e no final de semana o outro time não vinha jogar conosco ou nós não íamos jogar contra eles. Já estávamos na zona vermelha, mas não sabíamos que estava assim”, relatou Samara, de 27 anos.

“Sabíamos de alguns casos, mas na época não imaginávamos a proporção. Um dia estava treinando normal e no outro fiquei de quarentena porque uma pessoa próxima ao meu time tinha testado positivo para coronavírus. Recebemos uma mensagem no grupo da equipe e, a partir desse dia, iniciamos a quarentena que durou 14 dias. Tive duas horas para ir ao mercado e depois fiquei confinada em casa. Logo depois que acabou a quarentena fui liberada para voltar ao Brasil”, detalhou a jogadora.  

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A ponteira comentou que seu único medo era não conseguir regressar ao Brasil. “A única coisa que escutava era o barulho de ambulância. Eu morava perto do cemitério e vi pela televisão que estava lotado, não tinha mais lugar. O exército estava na rua e não tinha mais transporte público. Foi aí que a ficha caiu. O que mais me amedrontava era não conseguir voltar para casa”, contou a atleta.

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Samara desembarcou em São Paulo no dia 8 de abril (Facebook/Volley Bergamo)

Alívio ao chegar no Brasil

Além do Osasco, Samara atuou por Macaé, Pinheiros e Minas. Depois de jogar por três clubes e em países diferentes na Europa e de acompanhar de perto o drama do povo italiano por conta do coronavírus, a atleta conseguiu retornar ao Brasil e desembarcou em São Paulo no dia 8 de abril. 

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“Foi uma sensação muito boa. Fiquei um pouco tensa, mas deu tudo certo. Foi um alívio chegar no Brasil. Um sentimento de poder voltar pra casa. Fiquei preocupada e quis saber se tinha pegado ou não, já que meus pais são do grupo de risco. Cheguei e fiz minha quarentena fora de casa. Foi complicado estar aqui e não poder ir pra casa. Tive a sensação de estar mais presa do que estava lá, mas agora está tudo bem”, afirmou a atleta.

No momento, Samara treina em sua residência com auxilio de alguns preparadores físicos que colaboram com ela quando está no Brasil. Além dos treinos, a atleta aproveita esse período como um aprendizado.

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“Estou conseguindo manter a forma, mas é mais difícil sem academia e peso. Aproveito também para focar nos estudos e dar uma atenção especial a cada parte do meu corpo. Encaro como um período de reflexão. É importante olhar para dentro de si e ver o que precisamos melhorar”, acrescentou Samara.

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Nas categorias de base, Samara foi campeã Mundial Infanto-Juvenil pela seleção brasileira (Facebook/Volley Bergamo)

Carreira e experiência no vôlei europeu

Samara iniciou sua carreira profissional como destaque das categorias de base da seleção brasileira. No Campeonato Mundial Infanto-Juvenil, em 2009, a atleta foi decisiva na conquista do Brasil e foi eleita a melhor jogadora da competição. Por Osasco, a ponteira ganhou dois títulos de Superliga e foi campeã do Mundial de Clubes, em 2012.   

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Em 2016, em sua a primeira experiência na Europa, no Alba Blaj, Samara ganhou um campeonato e uma copa nacional. Em 2017/2018, a atleta defendeu o Volero Zurich e, pelo clube suíço, conquistou um campeonato e uma copa nacional. Já no Cannes, foi campeã francesa antes de assinar contrato com o Bergamo, em 2019/20, sua primeira temporada na Itália.

“Minha experiência foi boa. Gostei bastante. Particularmente foi diferente porque passamos por algumas mudanças no time, como mudança de técnico e outros profissionais chegando. Foi uma passagem que agregou bastante, pois conheci pessoas novas e aprendi a falar a língua, o que me deixou bem feliz. É outro estilo de jogo e lá pude jogar com muitas jogadoras de nível internacional e isso eleva bastante o nível do campeonato”, destacou Samara.    

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Neste momento, a Itália já soma mais de 230 mil casos de coronavírus, com 32.955 mil mortos. Já na região da Lombardia, no norte da Itália, onde fica situada a cidade de Bergamo, são mais de 87 mil casos e 15.896 mil mortos.

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