Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 25 de março do Diário de S. Paulo
Do ponto de vista estritamente técnico, não poderia ser melhor para o vôlei brasileiro a notícia da pré-convocação do levantador Ricardinho para o grupo da seleção brasileira que disputará a Liga Mundial, a partir do próximo mês de junho. É claro que sua presença na equipe só será assegurada definitivamente após uma conversa direta com o técnico Bernardinho. Se forem aparadas todas as arestas de sua polêmica saída da equipe nacional, ocorrida pouco antes da disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, Ricardinho estará mesmo de volta à seleção. O que ninguém pode garantir é se internamente, seu retorno está sendo bem recebido pelo grupo.
A tomar como base as declarações de alguns dos líderes da equipe, desde a pré-convocação de Ricardinho, no dia da apresentação certamente haverá um clima de tensão no ar. “Precisamos ver a vontade dele de se ajustar ao grupo”, disse o capitão Giba, em uma nota oficial. “A imagem deixada em 2007 foi que um grupo unido não tolera estrelismos e vaidades”, escreveu o meio Gustavo (que já abandonou a seleção) no Twitter. “Nesse tempo todo (do afastamento) ele não quis nenhuma aproximação e também não sei se vou aceitar essa aproximação tão facilmente”, disparou o meio Rodrigão.
É bom Ricardinho estar preparado. Se por um lado ninguém discute sua condição técnica — é considerado um dos maiores levantadores da história do vôlei —, por outro todos conhecem seu gênio difícil. Pelo jeito, esta novela ainda vai longe.
Foto: Divulgação/CBV
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